quarta-feira, 31 de julho de 2013

CRM – Cordero da Silva, a escalada do arrivismo


        A escalada do arrivismo. Assim pode ser resumida a trajetória de José Antonio Cordero da Silva (foto, o segundo da esq. para a dir.), um casca-grossa incorrigível, por conta de vícios de origem, mas com um apurado senso de oportunidade, como é próprio dos carreiristas. Nele perdura o rústico Bacalhau, alcunha da juventude, supostamente derivado do fato da família ter uma mercearia, na qual vendia-se o peixe geralmente comercializado seco e salgado, apelido que fatalmente evoca o chiste cunhado pelo histriônico Jânio Quadros, ao ironizar Mário Covas – o nome é o homem. De parcos pudores éticos, Cordero da Silva revela-se habitualmente atento sobre para onde sopram os ventos do poder, pavimentando sua ascensão com um pragmatismo cirúrgico, capaz de torná-lo abominavelmente truculento, às vezes resvalando para a molecagem, com os adversários, aos quais costuma tratar como inimigos, mas mostra-se sempre servil como uma gueixa em relação aos poderosos da hora. Assim, tornou-se vice-reitor da UEPA, para posteriormente chegar a reitor, acabando, porém, por amargar o doloroso ônus por sua postura, materializado no estigma que representam as suspeitas de improbidade administrativa. É emblemático desse desgaste a derrota que sofreu, na mais recente eleição para o Conselho Federal de Medicina.
        Nada mais ilustrativo do pragmatismo pouco ético de Cordero da Silva que sua ascensão na UEPA. No Consun, o Conselho Universitário, sobressaiu como fiel escudeiro da reitora Izabel Amazonas, a folclórica Zazá Arma Zona, notabilizada pela intolerância, na esteira da qual ficou célebre por pretender criminalizar o contraditório. Mas Izabel Amazonas ostentava um predicado caro a Cordero da Silva – era íntima do todo-poderoso deputado federal Nilson Pinto, do PSDB, o Nilsinho, o ex-reitor da UFPA, a Universidade Federal do Pará, naquela altura uma das cabeças coroadas da tucanalha que ascendera ao poder, com a eleição para o governo do Pará de Almir Gabriel. Na época, sempre que precisava sair em defesa das lambanças de Zazá Arma Zona, nas reuniões do Consun, ele costumava mandar desligar o som, para vociferar suas diatribes, pontuadas por palavras de baixo calão, mandando às favas o decoro que é lícito cobrar, em se tratando de docentes de uma instituição de ensino superior. “Era simplesmente patético”, recorda uma das testemunhas dos barracos protagonizados por Cordero da Silva no Consun da UEPA.

        Aceitar ser vice-reitor de alguém do jaez de Fernando Antônio Colares Palácios, ungido reitor da UEPA por Nilson Pinto, é revelador do caráter de Cordero da Silva, por se tratar de uma dessas opções que ou desmente um currículo, ou diz tudo sobre ele. Para além da soberba, da qual costumeiramente se valem os medíocres para mascarar sua estultícia, Palácios notabilizou-se não por eventuais méritos acadêmicos, mas por portar-se como um boy qualificado de Izabel Amazonas, então a favorita na corte de Nilson Pinto e notória preposta deste. Na UEPA, intramuros, o sucessor de Zazá Arma Zona era descrito como alguém que só se distingue de uma anta pelo brilho de inteligência no olhar – da anta. Exatamente por ser incondicionalmente servil a sua antecessora, e por extensão a Nilson Pinto, não surpreendeu Palácios ser flagrado, como reitor, patrocinando os malfeitos denunciados à Justiça, em uma ação popular. Malfeitos coonestados, por atos ou omissões, por Cordero da Silva.

2 comentários :

Anônimo disse...

Imaginem que estamos falando da entidade que congrega os médicos no Pará, o Conselho Regional de Medicina.
Não existe fiscalização para esse tipo de entidade, Barata? Os próprios médicos não tem como fazer isso. Aposto que muitos não sabem como funciona a política de interesses nos porões da entidade. Que vergonha

Anônimo disse...

esse cara pálida ai ao lado do cordero é o paulo amorim do betina ferro,ne?