quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

ALMIR GABRIEL – Um turrão incorrigível


        Até morrer no início da manhã do último dia 19, vitima de parada cardíaca e hemorragia digestiva, corolário do vasto leque de complicações decorrentes do enfisema resultante de décadas de tabagismo, o ex-governador Almir Gabriel manteve-se fiel a si mesmo – imperial e turrão, recalcitrando, obstinadamente, em abandonar o proscênio. A despeito da flagrante e impactante debilidade física, escancarada pela camiseta regata, indumentária com a qual Almir Gabriel (foto, à esq., com Zenaldo Coutinho) recebeu o novo prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, do PSDB. Quem recepcionou o novo prefeito de Belém foi um simulacro do ex-governador paraense, um dos fundadores do PSDB e que em 1989 saiu candidato a vice-presidente na chapa do candidato a presidente dos tucanos, o ex-governador paulista Mário Covas, também já falecido, nas primeiras eleições presidenciais no Brasil pelo voto direto, após a ditadura militar, que se estendeu de 1º de abril de 1964 a 15 de março de 1985. Almir se desfiliou da legenda que ajudou a fundar ao perder a queda de braço com o governador Simão Jatene, a quem atribuiu o naufrágio eleitoral de 2006, quando foi derrotado pela petista Ana Júlia Carepa, eleita com o decisivo apoio do senador e ex-governador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Estado. O revés eleitoral de 2006 precipitou o ocaso político de Almir Gabriel, acentuado, nos últimos anos, pela decadência física do ex-governador.
        Antes de ser catapultado para a política partidária, Almir fez carreira como médico reconhecidamente competente, que figurou como um dos maiores cardiologistas do Brasil. Ele dirigiu o Hospital Barros Barreto e também a Divisão Nacional de Pneumologia Sanitária do Ministério da Saúde. Tornou-se posteriormente secretário de Saúde do Pará, no segundo mandato do ex-governador Alacid Nunes, e foi mantido no cargo pelo então recém-empossado governador Jader Barbalho (PMDB). Depois de defenestrar Sahid Xerfan, indicado prefeito de Belém por Alacid Nunes e que assumiu uma postura inocultavelmente hostil a Jader Barbalho, este nomeou Almir Gabriel para comandar a prefeitura da capital. Nas eleições gerais de 1986 Barbalho bancou, com sucesso, as candidaturas de Hélio Gueiros (PMDB), ao governo, e de Almir Gabriel (PMDB) e Jarbas Passarinho (PDS), ao Senado, nas eleições gerais de 1986. Na ocasião, Jarbas dedicava-se integralmente à sua amada esposa, dona Ruth, devastada por um câncer avassalador. Um cenário dramático, em decorrência do qual pretendeu desistir da sua candidatura, no que foi persuadido a não fazer, pelo então governador Jader Barbalho. “Vá cuidar da dona Ruth, que da sua campanha cuido eu”, sentenciou Jader, que fez de Hélio Gueiros seu sucessor e elegeu Almir Gabriel e Jarbas Passarinho ao Senado.

3 comentários :

Anônimo disse...

Que foto impactante. Tem um que muito forte de: " acabar não é fácil" com muito de: "eu sou você amanhã"...

Anônimo disse...

Velhice com enfisema pulmonar. E o pior é que era um médico, sabia muito bem do que se tratava.

Anônimo disse...

Huuuum vcs queriam que este crapula fosse etrno é! ele tá é prestando conta lá no quinto dos infernos com o Diabo