PIRABAS – Corporativismo deletério

O mais inusitado no episódio protagonizado por Cláudio Melo, é que a suspeita morosidade do procurador de Justiça não atraiu, até onde se sabe, a atenção do corregedor-geral do Ministério Público Estadual, Raimundo de Mendonça Alves. O que soa fatalmente surpreendente e sugere que a suspeita de desídia, no âmbito do MPE, seja minimizada, no rastro do deletério corporativismo. O que, se confirmado, não chegaria a surpreender.

Essa suspeita de corporativismo é alimentada, por exemplo, pelo recente episódio protagonizado pelo procurador de Justiça Ricardo Albuquerque da Silva, por acaso vice-corregedor. Ricardo Albuquerque da Silva foi flagrado, pela Polícia Rodoviária Federal, dirigindo seu carro, no sentido Mosqueiro-Belém, exibindo evidentes sinais de embriaguez, como ilustram as imagens feitas pela TV Liberal, afiliada da TV Globo, e levadas ao ar no Jornal Liberal 1ª Edição de 31 de outubro deste ano. Não há nenhuma notícia de uma mera advertência ao procurador de Justiça bebum, além da informação de que ele teria se licenciado do cargo de vice-corregedor.

Também paira o silêncio tumular sobre as suspeitas de prática de agiotagem que se abateram sobre o promotor de Justiça Franklin Lobato Prado. A suspeita foi suscitada pelo réu em uma ação judicial movida por Franklin Lobato Prado, cobrando uma dívida paga com cheques sem fundos. Em seu despacho, o juiz João Batista Lopes do Nascimento não poderia ser mais categórico. “Fio como único ponto controvertido a origem lícita ou não dos créditos do autor, uma vez que o réu alega que são oriundos de prática criminosa que, se comprovado, obrigará o Juízo a acionar o Ministério Público e o Conselho Nacional do Ministério Público ante a gravidade das acusações”, assinalou o magistrado. Não há registro de qualquer apuração para tirar a limpo a grave suspeita que tisna a imagem de Franklin Lobato Prado e da própria instituição da qual ele faz parte.