Oficialmente a data consagrada para assinalar a mais recente supressão das liberdades democráticas no Brasil é 31 de março de 1964, mas na verdade o golpe militar que defenestrou o presidente João Goulart foi consumado em 1º de abril. Dele derivou a ditadura militar, consolidada sem nenhum pudor em 13 de dezembro de 1968, com a edição do AI-5, o Ato Institucional nº 5, que lançou o Brasil nas trevas da mais hedionda repressão política. Foram os tempos sombrios da mais implacável censura, que amordaçou a imprensa e cerceou, no limite da exaustão, a liberdade de expressão.
O AI-5 assinala o golpe dentro do golpe. A partir de então o País passou a viver o que ficou conhecido como os anos de chumbo, patrocinados pelos setores mais radicais das Forças Armadas, estimulado pela adesão à luta armada dos setores mais sectários da oposição de extrema esquerda. O regime dos generais perdurou até 1985, quando o ex-presidente Tancredo Neves, do PMDB, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, foi eleito sucessor do presidente de então, o general João Batista Figueiredo, no próprio colégio eleitoral, a instância criada pela ditadura militar para substituir as eleições diretas.
Com sua candidatura turbinada com as adesões das defecções registradas no PDS, o Partido Democrático Social, Tancredo Neves derrotou o candidato do Palácio do Planalto, o ex-governador paulista Paulo Maluf. Este foi o candidato ungido pelo PDS, sucedâneo da Arena, a Aliança Renovadora Nacional, como legenda de sustentação da ditadura militar no Congresso Nacional. Tancredo elegeu-se capitaneando a Aliança Democrática, de composição política heterogênea. Seu vice foi José Sarney, uma liderança revelada pelo regime militar, que acabou tornando-se presidente, com a morte de Tancredo, vítima de uma grave crise de diverticulite, que eclodiu na noite de 14 de março de 1985, véspera da sua posse. O então presidente eleito foi submetido, desde a noite de 14 de março, a um total de sete cirurgias, falecendo a 21 de abril. Assim, Sarney, ironicamente uma liderança que prosperou durante a ditadura militar, tornou-se o primeiro presidente civil do Brasil, depois do golpe militar de 1º de abril de 1964.
7 comentários :
é por isso e muito mais que voce nao deve desistir.Uma verdadeira aula de historia.Pena que muitos juizes deste país sequer a conhecem.
Meu caro Barata, porque tu não entrevistas o Passarinho, o coronel Curió (carniceiro do araguaia). Esses tem as mãso mancahdas de sangue e se recusam a colaborar com o GT para achar os coorpos dos desaparecidos políticos.
Entretanto... deverias entrevistar alguns docentes atuais e aposentados da UFPA para mostrar que ante a falta absoluta de docente, alguns até por ter largado tudo e deixado os alunos sem aula, represente da ditadura comovido com a situação triste dos estudantens, procaram-lhes e imploraram para que aceitassse ser nomeado docente, unicamente pela grandiosidade dessas pessoas do regime com a educação do povo.
Meu caro Barata,
POr falar em criminosos da ditadura, o Passarinho, em sua obra de dois tomos (Passarinho na planície e Passarinho no planalto) omite sua participação na repressão, nos anos de chumbo que vieram após a decretação do AI-5. Esperamos que a Dilma, que foi vímita da repressão, presa e torturada nas dependência do DOI-cod abra definitivamente os arquivos da ditadura, passe a limpo a história e puna culpados, como já fizeram os nosso hermanos argentinos e chilenos. Isso é o mínimo que se pode fazer, em respeito a memória daqueles que lutaram e morreram por uma pátria livre.
Esse anônimo das 08:43 será algum militar aposentado?
Ele fala em grandiosidade com a educação do povo, por parte do milicos da época. Mas, foram justamente eles que fecharam até cursos (como sociologia e filosofia) das universidades brasileiras e expulsaram e/ou deram aposentaria antecipada para vários docentes sob acusação de subversão. Afinal era poribido pensar, e esses cursos eram considerados subversivos. Sem falar na perseguição aos intelectuais,como: Paulo Ferire, Betinho, Celso furtado, Lunciano Martins, Fernando Gabeira, Chico, Niemeyer e tantos outros,que buscaram o exílio para escapar da repressão.
Portanto, quem milita na área da educação sabe que não existiu grandiosidade nenhuma em fechar faculdades e perseguir professores e intelectuais. Logo, O comentário desse anônimo tá me parecendo expressão de saudosismo de algum general de pijama.
Anônimo 15:12, foi exatamente para compensar perdas como essas, lamentáveis que alguns fugiram sem nem mesmo ser acusado ou preso por nada,tanto que fugiram. Mas, o devia ser motrado é que pessoas do mais alto quilate acadêmico, como Alex Fiuza, ingressaram por conta e mérito da ditadura. Não estou desconhecendo esses citados, mas se fosse publicada a relação de todos que ingressarm como docente colaborador da UFPA nos tempos da ditadura e entrevistados alguns, esses poderiam trazer depoimentos loquazes do quanto essa foi branda e até generosa no tema educação. Tanto foi gente de máxima qualidade que logo que terminou a ditadura foram feitas grandes assembleias docentes e aprovado por unanimidades que esses fossem efetivados sem concurso. Depois, fazendo uma simples verificação desses com grandes baluartes que esses formaram, especialmente gente do meio político, teremos como mostrar o quanto de gradiosidade teve essa ação da ditadura. Isso não é papo de esquina, mas históira pura.
Anônimo 15:12. Você só contou a parte da história que te interessa. ¨Esqueceu¨de dizer que o lulismo foi criação da ditadura, pela ação de Golbery. Por isso garantiu manter o imposto sindical, o qual se a ditadura tivesse abolido seria ainda hoje festejada pela libertação do trabalhador brasileiro dessa escravidão. E mais ainda: usou todo o aparelho repressor para perseguir os não lulistas. E por que isso? Porque sabia que desse de meio acadêmico, como foi o caso de FHC, não saira grandes coisas, mas desse lulismo viria quem poderia fazer o Brasil crescer até mais do que cresceu nos tempos da ditadura.
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