Como salienta a fonte do Blog do Barata, o que mais impressiona, no caso dos ilustres inadimplentes, é que o débito em relação ao IPTU não decorre de eventuais problemas financeiros. Suely Lima Ramos de Azevedo e Jarbas Pinto de Souza Porto, por exemplo, exibem polpudos contracheques. Antes de tornar-se secretária municipal de Finanças, Suely Lima Ramos de Azevedo ocupou, durante 20 anos, a diretoria de Planejamento Orçamento e Finanças da Sepof, a Secretaria de Estado Orçamento e Finanças e por oito anos exerceu a função de secretária adjunta da própria Sepof. Ela também foi secretária de Planejamento e Finanças do TJ Pará, o Tribunal de Justiça do Estado do Pará, de 2003 a 2012. Já Jarbas Pinto de Souza Porto, além de ser beneficiário de uma sinecura na Fiepa, a Federação das Indústrias do Estado do Pará, tornou cativo o cargo de subsecretário legislativo da Alepa, na esteira do mais repulsivo patrimonialismo, que se alimenta justamente da promiscuidade entre o público e o privado. “Ambos embolsam vencimentos elevados, inocultavelmente elevados, bem acima da média do mercado de um Estado que patina em índices sociais africanos”, sublinha a fonte. O que torna injustificável a inadimplência, sobretudo pelos seus parcos valores: o débito de Suely era de exatos R$ R$ 1.090,77; a dívida de Porto é de R$ 1.266,50.
Do exposto conclui-se, ao fim e ao cabo, que Suely Lima Ramos de Azevedo e Jarbas Pinto de Souza Porto apenas reproduzem o caráter predatório das elites paraenses. A inadimplência, em ambos os casos, traduz um inocultável menosprezo pela sua terra. Terra na qual prosperaram, profissional e financeiramente. Inexiste a preocupação em oferecer uma contrapartida, por mínima que seja, ao que o Pará, em geral, e Belém, em particular, lhes ofereceu.
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