Marcos Antônio Neves (à esq.) com Simão Jatene, o avalista do passado, hoje alvo do ressentimento do ex-procurador-geral. |
Na versão
vazada dos bastidores do Ministério Público Estadual, é atribuído ao
ex-procurador-geral de Justiça Marco Antônio das Neves a atmosfera de declarada
animosidade que desde já incendeia a sucessão do atual procurador-geral,
Gilberto Valente Martins, o primeiro promotor de Justiça a comandar o MPE.
Também conhecido como Napoleão de
Hospício, por seus parcos escrúpulos éticos, Neves foi personagem de uma
administração pontuada por recorrentes denúncias de corrupção e marcada pelo
patrimonialismo.
Na versão
vazada, Neves, trombeteando um suposto prestígio entre os promotores de
Justiça, promete excluir o atual procurador-geral da lista tríplice, que
resulta da eleição direta, na possibilidade de Martins tentar a reeleição. “Ele
[Neves] está disseminando o terror, na clara tentativa de minar o eventual
prestígio do doutor Gilberto [Valente Martins]”, relata uma fonte do MPE. Na
leitura dessa fonte, o ex-procurador-geral parece cavalgar um ressentimento
insepulto por ter passado o vexame de não conseguir fazer o sucessor, ao ser
atropelado pela indicação de Martins, a despeito de ter protagonizado uma
gestão despudoradamente submissa ao governador tucano Simão Jatene.
Gilberto
Valente Martins, recorde-se, foi o segundo mais votado na eleição direta, na
qual o mais votado foi o promotor de Justiça César Bechara Nader Mattar, o
assessor e candidato de Neves, de perfil opaco, mas escancaradamente favorecido
pelo uso da máquina administrativa, comandada pelo seu avalista eleitoral.
Surpreendentemente, Jatene optou por Martins, que teve uma marcante atuação
como conselheiro do CNJ, o Conselho Nacional de Justiça, e cuja candidatura
teria tido o aval do desembargador Milton Nobre, apontado como interlocutor
privilegiado do governador no Judiciário. Ao que consta, desnorteado, Neves
permitiu-se até uma derradeira e patética tentativa de reverter a escolha de
Jatene, ao tentar fazê-lo rever sua decisão, em uma constrangedora audiência.
Nenhum comentário :
Postar um comentário