quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

ALMIR GABRIEL – Dr. Jekyll e Mr. Hyde

        Ao se desfiliar do PSDB, Almir Gabriel iniciou uma trajetória errática, frequentemente associada ao rancor que passou a nutrir pelo governador tucano Simão Jatene, um poste que transformou em um candidato minimamente palatável e do qual fez sucessor, nas eleições de 2002, valendo-se da acintosa utilização da máquina administrativa estadual. Tal qual fizera em 1998, para obter um segundo mandato consecutivo como governador, beneficiado pela instituição da reeleição, da qual o beneficiário mais ilustre foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que como ministro da Fazenda do ex-presidente Itamar Franco foi responsável pelo Plano Real, marco da estabilidade econômica do Brasil. Estabilidade econômica que FHC consolidou como presidente e que tornou possível o ex-presidente Lula capitalizar para si os dividendos eleitorais pelos avanços pavimentados por Fernando Henrique Cardoso.
        Nessa altura, Almir Gabriel levou ao paroxismo a transmutação do médico para o monstro que protagonizou ao ser eleito governador em 1994, derrotando Jarbas Passarinho, e reeleito em 1998, com a escandalosa utilização da máquina administrativa estadual, ao vencer o ex-governador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará e a quem teve como patrono no início de sua carreira política. Após o naufragio eleitoral de 2006 e diante de um eleitorado catatônico, Almir se reconciliou com Jader Barbalho, a quem, nos últimos anos, pintara como a quinta-essência do mal. Obnubilado pelo rancor a Simão Jatene, ele subiu no palanque do ex-deputado Domingos Juvenil, o candidato ao governo pelo PMDB, na sucessão eleitoral de 2010. No segundo turno da eleição de 2010, o ex-governador subiu no palanque de Ana Júlia Carepa, a ex-governadora petista, a quem ele até então criticava acidamente, derrotada pelo tucano Simão Jatene, este contando com o discreto apoio de Jader Barbalho. Depois de todas essas estrepolias, que lançaram-no descrédito, abrigou-se no PTB do ex-prefeito de Belém Duciomar Costa, o nefasto Dudu, em uma daquelas decisões que ou depõem contra biografias, ou dizem tudo sobre elas.

Um comentário :

Anônimo disse...

Até vc, Barata?
Quer dizer que o FHC foi o homem do Plano Real? Ora, Barata, o Boca Murcha só estava no Ministério. E não falas dos bilhões que ele deixou para o Lula quitar as dívidas com o FMI?