quinta-feira, 8 de maio de 2014

MPPA – Neves pretende criar 185 novas sinecuras

Marcos Neves: desfaçatez, ao patrocinar a criação de 185 sinecuras.

        Caberá ao colégio de procuradores do MPPA, o Ministério Público do Estado do Pará, se a este restar algum vestígio de dignidade, a responsabilidade de conter o mais recente surto de imoralidade do procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves. De acordo com fonte do próprio MPPA, Neves mandou os escrúpulos às favas, como é próprio dos tiranetes de província, e pretende encaminhar à Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará, projeto de lei criando nada mais, nada menos, que 185 novos cargos comissionados, historicamente sinônimos de sinecuras, como evidencia o próprio Ministério Público do Estado do Pará. Na contramão do que o MPPA cobra de outras instâncias de poder – como, por exemplo, o TCE, o Tribunal de Contas do Estado do Pará, e o TCM, o Tribunal de Contas dos Municípios do Pará -, exigindo a realização de concurso público, o procurador-geral de Justiça sucumbiu, agora despudoradamente, à volúpia de poder pôr e dispor de um vasto leque de sinecuras. Uma prerrogativa tanto mais fascinante para quem, como é o caso de Neves, pretende delas se valer para pavimentar sua reeleição, no tradicional toma-lá-dá-cá eleitoral.
        Para além das circunstâncias atuais, que envolvem a empreitada de pavimentar sua recondução ao cargo – para a qual depende do aval dos procuradores e promotores de Justiça, tradicionalmente respeitado pelo governador de plantão -, Neves já evidenciou que o seu pretenso fervor ético é coisa do passado. Depois de trair seus compromissos de campanha e esfarinhar a credibilidade do MPPA, ao atrelá-lo à tucanalha, a banda podre do PSDB, da qual é ícone o governador Simão Jatene, o procurador-geral de Justiça notabilizou-se por, tão logo empossado no cargo, nomear assessor de procurador de Justiça, embolsando uma remuneração mensal em torno de R$ 16 mil, Gil Henrique Mendonça Farias, cuja principal qualificação, ao que se sabe, é ser o namoradinho da filha do procurador-geral de Justiça. Com um agravante, diga-se: no concurso realizado pelo Ministério Público Estadual em 2012 (Edital n° 01/2012/MP-PA), no qual disputou o cargo de Analista Juridico - Região Adm. Belém I, Gil Henrique Mendonça Farias acabou no 551º lugar, com a nota de 68,25.
        Mas a presepada de Neves não ficou restrita ao namoradinho da filha, que aparentemente compensou com borogodó a falta de substância intelectual evidenciada no concurso público realizado pelo MPPA, no qual não obteve classificação. O procurador-geral de Justiça também tratou de introduzir no Ministério Público do Estado do Pará, como assessor, um certo André Ricardo Otoni Vieira, definido como amigo-de-fé-irmão-camarada de Neves. Além de advogado, Vieira seria também engenheiro, e como tal, até passado recente, teria prestado inúmeros serviços ao então procurador de Justiça, hoje procurador-geral de Justiça. Vieira ganhou visibilidade por supostamente depreciar os servidores do Ministério Público Estadual, aos quais já teria se referido como “filhos da puta”, quando confrontado com críticas a gestão de Marcos Antônio Ferreira das Neves.

        Pelo perfil de seus apaniguados, pode-se concluir o real jaez do procurador-geral de Justiça. Daí não é difícil entrever o que está por vir, com a criação dos 185 cargos comissionados que Neves pretende obter, em troca do silêncio sobre o PCCR da Alepa, o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração da Assembleia Legislativa, flagrantemente inconstitucional. Como, em se tratando do Ministério Público do Estado do Pará, nada é tão ruim que não possa piorar, inexiste a perspectiva da lambança do procurador-geral de Justiça ser questionada, depois que o próprio CNMP, o Conselho Nacional do Ministério Público, legitimou a tramóia que representa o contrato celebrado – com dispensa de licitação e preços claramente superfaturados – com a Fundação Carlos Chagas. Em um julgamento claramente político, o CNMP ainda votou pela instauração de um PAD, Procedimento Administrativo Disciplinar, contra o promotor de Justiça Alexandre Couto, em inocultável retaliação por este ter questionado a dispensa de licitação. A decisão do CNMP, que ao penalizar Alexandre Couto acaba por instituir a Lei da Mordaça, embute a clara determinação de intimidar qualquer questionamento diante de eventuais deslizes do procurador-geral de Justiça, consagrando assim, no âmbito do Ministério Público, a omertà, o pacto de cumplicidade dos mafiosos. O que certamente explica a desfaçatez exibida por Marcos Antônio Ferreira das Neves, ao patrocinar essa nova lambança, representada pela criação de 185 cargos comissionados, em detrimento do que determina a moralidade pública, que é a realização de concurso público.

11 comentários :

Anônimo disse...

Olha Augusto, depois dessa, só o meu remedinho de tarja preta que eu preciso tomar cada vez que tenho uma notícia de sacanagem como essa.

Anônimo disse...

Olha Augusto, depois dessa, só o meu remedinho de tarja preta que eu preciso tomar cada vez que tenho uma notícia de sacanagem como essa.

Anônimo disse...

Barata,
Vc está equivocado, são 195 cargos, sendo que na sessão de hj, os procuradores quem a criaçao de mais 31 cargos, ou seja, 226 cargos comissionados, pode apostar, vai passar.

Anônimo disse...

o atual chefe do mp , colocou o mp onde deve estar na lama , estar rolando os depoimentos sobre o caso águia net , só ir atrás de rodier e José Maria e tudo vai ficar solucionado kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, a parcela de r$-57.000,00 por mês , 20%por cento pra cada r$-15.000,00 por mês , e ou não um bom negocio

Anônimo disse...

E o pior é vê-lo dizer que os servidores querem trabalhar oito horas porque terao aumento de 33% . So que nele não fala que na verdade serão somente 10%. Ele quer deduzir 10 de uma lei estadual, 12 que todo o estado se viu obrigado a pagar depois de perder uma batalha judicial em uma acão que rolava há muito tempo sobrando somente 10. Acreditem

Anônimo disse...

Anonimo 22:14, já que vc sabe tanto sobre este caso AGUIA NET, deveria formular uma denúncia de forma anônima mesmo, como tudo que vc sabe, para promotoria de improbidade, lá seria distribuído para um promotor, se por sorte, caísse nas mãos do DR Firmino, aí vc ia ver o circo pegar fogo. Faça isto, mas veja bem, com fundamentos, facilite o trabalho.

Anônimo disse...

Absurdo!

Existe um cadastro de reservas imenso de analistas jurídicos que realizam a mesma função dos COMISSIONADOS!

O MP esta prestes a desrespeitar o cocnursos de 2013, vigente por mais muito tempo!

Parece que os promotores nao querem alguém estável como seus assessores, para que os comissionados, com medo de saírem p, além de apadrinhados, virem seus escravos. Eles tem medo de servidor estável!

Esse é o fiscal da lei.

Anônimo disse...

ao 9 de maio de 2014 00:12 já esta sendo investigado , inclusive ate promotores deram depoimento , a corregedoria do mp esta trabalhando .

Anônimo disse...

Arruma um pra mim, aê mano!!

Anônimo disse...

10 de maio de 2014 12:54, a corregedoria do MP está trabalhando ou enrolando? Lá é um tremendo faz de conta. Quero só ver se vai dar em alguma coisa que não seja o arquivamento que é a praxe. Será que a corregedoria vai chegar a algum membro ou vai arranjar um servidor para pagar o pato. Será que a corregedoria vai ter coragem de investigar o PGJ, mesmo sabendo o que aconteceu com o único que resolveu denunciar o PGJ e que acabou processado pelo CNMP?

Anônimo disse...

Parece cara de doido