quarta-feira, 7 de maio de 2014

JATENE – O serial killer das esperanças




        O mais absoluto sucateamento da rede pública de ensino, no Pará, foi escancarada pela notícia veiculada pelo UOL, ao relatar uma vistoria do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual em escolas no Estado. A realidade, pontuada por um ignominioso abandono, torna o governador tucano Simão Jatene um autêntico serial killer das esperanças de um futuro mais promissor para o Pará:

Sem banheiro, alunos de escola do Pará usam buracos em matagal

Marcelle Souza
Do UOL, em São Paulo

05/05/201415h47>Atualizada 05/05/201416h14

        Uma vistoria do MPF (Ministério Público Federal) e do MPE (Ministério Público do Estado do Pará) encontrou escolas em situação precária no Pará. No município de Novo Repartimento, procuradores e promotores visitaram cinco unidades, umas delas não tinha banheiro. Sem opção, alunos, professores e funcionários da Escola Novo Progresso usavam buracos abertos em meio ao matagal.
        "A situação de algumas escolas da zona rural desse município é muito precária. Uma delas foi incendiada e as salas tiveram que ser transferidas para uma igreja e outra estrutura de madeira", diz o procurador Paulo Rubens Carvalho Marques. "Em uma escola havia banheiros convencionais, mas não tinha água. As instalações elétricas eram precárias e os ventiladores estavam quebrados".
        Outro problema é que muitas salas são multisseriadas (quando alunos de diferentes níveis de aprendizado dividem a mesma turma).  "Em uma escola, a professora dava aula para duas turmas ao mesmo tempo: enquanto um grupo fazia o exercício de costas, ela dava aula para alunos de outra série", afirma o procurador.
        O grupo ainda encontrou unidades com atraso na entrega da merenda e do material escolar no município. A fiscalização foi realizada no dia 28, Dia Internacional da Educação.
        "O nosso município tem 153 escolas na zona rural, a maioria de difícil acesso e algumas a 200 km da sede", disse Raimunda Nonata Silva Sousa, coordenadora pedagógica da área rural da Secretaria de Educação de Novo Repartimento. "Nós estamos tentando solucionar os problemas detectados. O grande desafio é que estamos em plena Transamazônica e alguns trechos ficam intransitáveis durante o período de chuvas", diz a coordenadora.
        Sobre as salas multisseriadas, a representante da prefeitura disse que a medida é necessária por causa da quantidade de alunos e da distância entre um vilarejo e outro. "A maior parte dessas escolas existe há mais de 20 anos e esses problemas vem se acumulando com o tempo", diz.
        O grupo de trabalho já havia visitado as escolas de Novo Repartimento em fevereiro, quando um TAC (termo de ajustamento de conduta) foi firmado com a prefeitura. À época, foram encontradas escolas de chão batido, com banheiros improvisados e materiais didáticos insuficientes. Uma nova vistoria foi feita no dia 28 em outras unidades e novos problemas foram verificados. Diante disso, uma audiência pública será realizada no dia 22 de maio no auditório da prefeitura para discutir a educação no município.

Esgoto e fiação elétrica aparente

        Na Escola Municipal Padre Gabriel Bulgarelli, em Ananindeua, região metropolitana de Belém, os alunos convivem com lixo e esgoto a céu aberto no terreno da escola. No local, promotores e procuradores encontraram todas as salas de aula com fiações elétricas aparentes, oferecendo riscos aos estudantes. Os banheiros não têm pia e a maior parte dos vasos sanitários estava interditado. Não havia extintores de incêndio.
        Em Belém, a Escola Municipal Parque Amazônia tinha rachaduras e infiltrações em quase todas as paredes, as salas de aula apresentavam goteiras e a fiação elétrica também estava aparente.
        Em Ananindeua, o MP e o MPF listaram alterações que devem ser realizadas na escola Padre Gabriel Bulgarelli em 30 dias. Em Belém, o grupo ainda não se encontrou com representantes da prefeitura para cobrar a adoção de medidas na Parque Amazônia.
        A reportagem não conseguiu contato com a Prefeitura de Ananindeua. A Secretaria Municipal de Educação de Belém disse que já tem prevista, para esse ano, uma reforma na escola Parque Amazônia. "Constam na obra, a impermeabilização do auditório, a reforma estrutural das paredes que estão com problemas de rachaduras e a renovação da rede no teto, que impede a invasão de pombos", disse a pasta em nota.

        A ação conjunta dos dois órgãos faz parte do projeto Ministério Público pela Educação (MPEduc), que tem o objetivo de vistoriar escolas em todos os Estados. No Pará, foram inspecionadas unidades também nos municípios de Capanema, Mãe do Rio, Paragominas e Tailândia.

3 comentários :

Anônimo disse...

eu lembro novamente daquelas duas meninas debatendo corajosamente com o governador desse estado, quando questionaram a maquiagem na escola delas. As únicas naquele dia a terem a decencia de dizer a verdade. Desumano é pouco para esta situação. Enfim, temos uma merda de governador mesmo...

Anônimo disse...

Anônimo
A educação é, fundamentalmente, a radícula nobre que oferecerá o leito para todas as correntes profissionais da vida no futuro. Pouco adianta, com infecundo objetivo político, edificar obras de fosforescência política, sonhando com o infortúnio do continuísmo no poder, se a educação ficar relegada a um plano de decadência ou insolvência.
Lembro que em campanha Jatene reiterava muito a "necessidade de promover uma revolução na segurança, na saúde e na educação...". Àquela altura, a segurança pública, tanto quanto a saúde e a educação jaziam dramaticamente enfermas no Pará. Mas as providências que esse governador tomou, a partir da assunção ao governo deste estado, foram pífias, embora alguma melhora ele tivesse realizado na saúde com a construção emergencial de alguns hospitais. E assim fez porque o agravamento da administração pública na saúde, e suas consequências sociais, são muito mais difícil de esconder que o descaso que ora se retrata e se comprova na educação.
Se o povo souber - ou já tiver aprendido a - votar, então carreará suas intenções de voto para mudanças. Não há outro caminho!
Quanto às crianças ou adolescentes que na área rural perderam o "trem da educação", cumpre a Deus prevenir-nos de que os escolhos sociais que resultarem dessa irresponsável ação de governo, não venham a se incorporar e frutificar maleficamente ou na área árida da prostituição, ou na onda trevosa da criminalidade...
Ricardo

Anônimo disse...

Governo de farsantes, despudorados,dissimulados, quadrilheiros e assassinos. Fora PSDB !