Coube a José Sarney instalar a Nova República, viabilizada por Tancredo Neves, no corolário de uma penosa abertura política, deflagrada pelo general Ernesto Geisel (foto, à esq., com João Figueiredo, a quem tornou o último presidente do regime militar). De perfil autocrático e extremamente cioso de sua autoridade, Geisel identificava-se com o segmento militar chamado castelista, em alusão ao primeiro presidente do regime dos generais, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que defendia a devolução do poder aos civis, mas acabou atropelado pelos setores radicais das Forças Armadas. Castelo Branco teve como sucessor, a contragosto, o general Costa e Silva, apeado do poder ao ser vítima de uma trombose, em 1969. Ele tinha como vice um civil, Pedro Aleixo, descartado pelos militares radicais, que optaram por constituir um triunvirato, formado pelos ministros do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. De breve passagem pelo poder, o triunvirato foi sucedido pelo general Emílio Garrastazu Médici, cujo governo foi pontuado pelo milagre econômico e pela impiedosa repressão política, com a institucionalização da tortura, que a ninguém poupava. O legado desse período foram os mortos e desaparecidos, além dos exilados, na esteira da exacerbada repressão à luta armada. A escalada da truculência não poupou sequer aqueles que, embora de esquerda, rechaçavam a resistência armada, como era o caso do PCB, o célebre Partidão.
Geisel sucedeu Médici, quando o regime militar já havia desmantelado a resistência armada, aí inclusa a guerrilha do Araguaia patrocinada pelo PC do B. Mesmo assim protagonizou um jogo de pressões e contra-pressões, ao promover uma “abertura lenta, gradual e segura”, enfrentando a ira dos setores mais retrógrados das Forças Armadas, aos quais se referiu como “bolsões radicais, mas sinceros”. Ele teve como estrategista e fiel escudeiro o chefe da Casa Civil, o general Golbery do Couto e Silva, um daqueles raros casos de militar intelectualizado, entusiasta da emergência de Lula, por vislumbrar no sindicalista um anteparo entre o operariado e os comunistas, capaz de neutralizar a eventual ascendência dos comunistas sobre as massas operárias. Geisel contemporizou um confronto direto com os porões do regime militar, inclusive a quando da morte, sob tortura, do jornalista Vladimir Herzog, em outubro de 1975, no DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna) do 2º Exército, em São Paulo, em um episódio que gerou um clima de comoção social em vastos setores da classe média. Mas foi impiedoso diante da morte do operário Manoel Fiel Filho, em janeiro de 1976, em condições semelhantes a de Herzog. De bate-pronto, destituiu o comandante do 2º Exército, general Ednardo D’Ávilla Melo.
Mas o confronto definitivo com os segmentos radicais do regime militar ocorreu em 1977, quando Geisel demitiu o ministro do Exército, Sylvio Frota. Insuflado pelos radicais das Forças Armadas e estimulado pelas vivandeiras do Congresso Nacional, Frota, até então um moderado, interiorizou uma postura de intolerância, no rastro da veleidade de sair candidato a presidente, à revelia de Geisel. Foi aí, exatamente aí, que Geisel sepultou qualquer pretensão de um golpe branco e pavimentou o caminho que conduziria o Brasil à redemocratização, precedida pela anistia ampla, geral e irrestrita, a reforma partidária, que sepultou a camisa de força do bipartidarismo imposto pela ditadura militar, e o retorno da eleição dos governadores pelo voto direto, em 1982. Na interpretação dos historiadores, o êxito de Geisel, na condução do processo de redemocratização, se deve, particularmente, a ele não mostrar-se tíbio, como se deu com o ex-presidente Castelo Branco, que temia fraturar a unidade das Forças Armadas, razão pela qual engoliu goela abaixo a candidatura de Costa e Silva, de parca relevância no levante militar de 1964, porém ágil em sugerir uma liderança que estava longe de ter. Desafiado, Geisel acionou seu esquema castrense e passou como um trator sobre as viúvas dos anos de chumbo, sedimentou aquelas que seriam, na visão castrense, as precondições para a redemocratização e fez seu sucessor, o general João Baptista Figueiredo, que fora ministro-chefe do SNI, o temível Serviço Nacional de Informações. Não por acaso, o general Golbery do Couto e Silva, o ideólogo da abertura lenta, gradual e segura, integrou também o governo Figueiredo. Golbery desembarcou do governo quando Figueiredo revelou-se vacilante diante do frustrado atentado do Riocentro, articulado pelos radicais do regime militar.
Na de
Na definição da Wikipédia, a enciclopédia livre da internet, o atentado do Riocentro foi um frustrado ataque à bomba que seria perpetrado no Pavilhão Riocentro na noite de 30 de abril de 1981, por volta das 21 horas, quando ali se realizava um show comemorativo pelo Dia do nTrabalho.do Dia do Trabalho.
As bombas seriam plantadas pelo sargento Guilherme Pereira do Rosário e pelo então capitão Wilson Dias Machado, hoje coronel. Por volta das 21 horas, com o evento já em andamento, uma das bombas explodiu dentro do carro onde estavam os dois militares, no estacionamento do Riocentro. O artefato, que seria instalado no edifício, explodiu antes da hora, matando o sargento e ferindo gravemente o capitão Machado.
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Na definição da Wikipédia, a enciclopédia livre da internet, o atentado do Riocentro foi um frustrado ataque à bomba que seria perpetrado no Pavilhão Riocentro na noite de 30 de abril de 1981, por volta das 21 horas, quando ali se realizava um show comemorativo pelo Dia do nTrabalho.do Dia do Trabalho.
As bombas seriam plantadas pelo sargento Guilherme Pereira do Rosário e pelo então capitão Wilson Dias Machado, hoje coronel. Por volta das 21 horas, com o evento já em andamento, uma das bombas explodiu dentro do carro onde estavam os dois militares, no estacionamento do Riocentro. O artefato, que seria instalado no edifício, explodiu antes da hora, matando o sargento e ferindo gravemente o capitão Machado.
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