A
escalada do arrivismo. Assim pode ser resumida a trajetória de José Antonio Cordero da Silva (foto, o
segundo da esq. para a dir.), um casca-grossa incorrigível, por conta de
vícios de origem, mas com um apurado senso de oportunidade, como é próprio dos
carreiristas. Nele perdura o rústico Bacalhau,
alcunha da juventude, supostamente derivado do fato da família ter uma
mercearia, na qual vendia-se o peixe geralmente comercializado seco e salgado,
apelido que fatalmente evoca o chiste cunhado pelo histriônico Jânio Quadros,
ao ironizar Mário Covas – o nome é o homem. De parcos pudores éticos, Cordero
da Silva revela-se habitualmente atento sobre para onde sopram os ventos do
poder, pavimentando sua ascensão com um pragmatismo cirúrgico, capaz de
torná-lo abominavelmente truculento, às vezes resvalando para a molecagem, com os
adversários, aos quais costuma tratar como inimigos, mas mostra-se sempre servil como uma
gueixa em relação aos poderosos da hora. Assim, tornou-se vice-reitor da UEPA,
para posteriormente chegar a reitor, acabando, porém, por amargar o doloroso ônus
por sua postura, materializado no estigma que representam as suspeitas de
improbidade administrativa. É emblemático desse desgaste a derrota que sofreu,
na mais recente eleição para o Conselho Federal de Medicina.
Nada
mais ilustrativo do pragmatismo pouco ético de Cordero da Silva que sua
ascensão na UEPA. No Consun, o Conselho Universitário, sobressaiu como fiel
escudeiro da reitora Izabel Amazonas, a folclórica Zazá Arma Zona, notabilizada pela intolerância, na esteira da qual
ficou célebre por pretender criminalizar o contraditório. Mas Izabel Amazonas ostentava
um predicado caro a Cordero da Silva – era íntima do todo-poderoso deputado
federal Nilson Pinto, do PSDB, o Nilsinho,
o ex-reitor da UFPA, a Universidade Federal do Pará, naquela altura uma das cabeças coroadas da tucanalha que
ascendera ao poder, com a eleição para o governo do Pará de Almir Gabriel. Na época,
sempre que precisava sair em defesa das lambanças de Zazá Arma Zona, nas reuniões do Consun, ele costumava mandar
desligar o som, para vociferar suas diatribes, pontuadas por palavras de baixo
calão, mandando às favas o decoro que é lícito cobrar, em se tratando de
docentes de uma instituição de ensino superior. “Era simplesmente patético”,
recorda uma das testemunhas dos barracos protagonizados por Cordero da Silva no
Consun da UEPA.
Aceitar
ser vice-reitor de alguém do jaez de Fernando Antônio Colares Palácios, ungido reitor
da UEPA por Nilson Pinto, é revelador do caráter de Cordero da Silva, por se
tratar de uma dessas opções que ou desmente um currículo, ou diz tudo sobre ele. Para
além da soberba, da qual costumeiramente se valem os medíocres para mascarar
sua estultícia, Palácios notabilizou-se não por eventuais méritos acadêmicos,
mas por portar-se como um boy qualificado de Izabel Amazonas, então a favorita
na corte de Nilson Pinto e notória preposta deste. Na UEPA, intramuros, o
sucessor de Zazá Arma Zona era
descrito como alguém que só se distingue de uma anta pelo brilho de inteligência no olhar – da anta. Exatamente por ser incondicionalmente servil a sua antecessora, e
por extensão a Nilson Pinto, não surpreendeu Palácios ser flagrado, como
reitor, patrocinando os malfeitos denunciados à Justiça, em uma ação popular.
Malfeitos coonestados, por atos ou omissões, por Cordero da Silva.
2 comentários :
Imaginem que estamos falando da entidade que congrega os médicos no Pará, o Conselho Regional de Medicina.
Não existe fiscalização para esse tipo de entidade, Barata? Os próprios médicos não tem como fazer isso. Aposto que muitos não sabem como funciona a política de interesses nos porões da entidade. Que vergonha
esse cara pálida ai ao lado do cordero é o paulo amorim do betina ferro,ne?
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