Marcos Neves: desfaçatez, ao patrocinar a criação de 185 sinecuras. |
Caberá
ao colégio de procuradores do MPPA, o Ministério Público do Estado do Pará, se
a este restar algum vestígio de dignidade, a responsabilidade de conter o mais
recente surto de imoralidade do procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio
Ferreira das Neves. De acordo com fonte do próprio MPPA, Neves mandou os
escrúpulos às favas, como é próprio dos tiranetes de província, e pretende encaminhar
à Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará, projeto de lei criando nada mais,
nada menos, que 185 novos cargos comissionados, historicamente sinônimos de
sinecuras, como evidencia o próprio Ministério Público do Estado do Pará. Na
contramão do que o MPPA cobra de outras instâncias de poder – como, por exemplo,
o TCE, o Tribunal de Contas do Estado do Pará, e o TCM, o Tribunal de Contas
dos Municípios do Pará -, exigindo a realização de concurso público, o
procurador-geral de Justiça sucumbiu, agora despudoradamente, à volúpia de
poder pôr e dispor de um vasto leque de sinecuras. Uma prerrogativa tanto mais
fascinante para quem, como é o caso de Neves, pretende delas se valer para
pavimentar sua reeleição, no tradicional toma-lá-dá-cá eleitoral.
Para
além das circunstâncias atuais, que envolvem a empreitada de pavimentar sua
recondução ao cargo – para a qual depende do aval dos procuradores e promotores
de Justiça, tradicionalmente respeitado pelo governador de plantão -, Neves já
evidenciou que o seu pretenso fervor ético é coisa do passado. Depois de trair seus compromissos de campanha e esfarinhar a
credibilidade do MPPA, ao atrelá-lo à tucanalha, a banda podre do PSDB, da qual é ícone o governador Simão Jatene, o
procurador-geral de Justiça notabilizou-se por, tão logo empossado no cargo,
nomear assessor de procurador de Justiça, embolsando uma remuneração mensal em
torno de R$ 16 mil, Gil Henrique Mendonça Farias, cuja principal qualificação,
ao que se sabe, é ser o namoradinho da filha do procurador-geral de Justiça.
Com um agravante, diga-se: no concurso realizado pelo Ministério Público
Estadual em 2012 (Edital n° 01/2012/MP-PA), no qual disputou o cargo de
Analista Juridico - Região Adm. Belém I, Gil Henrique Mendonça Farias acabou no
551º lugar, com a nota de 68,25.
Mas
a presepada de Neves não ficou restrita ao namoradinho da filha, que aparentemente
compensou com borogodó a falta de substância intelectual evidenciada no
concurso público realizado pelo MPPA, no qual não obteve classificação. O procurador-geral de Justiça também tratou de
introduzir no Ministério Público do Estado do Pará, como assessor, um certo André Ricardo Otoni Vieira, definido
como amigo-de-fé-irmão-camarada de Neves. Além de advogado, Vieira seria também
engenheiro, e como tal, até passado recente, teria prestado inúmeros serviços
ao então procurador de Justiça, hoje procurador-geral de Justiça. Vieira
ganhou visibilidade por supostamente depreciar os servidores do Ministério
Público Estadual, aos quais já teria se referido como “filhos da puta”, quando
confrontado com críticas a gestão de Marcos Antônio Ferreira das Neves.
Pelo
perfil de seus apaniguados, pode-se concluir o real jaez do procurador-geral de
Justiça. Daí não é difícil entrever o que está por vir, com a criação dos 185
cargos comissionados que Neves pretende obter, em troca do silêncio sobre o PCCR da Alepa, o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração da Assembleia Legislativa, flagrantemente inconstitucional. Como, em se tratando do
Ministério Público do Estado do Pará, nada é tão ruim que não possa piorar,
inexiste a perspectiva da lambança do procurador-geral de Justiça ser questionada,
depois que o próprio CNMP, o Conselho Nacional do Ministério Público, legitimou
a tramóia que representa o contrato celebrado – com dispensa de licitação e
preços claramente superfaturados – com a Fundação Carlos Chagas. Em um
julgamento claramente político, o CNMP ainda votou pela instauração de um PAD, Procedimento Administrativo Disciplinar, contra o promotor
de Justiça Alexandre Couto, em inocultável
retaliação por este ter questionado a dispensa de licitação. A decisão do CNMP,
que ao penalizar Alexandre Couto acaba por instituir a Lei da Mordaça, embute a clara determinação de intimidar qualquer
questionamento diante de eventuais deslizes do procurador-geral de Justiça,
consagrando assim, no âmbito do Ministério Público, a omertà, o pacto de cumplicidade dos mafiosos. O que certamente explica
a desfaçatez exibida por Marcos Antônio Ferreira das Neves, ao patrocinar essa
nova lambança, representada pela criação de 185 cargos comissionados, em detrimento do que determina a moralidade pública, que é a realização de concurso público.
11 comentários :
Olha Augusto, depois dessa, só o meu remedinho de tarja preta que eu preciso tomar cada vez que tenho uma notícia de sacanagem como essa.
Olha Augusto, depois dessa, só o meu remedinho de tarja preta que eu preciso tomar cada vez que tenho uma notícia de sacanagem como essa.
Barata,
Vc está equivocado, são 195 cargos, sendo que na sessão de hj, os procuradores quem a criaçao de mais 31 cargos, ou seja, 226 cargos comissionados, pode apostar, vai passar.
o atual chefe do mp , colocou o mp onde deve estar na lama , estar rolando os depoimentos sobre o caso águia net , só ir atrás de rodier e José Maria e tudo vai ficar solucionado kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, a parcela de r$-57.000,00 por mês , 20%por cento pra cada r$-15.000,00 por mês , e ou não um bom negocio
E o pior é vê-lo dizer que os servidores querem trabalhar oito horas porque terao aumento de 33% . So que nele não fala que na verdade serão somente 10%. Ele quer deduzir 10 de uma lei estadual, 12 que todo o estado se viu obrigado a pagar depois de perder uma batalha judicial em uma acão que rolava há muito tempo sobrando somente 10. Acreditem
Anonimo 22:14, já que vc sabe tanto sobre este caso AGUIA NET, deveria formular uma denúncia de forma anônima mesmo, como tudo que vc sabe, para promotoria de improbidade, lá seria distribuído para um promotor, se por sorte, caísse nas mãos do DR Firmino, aí vc ia ver o circo pegar fogo. Faça isto, mas veja bem, com fundamentos, facilite o trabalho.
Absurdo!
Existe um cadastro de reservas imenso de analistas jurídicos que realizam a mesma função dos COMISSIONADOS!
O MP esta prestes a desrespeitar o cocnursos de 2013, vigente por mais muito tempo!
Parece que os promotores nao querem alguém estável como seus assessores, para que os comissionados, com medo de saírem p, além de apadrinhados, virem seus escravos. Eles tem medo de servidor estável!
Esse é o fiscal da lei.
ao 9 de maio de 2014 00:12 já esta sendo investigado , inclusive ate promotores deram depoimento , a corregedoria do mp esta trabalhando .
Arruma um pra mim, aê mano!!
10 de maio de 2014 12:54, a corregedoria do MP está trabalhando ou enrolando? Lá é um tremendo faz de conta. Quero só ver se vai dar em alguma coisa que não seja o arquivamento que é a praxe. Será que a corregedoria vai chegar a algum membro ou vai arranjar um servidor para pagar o pato. Será que a corregedoria vai ter coragem de investigar o PGJ, mesmo sabendo o que aconteceu com o único que resolveu denunciar o PGJ e que acabou processado pelo CNMP?
Parece cara de doido
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