Confirmando o que o Datafolha já antecipara, em pesquisa de intenção de voto, o eleitorado do Pará rejeitou, majoritariamente, a proposta de divisão do Estado, para a criação dos Estados do Tapajós e do Carajás. Pela proposta, a metade oeste do Pará se transformaria no Estado de Carajás e a parte sudeste no de Carajás. Nesse caso,o Pará remanescente ficaria reduzido a região onde localiza-se Belém. No cômputo geral, mais de 66% do eleitorado votou contra a criação dos dois novos Estados, registrando-se uma abstenção de 25%. Mas a maciça votação contra a divisão, registrada em Belém, e a favor, verificada em Santarém e Marabá - cotadas para capitais de Tapajós e Carajás, respectivamente -, sugere que o plebiscito fez recrudescer uma animosidade mútua e latente, estimulada por algumas das lideranças separatistas.
Por isso, o desafio que fatalmente emerge no day after do plebiscito. O cenário sinaliza para a urgente necessidade de uma administração pública mais equânime em seus investimentos, capaz de contemplar, assim, as demandas básicas das regiões mais longínquas do Estado. Um colossal desafio, diante do vício histórico das lideranças políticas que prosperam, na capital e no interior do Pará, cuja preocupação com a necessidade de justiça social não ultrapassa os limites dos palanques eleitorais. Contabilizados os votos, nossos políticos costumam sair, ávidos, em busca das benesses do poder. Tanto os que emergem a partir da capital e seu entorno, invariavelmente cúmplices de prefeitos ineptos e/ou de parca probidade, mas que lhes garantem inserção eleitoral, como aqueles que têm raízes fincadas nos municípios mais distantes de Belém, aos quais também não convém investir na tomada de consciência de seus eleitores, que deles acabam reféns pela via do assistencialismo.
Diante das imposições com a qual nos defrontamos, na esteira do plebiscito, emerge fatalmente o temor de que falte não só determinação política, mas também competência, ao governo Simão Jatene para dar conta dessa empreitada. Em suas origens um técnico que, pelo currículo, sugeria ser competente, como administrador Simão Preguiça revelou-se pífio e politicamente um desastre. Com a voz pausada e o tom professoral, ele parece apostar na letargia do eleitorado, propícia para o estelionato político. Depois de governar o Pará de 2003 a 2006, eleito obteve do eleitor um segundo mandato, na sucessão estadual de 2010, menos por seus méritos e mais pela inocultável fragilidade política de sua adversária, a ex-governadora petista Ana Júlia Carepa, protagonista de uma gestão pateticamente calamitosa. Por tudo o que se viu nesse primeiro ano do seu mandato, é inevitável concluir que Simão Preguiça parece empenhado, ainda que involuntariamente, em reabilitar Ana Júlia Carepa, inclusive ao superá-la em matéria de patrimonialismo. Seja como for, uma coisa é certa. O governador tucano obteve seu segundo mandato dispondo, apenas e tão-somente, de um projeto de poder. Proposta de governo, essa simplesmente inexiste. Compromisso de gestão, então, nem pensar! Nunca antes, como agora, Simão Jatene foi o codinome de Simão Preguiça.
16 comentários :
Não há desafios, a culpa não é do Simão, mas dos paraoaras, que, aliás, estão de parabéns. Tapajós e Carajás continuarão a ser exatamente o que são: nada.
"O Pará já estava dividido em três regiões. Mas hoje politicamente está absolutamente rachado. O governador [Simão Jatene, PSDB], que era apenas para ser um magistrado, entrou de cabeça na campanha. Ele não tem mais como ser acompanhado por ninguém aqui no sul. Ele vá procurar na terra dele, porque aqui ele não terá mais”
Questionado de como iriam ficar as relações institucionais e dos políticos de Tapajós e Carajás pós-plebiscito, foi ainda mais incisivo nas críticas.
“Vai ficar coisa nenhuma. Aqui é radicalização. O governo só sobrevive no porque os prefeitos mantém a gasolina para as delegacias, ajudam na Fazenda, na Justiça. Quem mantém o Estado aqui é o prefeito. O governo não repassa há três meses o dinheiro aos municípios. Isso acontece porque é governado por esses que aí estão”.
http://noticias.uol.com.br/politica/2011/12/12/apos-plebiscito-para-tera-que-administrar-o-sentimento-separatista.jhtm
Isso é impossivel considerando que para cada 7 reais gastos em Belém e região metropolitana são gastos apenas 1 real em Carajás e tapajós juntos.
O Pará tinha que ser todinho retalhado e cada pedaço deveria ser dado para cada político safado dessas bandas. O primeiro a dizer com qual quinhão ficaria seria o pai-de-todos: o Barbalhão, depois viria um pedaço do Simão, do Dudu, outro para o PT de digladiar e assim sucessivamente! Terror há, Pará!
Vocês se lembram da sacanagem que o PSDB (Almir, Jatene...) fez com o Edmilson e o município de Belém acerca do repasse do ICMS para a capital. E ainda se fala que Belém é uma ilha de prosperidade. Égua!
Altamira capital já!
Pois é qualquer político que tenha o mínimo de boa fé, e este não é o caso da grande maioria no Estado do Pará, deveria tomar medidas simples que atestariam tal característica: transparência da gestão (isto envolve o poder judiciário, tribunal de contas (município e estado), poder executivo e poder legislativo; redução drástica dos DAS (só serve para a politicagem dos cabos eleitorais); cumprimento da Constituição (não como acontece, criam-se cargos, secretarias, funções que já existem e são regulamentadas constitucionalmente); ter o mínimo de critério na nomeação de acessores (tem cada secretário!); redução dos custos da gestão (vejam o pregão dos veículos da SEGUP); necessariamente a criação de um projeto de Estado e não de governo (o que se vê é que o partido do poder tem a intenção de criar um movimento de perpetuação no poder); justiça tributária (tenho certeza que o Pará aumenta sua arrecadação em pelo menos 50%), acontece que o governo tem compromisso com esses sonegadores, e também com outros de conduta ilícita que financiam suas campanhas e sonhos de "tomada democratica do poder"; poderíamos elencar um monte de outras medidas, mas com certeza é jogar tempo fora, porque não estão nem aí para o cidadão. O cidadão...ah esse indivíduo patético, louco de fome, semi-analfabeto; esse luta pelo outro dia, não tem a menor idéia de onde quer chegar...essa combinação acaba com o país, mas no Pará atinge seu ápice.
Pois é qualquer político que tenha o mínimo de boa fé, e este não é o caso da grande maioria no Estado do Pará, deveria tomar medidas simples que atestariam tal característica: transparência da gestão (isto envolve o poder judiciário, tribunal de contas (município e estado), poder executivo e poder legislativo; redução drástica dos DAS (só serve para a politicagem dos cabos eleitorais); cumprimento da Constituição (não como acontece, criam-se cargos, secretarias, funções que já existem e são regulamentadas constitucionalmente); ter o mínimo de critério na nomeação de acessores (tem cada secretário!); redução dos custos da gestão (vejam o pregão dos veículos da SEGUP); necessariamente a criação de um projeto de Estado e não de governo (o que se vê é que o partido do poder tem a intenção de criar um movimento de perpetuação no poder); justiça tributária (tenho certeza que o Pará aumenta sua arrecadação em pelo menos 50%), acontece que o governo tem compromisso com esses sonegadores, e também com outros de conduta ilícita que financiam suas campanhas e sonhos de "tomada democratica do poder"; poderíamos elencar um monte de outras medidas, mas com certeza é jogar tempo fora, porque não estão nem aí para o cidadão. O cidadão...ah esse indivíduo patético, louco de fome, semi-analfabeto; esse luta pelo outro dia, não tem a menor idéia de onde quer chegar...essa combinação acaba com o país, mas no Pará atinge seu ápice.
Barata, o que as pessoas da capital precisam é parar de ser arrogantes e achar que sabem o que é melhor pros outros.
Se o povo de lá quer independência, então é DIREITO deles. Qual autoridade moral você, ou qualquer outra pessoa que NÃO mora naquela região, tem para querer obrigar as pessoas a aceitarem a instituição administrativo-política que a capital acha melhor? Nenhuma. Votei nulo: a única opção possível de quem respeita a liberdade individual.
Se a Inglaterra fosse convocar um plebiscito pra decidir sobre a independência dos EUA, os EUA seria Inglaterra até hoje...
Caro jornalista Barata você poderia nos ajudar a dizer se estanotícia é nova ou velha?
http://notapajos.globo.com/lernoticias.asp?id=7061
Agora prepare se pra ver no programa do zenaldo coutinho , ele tomando pra si essa "conquista " aqui na minha cidade tinha dois acessores dele , a prefeitura ja tinha feito pesquisa e dava pro nao 80% de votos e mesmo assim ele mandou dos puxa sacos espalhar propaganda aqui com dinheiro publico esse cara mantem em tudo que e lugar essas figuras pagos com dinheiro publico , chegam de carrao , distribuem santinho e tapinah nas costas e vao prestar contas com ele dizendo que na cidade ele e o cara ,, assim tu ganha zenaldo ,,,
Já compraste o teu livro do Amauri Ribeiro, A Privataria dos Tucanos, hein Barata? Pegaram os gatunos
Zenaldo Coutinho é o típico politico que aproveita bem suas oportunidades, "produto" bem paraense. Então está na hora de se dedicar ao que ocorre na SESPA, ONDE SE CONTRATA TEMPORÁRIOS QUANDO HÁ CONCURSADOS A SEREM NOMEADOS,onde o Jordy montou seu esquema de financiamento para a candidatura a prefeito e onde o nepotismo corre solto.Como secretário especial é bom abrir os olhos porque tambem é responsável pelo que Hélio Franco anda fazendo.
Prezado Barata,
Decerto que a população do Pará enfrenta grandes mazelas, oriundas da ineficiência do Poder Público, que, se não são exclusivas do interior, são, certamente, maiores nesta região.
Porém, o resultado do Plebiscito, que CONSTITUCIONALMENTE espelha a soberana opinião do povo paraense, serve para demonstrar que a luta deve continuar de outra forma.
Ninguém aguenta mais o descaramento dos políticos e gestores públicos inescrupulosos, incompetentes e comprometidos com interesses particulares.
É nisto que o povo deve refletir, especialmente às vésperas de um ano eleitoral.
De outra forma, tenho me perguntado onde anda aquela juventude do movimento "Fora Collor". Fomos capazes de derrubar um Presidente que não atendia às expectativas de seu eleitorado, mas incapazes de protestar quanto aos desmandos em nossa própria terra.
E nosso Governador, manterá o Estado do Pará como o quintal de sua casa, compartilhando suas riquezas com um grupo de seletos amigos e aliados, sobrando para o povo a miséria, a insegurança, a falta de educação e saúde públicas, dentre diversos outros males, até quando?
A forma de fazer política destas pessoas é completamente descarada e imoral. Tenho um amigo que, ao ingressar com seu veículo na ASIPAG, foi primeiro parado para que um funcionário verificasse se ele tinha adesivo do SIM no carro, pois, se tivesse não poderia entrar. Cadê a liberdade de expressão garantida na Constituição? Que absurdo!
Quem entra nos órgãos públicos do Estado, nos Gabinetes dos dirigentes, percebe, de cara, que se encontra entre um grupo de amigos, que, abertamente, conversam sobre seus interesses mútuos, deixando suas funções de lado. Nas instituições que tem salários mais altos, vê-se uma enxurrada dos melhores sobrenomes desta terra. São jovens, playbois e patricinhas, agraciados com um alto cargo na Admistração Pública exclusivamente por seu nascimento. O pior é que não se comprometem com o trabalho, usando o cargo público apenas como um trampolim em sua vida profissional. É muito comum sabermos que "fulano de tal" não está vindo trabalhar porque viajou ou porque está em época de provas na faculdade.
Enquanto isto, o cidadão trabalhador, de "nascimento comum" pena para pagar suas contas e dar conta de suas tarefas. É Barata, quando penso nisto sinto vergonha de viver em um Estado onde estas práticas se tornaram banais. Claro que não é exclusividade nossa, mas aqui tomou ares de um descaramento e desfaçatez inomináveis! É de chorar mesmo!
Termino meu desabafo desejando a você, seus leitores e a todo o povo do Pará um Feliz Natal e (a esperança é a última que morres) um Ano Novo de 2012 melhor que o de 2011.
Hoje o TJ-Belém afastou 3 dos 8 vereadores corruptos de Tailândia: O Chico Zima, que era o presidente da Camara por chefiar a quadrilha; Adauto por agressão a testemunha; Borracha por ameaça e tentar subornar testemunha.
Um dos desembargadores informou a possibilidade de todos os outros 6 serem também afastados definitivamente.
Nem tudo esta perdido!!!
Muito estranho é o Zenaldo ir para a TV debochar dos políticos como se não fosse um deles. Será que esse comportamento é em função do salvo conduto que recebeu do MPE com relação ao caso Alepa sem nem ser investigado? Ta se achando não?
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