O que impressiona, no episódio, é a desfaçatez exibida pelo governador Simão Jatene, quando confrontado com a lambança por ele próprio protagonizada, na contramão do seu discurso de austeridade, ao revelar um rombo nas contas do Estado, herdado da administração da ex-governadora petista Ana Júlia Carepa. Em muito pouco tempo, o governador tucano mandou os escrúpulos às favas, deletou o discurso de austeridade e promoveu uma farra de nomeações de assessores especiais, beneficiando parentes de deputados aliados, de membros do Judiciário e de empresários amigos. “O cúmulo do fisiologismo foi a entrega a Jatene de uma lista com a indicação de parentes de 12 desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, que tem o poder de decidir sobre intervenção federal e pagamento de precatórios”, revela a matéria da IstoÉ.
“A farra foi tanta que a OAB do Pará vai pedir ao Conselho Nacional de Justiça abertura de investigação sobre as nomeações do TJ”, acrescenta a reportagem, reproduzindo uma declaração de Jarbas Vasconcelos, presidente da OAB do Pará. “Trata-se de um fato gravíssimo. Uma prática generalizada de nepotismo cruzado, uma troca de favores espúria”, afirma Jarbas Vasconcelos à revista.
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