domingo, 29 de julho de 2018

JUSTIÇA – Bandidos togados


MURAL – Queixas & Denúncias


BLOG – Supremo Tribunal Federal suspende censura imposta pela Justiça do Pará por críticas a Ampep

Ministro Luiz Fux, do STF: "Decisões judiciais como a aqui impugnada
[a da Justiça do Pará] se revelam como verdadeiras formas de censura".

“Determinações judiciais como a aqui impugnada [a da Justiça paraense] se revelam como verdadeiras formas de censura, aniquilando completamente o núcleo essencial dos direitos fundamentais de liberdade de expressão e de informação, bem como [...] fragilizando todos os demais direitos e garantias que a Constituição protege.”
Foi sob esse entendimento que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux suspendeu uma decisão da Justiça do Pará que havia determinado ao Google retirar do ar seis reportagens do Blog do Barata que criticavam a atuação da Ampep (Associação do Ministério Público do Estado do Pará). A manifestação de Fux foi noticiada pela “Folha de S. Paulo”, em 11 de julho, após ser publicada no site do STF, em 10 de julho.
As publicações censuradas criticavam a Ampep que, na visão do editor do blog, deixou de defender o promotor Alexandre Couto Neto em uma contenda com o então procurador-geral de Justiça Marco Antônio Ferreira das Neves, vulgo Napoleão de Hospício, cuja gestão foi pontuada por denúncias de corrupção e patrimonialismo. O mesmo Neves orquestrou uma solicitação de censura ao blog, requerida pelo MPE (Ministério Público do Estado do Pará) e avalizada pela PGE (Procuradoria Geral do Estado), que ajuizou uma ação, acatada pela Justiça do Pará, a pretexto de uma suposta “campanha de satanização e perseguição ao Parquet Estaudal (sic)”.
Couto, na época de sua contenda com o então procurador-geral de Justiça, após advertir Neves sobre a irregularidade e não obter resposta, denunciou ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) a contratação - por um valor exorbitante - da Fundação Carlos Chagas sem licitação, como exigia o Ministério Público dos órgãos fiscalizados em situações análogas. Sem que lhe fosse concedida a chance de ser ouvido pelo CNMP, ao contrário do que foi feito com o então procurador-geral de Justiça, Couto acabou respondendo a um PAD, Processo Administrativo Disciplinar, a pretexto de supostamente ter sido desrespeitoso em sua denúncia.

BLOG – A notícia da “Folha de S. Paulo”


Abaixo, a transcrição, na íntegra, da notícia da “Folha de S. Paulo” sobre a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux suspendendo uma decisão da Justiça do Pará que havia determinado ao Google retirar do ar seis reportagens do Blog do Barata que criticavam a atuação da Ampep (Associação do Ministério Público do Estado do Pará):

Ministro do STF suspende decisão da Justiça do Pará que tirou reportagens do ar

Para Luiz Fux, determinação de turma recursal de Belém foi uma forma de censura

11.jul.2018 às 15h39

Reynaldo Turollo Jr

BRASÍLIA – O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu uma decisão da Justiça do Pará que havia mandado o Google Brasil retirar do ar seis reportagens publicadas em um blog local que criticavam a atuação da Associação do Ministério Público do Estado do Pará (Ampep).
A decisão, em caráter liminar (provisório), é do dia 13 de junho e foi divulgada no site do Supremo nesta terça-feira, 10. As publicações foram feitas pelo Blog do Barata, hospedado na plataforma do Google, e eram críticas à Ampep, que, na visão do jornalista, deixou de defender um promotor que havia tido uma contenda com o então procurador-geral de Justiça.
Fux atendeu pedido do Google no âmbito de uma reclamação (um tipo de processo que visa resguardar a autoridade do STF) que sustenta que a ordem da Turma Recursal Permanente de Belém de tirar reportagens do ar afrontou decisão do Supremo de 2009 que derrubou a Lei deImprensa, que estava em vigor desde 1967, declarando-a inconstitucional.
“Apesar de não se tratar de direito absoluto, a liberdade de expressão possui alcance amplo, abrangendo todo tipo de opinião, convicção, comentário ou avaliação sobre qualquer tema ou sobre qualquer indivíduo, envolvendo tema de interesse público ou não, não cabendo ao Estado a realização do crivo de quais dessas manifestações devem ser tidas ou não como permitidas, sob pena de caracterização de censura”, escreveu Fux.
O ministro citou, além do julgamento que derrubou a Lei de Imprensa, a decisão do plenário da corte de liberar biografias sem autorização prévia do biografado ou de sua família.
Segundo Fux, o Supremo tem defendido a primazia da livre e plena manifestação do pensamento e da informação, invés da censura, indicando as medidas judiciais reparatórias para sanar eventuais lesões a direitos individuais supostamente ofendidos.
“Determinações judiciais como a aqui impugnada [a da Justiça paraense] se revelam como verdadeiras formas de censura, aniquilando completamente o núcleo essencial dos direitos fundamentais de liberdade de expressão e de informação, bem como [...] fragilizando todos os demais direitos e garantias que a Constituição protege”, afirmou o ministro.
O juízo de primeira instância havia entendido que a liberdade de expressão e de informação “não pode servir para amparar agressões desarrazoadas ou que ultrapassam os limites de divulgação, informação, expressão de opinião ou livre discussão dos fatos”.
O Google recorreu à Turma Recursal Permanente de Belém, que manteve a sentença sob o argumento de que as reportagens publicadas eram abusivas.
Fux determinou que a Justiça paraense e o Google sejam informados sobre sua decisão liminar e abriu prazo para a Procuradoria Geral da República se manifestar. O Supremo ainda julgará o mérito da reclamação.

BLOG – A truculência togada

Ana Lúcia Bentes Lynch, a juíza cuja censura foi suspensa pelo STF.
Samir  Dahas, cuja intolerância encontrou terreno fértil no TJ do Pará. 

Em postagem de 13 de novembro de 2015, foi denunciada a recorrente truculência togada da juíza Ana Lúcia Bentes Lynch, da 2ª Vara do Juizado Especial Cível, que impôs a censura prévia ao Blog do Barata, proibindo-me de não só veicular o nome, mas também de fazer qualquer referência sobre a pessoa ou imagem do promotor de Justiça Samir Tadeu Moraes Dahas Jorge, ex-presidente da Ampep, a Associação do Ministério Público do Estado do Pará.
Anteriormente, em solicitação acatada pela mesma Ana Lúcia Bentes Lynch - em sentença ratificada pela Turma Recursal Permanente de Belém, sob o simplório argumento de que as reportagens publicadas eram abusivas, sem, porém, conseguir caracterizá-las como tais -, o ex-presidente da Ampep já obtivera na Justiça do Pará, em outra ação ajuizada contra mim, a remoção das postagens nas quais foi criticado, diante da sua postura silente, à frente da entidade, em relação ao imbróglio em cujo epicentro figurou Alexandre Couto, este sim um promotor de Justiça de competência, experiência e probidade reconhecidas.
Abaixo, a transcrição, na íntegra, da postagem, de 13 de novembro de 2015, sobre os despautérios da juíza Ana Lúcia Bentes Lynch:

BLOG – Na contramão da Constituição e da decência, Ana Lúcia Bentes Lynch impõe censura prévia

Em uma decisão graciosa, na contramão da liberdade de expressão assegurada pela Constituição Federal, e de um mínimo indispensável de decência, a juíza Ana Lúcia Bentes Lynch, da 2ª Vara do Juizado Especial Cível, exumou um execrável instrumento que se imaginava sepultado com a ditadura militar, ao impor a censura prévia ao Blog do Barata. A magistrada proibiu-me de não só veicular o nome, mas também de fazer qualquer referência sobre a pessoa ou imagem do promotor de Justiça Samir Tadeu Moraes Dahas Jorge, ex-presidente da AMPEP, a Associação do Ministério Público do Estado do Pará, sob pena de multa diária de R$ 200,00, no limite de R$ 5 mil reais. O interdito proibitório imposto pela juíza ocorre na esteira de uma ação de indenização, no valor de R$ 31.520,00, movida contra mim por Samir Tadeu Moraes Dahas Jorge, a pretexto de supostos danos morais, após ter sido criticado, pelo blog, por sua atuação quando presidente da Ampep. Anteriormente, em solicitação acatada pela mesma Ana Lúcia Bentes Lynch, o ex-presidente da Ampep já obtivera na Justiça, em outra ação ajuizada contra mim, a remoção das postagens nas quais foi criticado, diante da sua postura silente, à frente da entidade, em relação ao imbróglio em cujo epicentro figurou Alexandre Couto, este sim um promotor de Justiça de competência, experiência e probidade reconhecidas. É justamente a censura dessas postagens - em decisão ratificada pela Turma Recursal Permanente de Belém, sob o argumento de que as reportagens publicadas eram abusivas - que foi suspensa pelo ministro Luiz Fux, do STF.
O que o promotor de Justiça Samir Tadeu Moraes Dahas Jorge tomou como dano moral foi a denúncia sobre sua postura servil à frente da Ampep, própria de boy qualificado dos poderosos de plantão, em relação ao então procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves, também conhecido, por seu mandonismo e truculência, como Napoleão de Hospício. Quando Neves investiu, como cão raivoso, contra o promotor de Justiça Alexandre Couto, que denunciara a ilegalidade da contratação pelo Ministério Público Estadual – sem licitação – da Fundação Carlos Chagas, a Ampep manteve-se silente. O oposto do que ocorreu, quando um prefeito do interior vociferou contra um promotor de Justiça. Por cumprir o seu papel, Alexandre Couto acabou respondendo a um PAD, processo administrativo disciplinar, graciosamente imposto pelo CNMP, o Conselho Nacional do Ministério Público, em uma acintosa manifestação de corporativismo que tisnou a credibilidade do órgão.
Diante da denúncia sobre a sua solidariedade seletiva, Samir Tadeu Moraes Dahas Jorge, então presidente da Ampep, alegou, pateticamente, que a associação colocara sua assessoria jurídica à disposição do promotor de Justiça Alexandre Couto. Vagueando entre a estultícia e a má-fé, omitiu que dispor de assistência jurídica, por parte da entidade, é um direito natural de qualquer associado da Ampep. A possibilidade de uma manifestação pública de desagravo, que mereceu o promotor de Justiça atacado por um prefeito do interior, foi servilmente recusada a Alexandre Couto, reconhecido, repita-se, porque pertinente, como um profissional de competência, experiência e probidade inquestionáveis.

BLOG – Com Neves, MPE orquestrou iniquidades

Marcos Antônio Neves (à esq.) com Jatene: sob seu comando
o MPE viu-se reduzido a um cúmplice retroativo da ditadura.


A censura provocada por críticas a Ampep (Associação do Ministério Público do Estado do Pará), suspensa liminarmente pelo ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), é mais um deprimente capítulo da sucessão de iniquidades que têm por alvo o Blog do Barata e atentam contra a liberdade de imprensa. Ironicamente, a mais patética das investidas foi orquestrada pelo MPE, o Ministério Público do Estado do Pará. Entre o patético e o hilário, atendendo solicitação do MPE a PGE (Procuradoria Geral do Estado do Pará) ajuizou uma ação, impondo a censura ao blog, a pretexto de uma suposta “campanha de satanização e perseguição ao Parquet Estaudal (sic), isto em virtude da atuação de alguns dos seus membros, bem como por conta do direcionamento de questões administrativas da instituições, cujas decisões (sic) não concorda”.
Se a petição inicial, subscrita pelo então procurador-geral do Estado, Caio Trindade, e por Ricardo Seffer, procurador do Estado, soa graciosa, a liminar do juiz substituto Luiz Gustavo Viola Cardoso é um primor em matéria de estultícia servil. O magistrado determina que eu retire e abstenha-me de veicular no blog, “ou qualquer outra publicação” de minha autoria, “expressões ofensivas, injuriosas, pejorativas e grotescas dirigidas a instituição Ministério Público do Estado do Pará e seus órgãos administrativos, sob pena de multa pessoal diária”, que o magistrado arbitra em R$ 1 mil, “sem prejuízo da prática de crime e sanções civis”.
Pelos seus termos, a petição inicial exibe a profundidade intelectual de um livro de autoajuda e fatalmente soa graciosa, ao tentar blindar contra críticas o Ministério Público Estadual - e mais particularmente a gestão de Marcos Antônio Ferreira das Neves, pontuada por denúncias de corrupção e patrimonialismo -, valendo-se, para tanto, de malabarismos semânticos. A lambança teve o aval do juiz substituto Luiz Gustavo Viola Cardoso, cuja manifestação vagueia entre a obtusidade togada e o arrivismo próprio dos magistrados que, mirando na ascensão funcional, submetem-se aos caprichos dos poderosos de plantão, como boys qualificados. Ao tratar de circunstanciais falcatruas e/ou deslizes éticos do MPE e seus membros estou proibido de utilizar-me dos seguintes termos, “e congêneres”: “tramoia” (sic), “silêncio obsequioso”, “sinecuras”, “orgia de sinecuras” e ”trem da alegria”. Mais pateticamente gracioso, impossível.
Abjeta, a iniciativa foi decidida em uma reunião clandestina do colégio de procuradores, ao término de uma reunião formal do colegiado, sob o comando do então procurador-geral de Justiça Marco Antônio Ferreira das Neves, também conhecido como Napoleão de Hospício, por seu desprezo a pudores éticos. Abstiveram-se de participar do conluio os procuradores de Justiça Nelson Medrado e Tereza Cristina Barata de Lima, que não participaram da reunião clandestina.

BLOG – O ardil do Napoleão de Hospício

Neves, o Napoleão de Hospício, na montagem
que serviu de álibi para retaliar o Blog do Barata.


Para driblar a possibilidade de ser confrontado com as suspeitas de corrupção e patrimonialismo que pontuaram sua gestão, o então procurador-geral de Justiça Marcos Antônio Ferreira das Neves, vulgo Napoleão de Hospício, valeu-se do cargo para tisnar a imagem do Ministério Público Estadual como fiscal da lei, ao transformá-lo em cúmplice retroativo da ditadura militar. Em ação ajuizada pelo MPE na 5ª Vara do Juizado Especial Criminal de Belém, na denúncia oferecida pelo promotor de Justiça Marcelo Batista Gonçalves sou acusado de injúria a servidor público no exercício da função, por reporta-me a Neves, no Blog do Barata, como Napoleão de Hospício, por publicar uma montagem caracterizando o procurador geral de Justiça como Napoleão Bonaparte e por criticá-lo por “ausência de pudores éticos”. A ação embute um ardil, que é a premissa de que o crime de injúria não comporta a exceção da verdade, pela qual o acusado pode provar que os fatos imputados à vítima são verdadeiros, como no caso do reajuste do contrato da Águia Net em mais de 100%, quando a lei 8.666 só autoriza o máximo de 25% (o valor licitado foi de R$ 490 mil e o MPE acabou pagando mais de R$ 1 milhão), em um escândalo ignorado pela corregedoria do MPE. Ou seja, Marcos Antônio Ferreira das Neves pretendeu obter minha condenação, sem a necessidade de defender-se das tramoias das quais é suspeito, denunciadas pelo Blog do Barata, e que já tornaram-no réu, por improbidade administrativa, em ação movida pelo próprio MPE, por iniciativa da procuradora de Justiça Criminal Ana Teresa do Socorro da Silva Abucater, notabilizada pela coragem moral e perfil abrasivo. A ação por improbidade administrativa foi ajuizada na esteira da nomeação como assessor do ex-procurador-geral de Justiça, na contramão do que determina o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos do Estado do Pará, de André Ricardo Otoni Vieira, apesar de sócio-administrador em duas das empresas de Neves e que também atuou como advogado deste, inclusive em horário de expediente. Contando com a cumplicidade da máfia togada, a banda podre da Justiça do Pará, Neves obteve o gracioso arquivamento da ação. Neves também nomeou como assessor, convém lembrar, Gil Henrique Mendonça Farias, namorado da sua filha e que fora reprovado em concurso público do MPE.
No contencioso no qual sou réu, a realização da audiência, conduzida pela juíza substituta Haila Haase de Miranda, foi, por si só, um acintoso desrespeito aos mais elementares princípios do rito processual. A ação movida pelo MPE padece de um vício de origem – a citação ineficaz. Em 27 de janeiro de 2016, uma quarta-feira, recebi, por determinação da juíza Silvana Maria de Lima e Silva, uma intimação para a audiência de conciliação, sem que a ela viesse anexada a cópia da petição inicial, como determina o rito processual, cerceando com isso meu direito de defesa (Leia aqui). Recusei-me, por isso, a recibar a intimação, a despeito do que a juíza Silvana Maria de Lima e Silva deu andamento à ação, no que revelou-se claramente tendenciosa. Ao assim fazer, a juíza Silvana Maria de Lima e Silva, repita-se, cerceou minha defesa, ao impedir de apresentá-la no prazo de 10 dias, fixado em lei. Posteriormente, a juíza Silvana Maria de Lima e Silva marcou para 7 de dezembro de 2016, às 10 horas, a audiência de instrução e julgamento, da qual tive conhecimento em novo mandado de citação e intimação, dessa vez remetido pelos Correios e por mim recebido a 10 de novembro de 2016, embora ignorando o teor da denúncia oferecida. Essa audiência foi em seguida transferida para 17 de fevereiro de 2017, e dela fui notificado já em 14 de janeiro deste ano, um sábado, em novo mandato de citação e intimação, entregue por uma bela oficial de Justiça e anexando tardiamente a petição inicial.
Não é difícil concluir daí, sem o risco de incorrer em juízo temerário, um conluio para condenar-me. Essa tarefa foi atribuída à juíza substituta Haila Haase de Miranda, não por acaso filha de um promotor de Justiça, Claudomiro Lobato de Miranda, e que, antes de ingressar na magistratura, foi assessora do subprocurador-geral de Justiça. Isso certamente explica a postura subserviente, de reverência, mesmo, de Haila Haase de Miranda em relação a promotora de Justiça Bethania Maria da Costa Corrêa, na audiência de instrução e julgamento. Loquaz e pernóstica, apesar de revelar-se intelectualmente rasa, Bethania Maria da Costa Corrêa destacou-se pelo exibicionismo de fanchona em roda lésbica, pontificando na audiência como se a magistrada fosse. Na audiência, a juíza Haila Haase de Miranda comportou-se literalmente como se fosse uma mera escrivã, inclusive encarregando-se de digitar os depoimentos.

BLOG – Juíza manda escrúpulos e decoro às favas

Ricardo Albuquerque da Silva, o promotor bebum,
graciosamente blindado pela juíza Ana Selma Timóteo.

Vídeo do flagrante de Ricardo Albuquerque da Silva
dirigindo bêbado, exibido nos telejornais da TV Liberal.

Mais recentemente, a juíza Ana Selma da Silva Timóteo, uma obscura magistrada que respondia pela 1ª Vara do Juizado Especial Civil e Criminal do Idoso, impôs a mais draconiana censura já sofrida nos 13 anos de existência do Blog do Barata. A sanha obscurantista da magistrada, que mandou os escrúpulos e o decoro às favas, foi deflagrada ao conceder, graciosamente, um pedido de tutela antecipada de Ricardo Albuquerque da Silva, vulgo Dick Crazy (codinome que adotou quando jovem e que a ele aderiu, significando em português Pau Louco), um atrabiliário procurador de Justiça flagrado pela Polícia Rodoviária Federal, em 30 de outubro de 2011, dirigindo bêbado, e que por isso foi detido, em episódio registrado pela TV Liberal, afiliada da Rede Globo de Televisão, e levado ao ar nas duas edições do telejornal Liberal, em um imbróglio repercutido pelo Blog do Barata. Covarde, incapaz de honrar as calças que veste mesmo quando sóbrio, Silva não ousou investir contra a TV Liberal, mas processou a própria cunhada, Nilceele Monteiro e Silva, a quem acusou de forjar o flagrante, em uma aventura judicial que não prosperou, além de ajuizar ações civil e criminal contra mim, alegando injúria, calúnia e danos morais. Na ação civil, porque revel, fui condenado. A ação criminal foi arquivada pelo juiz Procion Klautau, por decadência, o que vem a ser a perda do direito em si, por não ter sido exercido em um período de tempo razoável. Decadência que a juíza substituta Haila Haase de Miranda - não por acaso filha de um promotor de Justiça, Claudomiro Lobato de Miranda, e que, antes de ingressar na magistratura, foi assessora do subprocurador-geral de Justiça - se recusou a reconhecer, quando teve oportunidade de fazê-lo.
Mais patética que a pretensão de Silva, foi a juíza Ana Selma da Silva Timóteo atendê-la integralmente, em decisão que fatalmente sugere um conluio com motivações escusas. A magistrada não só mandou remover as postagens que tratam sobre os desdobramentos da carraspana do procurador de Justiça bebum e as litigâncias de má-fé por ele promovidas, como foi além, bem mais além, dos limites toleráveis, como um verdugo togado, disposto a sepultar impiedosamente, à margem da lei, o direito à informação e a liberdade de imprensa. A juíza Ana Selma da Silva Timóteo simplesmente determinou também, complementarmente, que o editor do Blog do Barata “abstenha-se de republicar tais matérias, ou se referir, em novas publicações, ao fato ocorrido na barreira da Polícia Rodoviária Federal em Ananindeua, na data de 30 de outubro de 2011, ou se reportar ao requerente acerca desse fato, seja pelo nome, apelido, alcunha ou qualquer expressão ou imagem capaz de identificar o autor, até decisão final nestes autos”. Em caso de descumprimento de suas determinações, a juíza estipula uma multa diária de R$ 500,00, a ser revertida em favor de Ricardo Albuquerque da Silva, o procurador de Justiça pinguço.
Com o posterior endosso do juiz Marcio Campos Barroso Rebelo, em sua decisão a juíza Ana Selma da Silva Timóteo revela-se inocultavelmente tendenciosa. Ela começa por ignorar o artigo 5º, inciso nº. IX, da Constituição Federal, de acordo com o qual é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença, estatuindo como sendo um direito previsto constitucionalmente e autoaplicável o exercício da liberdade de imprensa e comunicação. A magistrada também despreza, tendenciosamente, decisão do STF, a partir de votodo ministro Celso de Mello, aprovado por unanimidade pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal. No entendimento do Supremo, o direito dos jornalistas de criticar pessoas públicas, quando motivado por razões de interesse coletivo, não pode ser confundido com abuso da liberdade de imprensa. “A crítica que os meios de comunicação social dirigem às pessoas públicas, por mais dura e veemente que possa ser, deixa de sofrer, quanto ao seu concreto exercício, as limitações externas que ordinariamente resultam dos direitos de personalidade”, afirmou Celso de Mello.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

CAMINHONEIROS - A greve e o desgoverno


MURAL – Queixas & Denúncias


BLOG – Um comovido agradecimento


Agradeço, comovido, as palavras de estímulo pelo retorno do blog, dentro das possibilidades que a saúde permite. Agradeço, em particular, ao leitor que, com visível conhecimento de causa, instrui sobre a alternativa capaz de conter a investida dos bandidos togados, na tentativa de calar-me.
Por solidariedade a gente não agradece, a gente se comove. Mas é impossível represar o agradecimento pela generosidade.
Obrigado, mas muito obrigado, mesmo.

FUNTELPA – Intervenção do Ministério Público aborta contratação de advogado por inexibilidade de licitação

Adelaida Pontes, presidente da Funtelpa: inexplicável contratação
de advogado abortada após recomendação do Ministério Pública. 
Paolo Nassar Blagitz, o advogado de fugaz passagem pela Funtenpa.

Uma recomendação do promotor de Justiça Antônio Lopes Mauricio, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa do MPE, o Ministério Público Estadual, abortou uma contratação patrocinada pela presidente da Funtelpa, Adelaide Oliveira de Lima Pontes, que ganhou visibilidade como garota-propaganda das administrações do PSDB, antes de ser catapultada para a direção da Fundação Paraense de Radiofusão, a despeito do opaco currículo. Por inexibilidade de licitação, cujo extrato foi publicado na edição de 10 de agosto de 2017 do Diário Oficial, a Funtelpa contratou o advogado Paolo Nassar Blagitz, a pretexto de “prestação de serviços jurídicos especializados na área trabalhista”, pelo período de seis meses. O valor global da contratação foi de R$ 72 mil, o que significa uma remuneração mensal de R$ 12 mil. Após os questionamentos suscitados pelo promotor de Justiça Antônio Lopes Mauricio, foi rescindido o contrato com Blagitz, que para além da qualificação profissional exibe, no currículo, ter advogado para candidatos do PSDB, a legenda do governador Simão Jatene.
A priori, a contratação de Blaiz soou inusitada porque a Funtelpa dispõe de um procurador fundacional, Fabricio Vasconcelos de Oliveira, aprovado em concurso público e cuja remuneração mensal líquida é de pouco mais de R$ 12 mil. Ao lado disso, as demandas trabalhistas contra a fundação não são tantas que não possam ser patrocinadas pelo procurador fundacional. Inclusive, Paolo Nassar Blagitz, o advogado contratado, atuou em ações trabalhistas conjuntamente com o procurador fundacional, Fabricio Vasconcelos de Oliveira. Formado em 2007 pelo Cesupa, o Centro Universitário do Pará, hoje Unama, a Universidade da Amazônia, exibindo especialização em direito material e processual do trabalho pela Faculdade Damásia de Jesus, de São Paulo, Blagitz integra o escritório Blagitz, Erichsen, Barata & Mai, que atua no patrocínio de diversas causas. Mas, para além da sua qualificação, saltou aos olhos, a quando da sua contratação pela Funtelpa, ele ter advogado candidatos do PSDB – Dr. Deca, candidato derrotado a prefeito de Santa Maria, em 2012, e Maisa Sales Gama Tobias, candidata derrotada a vereadora de Belém, em 2016.

FUNTELPA – Exigências para inexigibilidade


Nos termos dos artigos 25, inciso II, e 13, inciso V, da Lei 8.666/93 (Lei de Licitações), não é qualquer serviço que pode ser diretamente contratado pela Administração, mas apenas aqueles que são, concomitantemente, técnicos e especializados, de natureza singular e prestados por profissional ou empresa de notória especialização. A notória especialização do profissional contratado e a singularidade do serviço técnico prestado, devem ser demonstrados, não cabendo apenas a alegação.
Quando a Lei de Licitações fala em natureza singular do serviço, deixa claro que não é qualquer serviço, e exige que o serviço seja complexo para ser considerado singular. Os serviços que podem ser prestados por qualquer profissional devidamente habilitado não são singulares. A notória especialização exigida pela Lei de Licitações significa que o profissional ou a empresa contratada devem ser conceituada no campo de sua especialidade, permitindo concluir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato. 
O MPE tem ajuizado ações contra as contratações de advogados para o patrocínio de defesa de órgãos públicos, por entender esta deve ser feita por servidores concursados ocupantes de cargo de procurador, inclusive fundacional.

FUNTELPA – A inexigibilidade e o contrato


O Diário Oficial do Estado de 10 de agosto de 2017 trouxe a publicação do extrato do Termo de Inexigibilidade de Licitação e do contrato assinado pela presidente da Funtelpa, Adelaide Oliveira de Lima Pontes.


TERMO DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO – 011/2017

Processo n. º 2017/323275
Origem: Contratação de Profissional para prestação de Serviços Jurídicos Especializados na área Trabalhista em face dos processos de interesse da FUNTELPA, pelo período de 06(seis) meses.
Contratado: PAOLO NASSAR BLAGITZ – OAB/PA Nº 14.206
CPF: 731.122.672-49
Endereço: Rua João Balbi, 187, Nazaré, CEP: 66.060-280 – Belém/PA
Valor Global: R$ 72.000,00 (setenta e dois mil reais).
Fundamento: Art. 25, II, da Lei Federal n° 8.666/93
DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA:
Dotação Orçamentária: 65.201.24.122.1297.8338
Elemento: 33.90.36
Fonte: 0101             
PI: 4200008338C
Belém/PA, 28 de julho de 2017.
Ordenadora: Adelaide Oliveira de Lima Pontes
Presidente da FUNTELPA
Protocolo: 214265

CONTRATO Nº 032/2017

Processo n. º 2017/323275
Origem: Contratação de Profissional para prestação de Serviços Jurídicos Especializados na área Trabalhista em face dos processos de interesse da FUNTELPA, pelo período de 06(seis) meses.
Valor Global: R$ 72.000,00 (setenta e dois mil reais).
Origem: Inexigibilidade N. º 011/2017                                          
Fundamento: Art. 25, II, da Lei Federal n° 8.666/93
Data Assinatura: 01/08/2017
Vigência: 01/08/2017 a 01/01/2018
Dotação Orçamentária: 65.201.24.122.1297.8338
Elemento: 33.90.36 OUTROS SERVIÇOS DE TERCEIROS PESSOA FÍSICA.
Fonte: 0101
PI: 4200008338C
Contratado: PAOLO NASSAR BLAGITZ – OAB/PA Nº 14.206
CPF: 731.122.672-49
Endereço: Rua João Balbi, 187, Nazaré, CEP: 66.060-280 – Belém/PA
Telefone: (91) 3199-3229
Ordenadora: Adelaide Oliveira de Lima Pontes
Presidente da FUNTELPA

MPE - Revanchismo de Neves incendeia sucessão

Marcos Antônio Neves (à esq.) com Simão Jatene, o avalista do
passado, hoje alvo do ressentimento do ex-procurador-geral. 

Na versão vazada dos bastidores do Ministério Público Estadual, é atribuído ao ex-procurador-geral de Justiça Marco Antônio das Neves a atmosfera de declarada animosidade que desde já incendeia a sucessão do atual procurador-geral, Gilberto Valente Martins, o primeiro promotor de Justiça a comandar o MPE. Também conhecido como Napoleão de Hospício, por seus parcos escrúpulos éticos, Neves foi personagem de uma administração pontuada por recorrentes denúncias de corrupção e marcada pelo patrimonialismo.
Na versão vazada, Neves, trombeteando um suposto prestígio entre os promotores de Justiça, promete excluir o atual procurador-geral da lista tríplice, que resulta da eleição direta, na possibilidade de Martins tentar a reeleição. “Ele [Neves] está disseminando o terror, na clara tentativa de minar o eventual prestígio do doutor Gilberto [Valente Martins]”, relata uma fonte do MPE. Na leitura dessa fonte, o ex-procurador-geral parece cavalgar um ressentimento insepulto por ter passado o vexame de não conseguir fazer o sucessor, ao ser atropelado pela indicação de Martins, a despeito de ter protagonizado uma gestão despudoradamente submissa ao governador tucano Simão Jatene.
Gilberto Valente Martins, recorde-se, foi o segundo mais votado na eleição direta, na qual o mais votado foi o promotor de Justiça César Bechara Nader Mattar, o assessor e candidato de Neves, de perfil opaco, mas escancaradamente favorecido pelo uso da máquina administrativa, comandada pelo seu avalista eleitoral. Surpreendentemente, Jatene optou por Martins, que teve uma marcante atuação como conselheiro do CNJ, o Conselho Nacional de Justiça, e cuja candidatura teria tido o aval do desembargador Milton Nobre, apontado como interlocutor privilegiado do governador no Judiciário. Ao que consta, desnorteado, Neves permitiu-se até uma derradeira e patética tentativa de reverter a escolha de Jatene, ao tentar fazê-lo rever sua decisão, em uma constrangedora audiência.

MPE – Os malfeitos do Napoleão de Hospício




É vasto o elenco de malfeitos de Marcos Antônio Ferreira das Neves, o Napoleão de Hospício, cujas principais estripulias são resumidas abaixo.

Nomeação do namorado da filha e do sócio

O patrimonialismo que marca a administração de Neves começou com a nomeação como assessor de Gil Henrique Mendonça Farias, que fora reprovado em concurso público do MPE e cuja principal credencial exibida era ser namorado da filha do então procurador-geral, Mariana Silva Neves, alojada em uma sinecura no Tribunal de Contas do Estado, sobre cujas irregularidades o Ministério Público se mantém silente. Em seguida, ele nomeou assessor seu amigo íntimo, além de sócio e advogado, André Ricardo Otoni Vieira, por cuja permanência no MPE lutou com a determinação só comparável a de amante apaixonado. Vieira permanece abrigado no MPE, agora como assessor de Neves, depois que este deixou o cargo de procurador-geral.

Ação por improbidade, um escândalo à parte

A nomeação de André Ricardo Otoni Vieira teve ainda um escândalo à parte, o que provocou uma ação ajuizada pelo MPE, por improbidade administrativa, subscrita pelos promotores de Justiça Helena Maria Muniz Gomes, Domingos Sávio Alves de Campos, Firmino Araújo de Matos e Elaine Castelo Branco, da Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa.
Ao ser nomeado assessor do procurador-geral de Justiça, cumprindo as formalidades legais, Vieira declarou não participar da gerência ou administração de empresas privadas, de sociedade civil ou de comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário, nos termos do que dispõe o art. 178, VII e IX, da lei estadual 5.810/94/94 (Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos do Estado do Pará). Um ano e sete meses depois, descobriu-se, após denúncia do Blog do Barata, que ele era sócio gerente e administrador das empresas que mantinha em sociedade com Marcos Antônio Ferreira das Neves.
Mas não só isso justificou a ação movida contra Vieira. “Foi descoberto, ainda, que o requerido, advogado, com inscrição na OAB/PA sob o nº. 14.116, exerce a advocacia com regularidade tendo como ilustre cliente o próprio Procurador Geral de Justiça do Pará – Marcos Antônio Ferreira das Neves –, conforme se depreende das diversas petições e atos processuais juntados nas fls. 146 a 180, 192 a 197 e 199, muito embora esta atividade seja vedada aos servidores do Ministério Público, por incompatível com o serviço prestado a este Órgão Ministerial”, sublinha a inicial da ação movida pelo MPE.

Processado pelo próprio Ministério Público

Embora contando com a leniência da máfia togada para driblar as vicissitudes processuais, Marcos Antônio Ferreira das Neves passou pelo constrangimento de ser réu, por improbidade administrativa, em ação movida pelo próprio Ministério Público Estadual, por iniciativa da procuradora de Justiça Criminal Ana Teresa do Socorro da Silva Abucater, notabilizada pela coragem moral e perfil abrasivo. Na ação, ele foi acusado de se valer dos poderes do cargo para beneficiar com a “ilegal e imoral” nomeação, como assessor do procurador-geral de Justiça, André Ricardo Otoni Vieira, que também surgia como seu advogado, em ação de despejo, e que vinha a ser seu sócio na empresa Rota 391 Comércio Varejista de Combustíveis Automotores e Serviços Ltda. Por ser sócio-administrador em duas empresas das quais era sócio Neves - Rota 391 Comércio Varejista de Combustíveis Automotores e Serviços Ltda. e Couto da Rocha Construções e Serviços de Engenharia Ltda.-, André Ricardo Otoni Vieira não poderia ocupar cargo comissionado no MPE. Assim como, por ser assessor do procurador-geral de Justiça, também não poderia advogar, tal qual fez para Neves.

A falcatrua da Águia Net

Tudo isso foi chá pequeno, diante de um dos mais ruidosos escândalos da história recente do Ministério Público Estadual, que foi reajuste do contrato da Águia Net em mais de 100%, quando a lei 8.666 só autoriza o máximo de 25% (o valor licitado foi de R$ 490 mil e acabaram pagando mais de R$ 1 milhão).
Na esteira do corporativismo que habitualmente permeia o MPE, não há registro de apuração sobre a falcatrua, revelada na época pelo Blog do Barata.

PCCR da Alepa: o mistério do decreto legislativo 35/2015

Um capítulo à parte nos malfeitos perpetrados por Neves, como procurador-geral de Justiça, foi o embargo de gaveta imposta ao parecer do promotor de Justiça Domingos Sávio Alves de Campos, declarando inconstitucional o PCCR da Alepa, o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do Palácio Cabanagem. A explicação para o silêncio obsequioso do MPE, diante da imoralidade que representa o PCCR da Alepa, veio com as diligentes aprovações, pela Assembleia Legislativa, dos sucessivos trens da alegria promovidos por Neves, criando uma avalancha de cargos comissionados, tradicionais cabides de emprego.
Já em final de gestão, às vésperas da posse do novo procurador-geral, Neves protagonizou uma manobra caricata, ao assinar um parecer avalizando o imoral e ilegal PCCR da Alepa, a pretexto de que as aberrações detectadas supostamente teriam sido corrigidas pelo decreto legislativo nº 35/2015, sobre o qual ninguém sabe e ninguém viu, como a Conceição da canção célebre. Inusitadamente, quem consulta o banco de lei da Alepa, no site da Assembleia Legislativa, depara-se com a informação de que o decreto legislativo nº 35/2015 “aguarda publicação”, embora seja possível acessar os atos subsequentes a ele.

A farra de cargos do Gabinete Militar
                    
Outra estripulia de Neves foi a criação de um Gabinete Militar faraônico, superdimensionado para as necessidades do MPE, uma aberração quem ainda aguarda providências por parte do atual procurador-geral de Justiça, Gilberto Valente Martins.
O Gabinete Militar legado por Neves é repleto de PMs e bombeiros mantidos em funções burocráticas, em notório desvio de função, em detrimento da segurança pública, a despeito da escalada da criminalidade a qual se vê exposta a população indefesa, em Belém, em particular, e no Pará, em geral,.

A covarde omissão na ação contra Jatene

Mas o ex-procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves, conseguiu superar-se em matéria de ignomínias no episódio da denúncia, por improbidade administrativa, contra o governador Simão Jatene, a secretária estadual de Administração, Alice Viana Soares Monteiro, e o filho de Jatene, Alberto Lima da Silva Jatene, o Beto Jatene. A ação foi ajuizada pelo procurador de Justiça Nelson Medrado e o promotor de Justiça Militar Armando Brasil, diante da promiscua relação de Beto Jatene com o governo do pai, na esteira da qual parte da frota da Polícia Militar abastece nos postos de combustível do ilustre rebento, que entre 2012 e 2014 faturou, com isso, algo em torno de R$ 5 milhões.
Depois de subscrever os pedidos de informação a Simão Jatene, que simplesmente ignorou as solicitações do MPE, Neves simplesmente não só não subscreveu a ação, como sequer delegou poderes para Medrado e Brasil fazê-lo. Com isso, Neves simplesmente desautorizou a ambos e sordidamente blindou Jatene e seus comparsas. A situação foi tão patética, mas tão patética, que Medrado e Brasil, depois de protagonizarem uma aventura processual, ao ajuizar uma ação contra Jatene sem a competente delegação de poderes, chegaram a solicitar à juíza Kátia Parente Sena para intimar o então procurador-geral a se manifestar, para que pudessem processar o governador Simão Jatene, a secretária estadual de Administração, Alice Viana Soares Monteiro, e o filho de Jatene, Alberto Lima da Silva Jatene, o Beto Jatene.
A omissão de Neves custou a Medrado e Brasil a instalação de um PAD, a partir de representação de Simão Jatene ao CNMP. A delegação de poderes só veio tardiamente, na undécima hora do mandato do ex-procurador-geral, em um ato de vingança contra o governador tucano, por este ter optado por ungir Gilberto Valente Martins como o novo procurador-geral, em detrimento de César Bechara Mader Mattar, o assessor e candidato de Neves. Por insondáveis razões, nem isso minou a fidelidade de Medrado a Neves, mantendo-se incólume a amizade entre ambos, agora também unidos na inocultável hostilidade a Gilberto Valente Martins.

MPE – Nelson Medrado, o suposto plano B

Nelson Medrado (à dir.), apontado como o plano B na sucessão do MPE.


Nas especulações que varrem o MPE, o procurador de Justiça Nelson Medrado seria o plano B de Neves, diante da possibilidade da rejeição ao seu nome superar a pretensão patológica que a extensão da sua vaidade pessoal alimenta. Carente de postura e compostura, como é próprio dos que desprezam princípios éticos, o ex-procurador-geral amarga o ostracismo de quem depende do poder para se fazer respeitar. Hoje, relatam eventuais interlocutores, ele é movido pelo ressentimento em relação ao sucessor, beneficiário da humilhação política que lhe foi imposta, com a opção de Simão Jatene por Gilberto Valente Martins, quando Neves já posava de alter ego de seu pretenso sucessor.
Nesse cenário, Medrado seria, em tese, uma alternativa mais palatável. Pessoalmente probo, na esteira da sua credibilidade ele foi o principal avalista eleitoral de Neves, de quem é amigo há mais de 20 anos e do qual tornou-se fiel escudeiro, o que acabou por tisnar sua imagem de xerife da moralidade pública, construída no rastro das investigações sobre as falcatruas na Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará. Na gestão de Neves, de acordo com recorrentes relatos, Medrado acumulou poderes, mas perdeu-se na vertigem das alturas, isolando-se dos colegas, desgastando-se também com a omissão diante das recorrentes suspeitas de falcatruas e denúncias de patrimonialismo que pontuaram a administração do amigo e chefe. “Eu não poderia voltar-me contra quem me deu, como ninguém antes, todas as condições de trabalho”, chegou a alegar Medrado, a mais de um interlocutor, para justificar o silêncio obsequioso que passou a cultivar, diante das tramoias e estripulias de Naves, como no escândalo da Águia Nete e do PCCR da Alepa, o Plano de Cargos Carreira e Remuneração da Assembleia Legislativa do Pará.
Depôs ainda contra Medrado sua relutância em acatar com elegância a sucessão no Núcleo de Combate à Improbidade Administrativa e à Corrupção, do qual foi defenestrado por força de uma portaria do CNMP, o Conselho Nacional do Ministério Público, por estar respondendo a um PAD, processo administrativo disciplinar. O PAD teve como estopim ele ter ajuizado ação civil pública, por improbidade administrativa, contra o governador Simão Jatene, sem a delegação de poderes necessária para tanto de Marco Antônio Ferreira das Neves, então procurador-geral. A delegação de poderes só foi formalizada a cinco dias de Neves deixar o cargo, em uma clara retaliação por Jatene ter optado por Gilberto Valente Martins, quando já fora instalado o PAD, após uma representação do governador ao CNMP. Ao ser substituído no Núcleo de Combate à Improbidade Administrativa e à Corrupção, em entrevista ao jornal “Diário do Pará” Medrado sugeria, subliminarmente, estar sendo vítima de uma retaliação política, omitindo que a portaria do CNMP, impedindo que cargos de chefia sejam exercido por quem responda a PAD, precedera a nomeação do novo procurador-geral de Justiça.

MPE – Imagem tisnada


Fontes do Ministério Público Estadual relatam ainda que também tisnaram a imagem de Medrado sua recalcitrância em acatar a troca de guarda no Núcleo de Combate à Improbidade Administrativa e à Corrupção. Repercutiu mal, muito mal, no MPE, sua relutância em desocupar a sala que passaria a ser ocupada pelo seu substituto, Alexandre Couto Neto, um respeitado promotor de Justiça, remetido para o limbo, após entrar em rota de colisão com Marcos Antônio Ferreira das Neves, quando este comandava o MPE, e reabilitado, por assim dizer, pela gestão de Gilberto Valente Martins. Couto, diga-se, levou a paciência ao limite da resignação, mantendo a elegância e preservando a dignidade do cargo. O episódio reforçou o estigma que aderiu a Medrado, frequentemente criticado por ser supostamente vaidoso para além dos limites toleráveis.
Desgastou adicionalmente a imagem de Medrado, na avaliação corrente, o imbróglio protagonizado por Maria Conceição Paiva, por ele introduzida no Núcleo de Combate à Improbidade Administrativa e à Corrupção, no cargo de assessor especializado de apoio técnico-operacional judicial e extrajudicial. Embora jactando-se de ter formação acadêmica em economia e contabilidade, ela não comprovou o registro no Conselho Regional de Economia do Pará e no Conselho Federal de Contabilidade, seu registro – então suspenso – era de técnico em contabilidade, não de contador. Amiga íntima da família Medrado, e em especial da esposa do procurador de Justiça, dona Socorro Medrado, Maria Conceição Paiva acabou demitida pelo atual procurador-geral.

CAMINHONEIROS - A greve virou caso de polícia




HÉLIO GUROVITZ *

Aquilo que começou como um movimento legítimo de reivindicação e evoluiu para a chantagem por uma categoria minoritária se tornou nos últimos dias um caso de polícia. O governo cedeu quanto pôde. Foi além do razoável em nome da retomada da normalidade.
Agora, as forças da ordem precisam atuar com energia e urgência para desobstruir as estradas, garantir o retorno do abastecimento de combustíveis, comida e bens essenciais. Para evitar que o país recaia num estado de anarquia.
Nem o líder da associação de caminhoneiros mais resistente às propostas iniciais considera legítima a manutenção dos bloqueios nas estradas. “Não é o caminhoneiro mais que está fazendo greve”, afirmou José da Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam). “São pessoas que querem derrubar o governo. Não tenho nada a ver com essas pessoas nem nossos caminhoneiros autônomos têm.”
Os “intervencionistas” a que ele se refere querem nada menos que a derrubada do governo Michel Temer e uma intervenção militar. Tradução: um golpe de Estado. Numa democracia, quem não atua dentro das regras da democracia precisa ser preso e punido. Simples assim.
O próprio deputado Jair Bolsonaro, personagem idolatrado pela ala “intervencionista” dos caminhoneiros, apoiador de primeira hora do movimento grevista, declarou em entrevista publicada hoje no jornal Folha de S.Paulo ser contrário a qualquer ruptura na ordem democrática e a uma intervenção militar a menos de cinco meses da eleição.
“Ninguém quer o caos”, afirmou Bolsonaro. “Quem quer o caos é a esquerda, acusar os latifundiários, os empresários, os americanos. No que depender de mim, ninguém vai dar pretexto de fazer uma falta.”
Os fatos mostram a distância entre as palavras de Bolsonaro e a realidade. A Polícia Federal abriu 48 inquéritos por suspeita de locaute na greve. Ainda havia ontem quase 600 pontos de bloqueio nas rodovias, relatos de sabotagens ao reabastecimento, de donos de postos de gasolina se recusando a receber combustível depois de sofrer ameaças, de caminhões com combustível cujos motoristas são fotogrados como forma de coação e de lideranças conclamando no WhatsApp os caminhoneiros a não sair do lugar enquanto Temer não cair.
O movimento recebeu apoio de motoristas de vans, ônibus fretados e motoboys, numa espécie de versão sobre rodas dos protestos de junho de 2013. Só que, desta vez, as consequências são gravíssimas. Hospitais, escolas, coleta de lixo e serviços essenciais estão paralisados. Para não falar nas prateleiras vazias nos supermercados e nos prejuízos causados à indústria e a todo o setor produtivo.
Diante do poder que demonstraram, os insurgentes incluíram agora na pauta de reivindicações a redução nos preços da gasolina e do gás de cozinha. Fora o impacto no Orçamento de R$ 13,5 bilhões, necessários para cumprir as concessões do governo aos grevistas – a principal é a redução de R$ 0,46 no preço do diesel na bomba –, o prejuízo da greve à economia será incalculável. A paralisação dos petroleiros programada para amanhã deverá tornar a situação ainda mais crítica.
O governo não deve mais ceder a chantagistas. A fase da negociação deveria ter acabado na quarta-feira passada. As conquistas obtidas pelo movimento no fim de semana já foram resultado da inépcia do Planalto para antever os riscos e negociar de modo eficaz. São mais que suficientes para o fim da paralisação. A desocupação das estradas deveria ter sido pré-condição para qualquer concessão.
Até agora, o governo teve receio de usar ostensivamente as Forças Armadas para requisitar os caminhões e prender as lideranças que incentivam a anarquia. Há um temor mal-disfarçado de que os soldados, diante da simpatia dos caminhoneiros, se recusem a agir contra eles. Isso não passa de fantasia.
Não há no Exército, até onde se sabe, nenhum tipo de articulação golpista, nem nenhum desejo de promover intervenção militar. Sempre que são chamadas a atuar, as forças da ordem têm agido com eficiência e competência, como se viu na desobstrução de vários pontos pelo país, ontem nas estradas paulistas ou na escolta de caminhões nesta madrugada no Rio de Janeiro.
Apesar de tudo, o fluxo de mercadorias não foi retomado, tamanho o medo instilado pelas tais lideranças “intervencionistas”. Está, portanto, na hora de sufocá-las. Temer é um presidente avesso a reações bruscas e atravessa seu momento de maior fragilidade. Mas ainda tem à disposição todos os instrumentos legais para agir. Se não o fizer – e rápido –, será o primeiro a pagar o preço da própria omissão.
            

OAB – Quando o corporativismo atropela a ética




Do advogado aposentado e jornalista Marco Antônio Birnfeld, uma oportuna reflexão que deveria pautar as preocupações ética da OAB, A Ordem dos Advogados do Brasil, implacável quando identifica conflitos de interesse na esfera pública, mas habitualmente omissa ou leniente com seus tropeços na matéria. Birnfeld, que mantém uma coluna no site EspaçoVital, recorda que nos Estados Unidos advogado que aceita pagamento com dinheiro obtido ilegalmente pelo cliente torna-se cúmplice. Diante do debate suscitado, é inevitável a lembrança do falecido Márcio Thomaz Bastos, que foi um dos mais respeitados advogados do país, ex-ministro da Justiça do governo Lula, defendendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Em tempos de Lava Jato, quando corruptos notórios são advogados por renomadas bancas, de honorários presumivelmente faraônicos, o questionamento de Marco Antônio Birnfeld não poderia soar mais oportuno.

OAB – Oportuno cotejo


Abaixo, na íntegra, a reflexão de Birnfeld, que também pode ser acessada pelo seguinte link:


Nos EUA, advogado que aceitar pagamento com dinheiro obtido ilegalmente pelo cliente torna-se cúmplice
           
Não custa lembrar – o que já se escreveu aqui – que nos Estados Unidos nenhum advogado privado trabalha para criminoso que não consiga explicar a origem lícita do dinheiro que pagará o trabalho advocatício.
É oportuno acrescentar – comparando, então, comportamentos brasileiros e estadunidenses – que nos EUA, advogado que aceitar pagamento com dinheiro obtido ilegalmente pelo cliente, torna-se cúmplice do ilícito praticado. Passo imediato, o advogado passa a fazer parte de uma quadrilha.
No Brasil, dinheiro do tráfico e, mais assiduamente agora, grana da corrupção não envergonham nem acanham. E criminosos pobres dependerão sempre da Defensoria Pública. Interpostos por esta, contestação e recursos em geral se esvaem na primeira e segunda instâncias.
Os poucos “embargos dos embargos” e as escassas reclamações, via Defensoria Públicas, raramente chegam aos tribunais superiores.