Intimação manuscrita, que ilustra o caráter gracioso do PAD instaurado. |
Alexandre da Silva Dias chegou a ter sua
casa arrombada e saqueada, seus móveis quebrados e o inusitado roubo das
cadernetas escolares, algo que estampa as digitais dos envolvidos nas
falcatruas que denunciou. Diante do PAD ao qual responde, por suposta desídia –
que é desmentida categoricamente pelos seus próprios alunos -, ele solicitou o
acesso ao livro de ocorrências da escola, o que lhe foi negado, em evidente
cerceamento da defesa.
Instaurado em 4 de abril deste ano, o PAD
segue caminhos para lá de tortuosos. É ilustrativo do caráter gracioso do PAD a
postura da servidora encarregada de presidi-lo, Maria José Silva Nascimento. Na
noite de 24 de junho passado, uma sexta-feira, por exemplo, por volta das 20h,
em telefonema a Alexandre, ela indagava a este se tinha conhecimento que respondia
a um processo administrativo disciplinar. No sábado subsequente, 25, o
professor recebeu em sua casa uma notificação manuscrita, comunicando-lhe que
deveria se dirigir à Seduc, para inteirar-se das acusações que lhe eram feitas.
No epicentro das falcatruas denunciadas
figura o diretor da Escola Olinda Veras Alves, Evanildo Sabino Borges
Rodrigues, que é também quem preside o Conselho Escolar. Rodrigues é acusado de
não fazer as prestações de contas devidas. Daí resulta não haver transparência
na aplicação dos recursos destinados à escola. O que permite mensurar a extensão
das falcatruas é a utilização de notas frias, relativas a supostas compras,
repassadas pela Prefeitura de Curuçá. As notas foram emitidas por uma certa
Alfa Comércios e Serviços, cujo endereço simplesmente inexiste, e cujo CNPJ
pertence ao eletricista que prestava serviços à escola. Não por acaso, em
dezembro de 2015 o diretor da Escola Olinda Veras Alves, Evanildo Sabino Borges
Rodrigues, foi intimado a devolver R$ 5.100,00 aos cofres públicos.
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