sexta-feira, 25 de outubro de 2013

SEDUC – Parceria com UFPA é menosprezada

        A fraude no Cred-Livro, embora grave, é mais um capítulo da conturbada passagem pela Seduc de Hellen Anjos, coordenadora do Siebe, cargo no qual ela se aboletou a pedido da chefe de gabinete do governador tucano Simão Jatene, dona Maria Aparecida.
        Em seus recorrentes desatinos, Hellen Anjos levou suas sandices ao paroxismo, ao recusar uma proveitosa parceria com a UFPA, a Universidade Federal do Pará, sem qualquer ônus para a Seduc, a Secretaria de Estado de Educação. Pela proposta, os universitários de biblioteconomia da UFPA fariam um estágio não remunerado nas bibliotecas das escolas da rede estadual de ensino. “Ela tratou a proposta de parceria com menosprezo, a pretexto de que não interessava a Seduc”, relata uma testemunha privilegiada do imbróglio.

        Essa lambança certamente explica o tom ácido, utilizado por Graça Pena, bibliotecária da UFPA, ao comentar a crise de competência que engessa o Siebe, denunciada formalmente pelas bibliotecárias da Seduc. “Presto minha solidariedade a essa manifestação. É lamentável e melancólica essa situação, que mostra o descaso das autoridades da educação. Menosprezar os bibliotecários, que são os grandes aliados na arte de educar, do ensino-aprendizagem, no incentivo a leitura e na formação dos futuros profissionais. A falta de sabedoria mostra esse resultado, a falta de leitura no passado leva a atos dessa natureza, de total insensibilidade daqueles que pensam que têm o poder”, fulminou Graça Pena.

SEDUC – Inventário das trapalhadas

        Um balanço sobre as atividades do Siebe, na atual gestão, soa fatalmente depreciativo para Hellen Anjos.
        Mapeando cronologicamente a administração de Hellen Anjos, à frente do Siebe, o balanço explica o porquê do Sistema Estadual de Bibliotecas Escolares da Seduc ter submergido no imobilismo, como evidencia o relato, resumido, feito ao Blog do Barata, abaixo reproduzido:

1.   Removeu servidoras do setor. Foi, inclusive, a coordenação de departamento da Seduc, que mais perdeu servidores em três anos – seis, no total;

2.   Acabou com as reuniões de planejamento mensais, que anteriormente eram realizadas, no ultimo dia útil de cada mês;

3.   Não viabilizou a renovação do acervo bibliográfico para atender as bibliotecas escolares, que há três anos estão paralisadas, incluindo o acervo de autores paraenses, que são os mais solicitados pelas escolas;

4.   Não manteve o funcionamento do Espaço Max Martins, conquistado em coordenações anteriores e que garantia a divulgação da produção literária paraense, incluindo encontro com autores, lançamento de obras de autores do Pará e saraus;

5.   Dissolveu o Nuabe, o Núcleo de Assessoramento as Bibliotecas Escolares, o qual reunia uma equipe técnica de quatro bibliotecários para promover ações de força-tarefa, no avanço das organizações (tratamento técnico do acervo) e revitalização das bibliotecas escolares;

6.   Acabou com os assessoramentos técnicos aos municípios, ação que tinha como objetivo orientar e incentivar a promoção da leitura nas bibliotecas escolares da rede estadual nos municípios;

7.   Proibiu o diálogo em qualquer nível (profissional ou pessoal) entre os técnicos que trabalham na sede da Seduc e os que atuam nas escolas;

8.   Isolou os técnicos nomeados nos municípios e lotados em escolas, que ficam incomunicáveis e sem informações técnicas e administrativas, bem como aqueles lotados nas escolas da região metropolitana de Belém;

9.   Descartou, sem consulta técnica, a base de dados de registro e controle dos acervos das bibliotecas escolares (Biblioescola), no qual foram registrados, durante três anos, a grade maioria dos títulos bibliográficos existentes nas bibliotecas;

10.               Inviabilizou parcerias e convênios que seriam de suma importância para a missão do Siebe, e que não gerariam ônus para Seduc. Como no caso do Projeto Fortalecer (UFPA) e do projeto para estágio não remunerado de discentes de biblioteconomia nas bibliotecas escolares do estado (UFPA);

11.               Concedeu GTI, a Gratificação de Tempo Integral, para servidores  administrativos- operacionais, que não cumprem horário integral (de 8h às 17h), em razão de conveniências pessoais, justificando ser de interesse da administração;

12.               Optou por ser assessorada, na área técnica, com servidores não habilitados legalmente;

13.               Não compartilha informações de caráter técnico-administrativo com os servidores, informações de interesse destes, que delas acabam tomando conhecimento por intermédio das escolas;

14.               Estimula a cizânia, disseminando falácias entre os servidores;


15.               Notabilizou-se por protagonizar episódios de assédio moral em relação a seus subordinados.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

GREVE – Professores mantêm paralisação

Grevistas sitiados pela PM,a na Seduc, formam a palavra FOME.

        Em assembléia da categoria, realizada na tarde desta quinta-feira, 24, os professores da rede estadual de ensino decidiram não só manter a greve, mas também a ocupação da sede da Seduc, a Secretaria de Estado de Educação. Durante a assembléia da categoria, os grevistas obstruíram o tráfego de veículos na rodovia Augusto Montenegro, nos dois sentidos.

        Quando a PM impediu que fossem abastecidos de água, comida e remédio, os professores em greve agruparam-se na área externa da sede da Seduc, formando a palavra FOME.

GREVE – Procurador e promotora aviltam MPE

        No que será, se confirmada a notícia, a ignomínia levada ao paroxismo, a promotora de Justiça Graça Cunha, da Promotoria de Justiça e Direitos Constitucionais Fundamentais, Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa, teria perpetrado a calhordice de recomendar, em nome do Ministério Público Estadual, o corte do ponto dos professores da rede estadual de ensino em greve.
        Se assim foi, Graça Cunha engrossou a pusilanimidade do procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves, que acenou com essa proposta, após um telefonema do governador tucano Simão Jatene. Na ocasião, Neves pretendeu obter o endosso dos procuradores de Justiça, para consumar a marmota, repelida enfaticamente por pelo menos um dos procuradores de Justiça presentes na reunião.

        A recomendação para o corte do ponto dos grevistas, no contexto em que ocorre, avilta o Ministério Público Estadual, ao atrelá-lo ao governo Simão Jatene. Tanto mais porque inexiste qualquer cobrança, do mesmo MPE, para o governo Simão Jatene tomar providências para pelo menos aplacar o sucateamento da rede estadual de ensino.

GREVE – A inominável truculência da PM

        Os trabalhadores da educação que ocupam a sede da Seduc, a Secretaria de Estado de Educação, na esteira da greve dos professores da rede estadual de ensino, que completou seu 31º dia nesta quinta-feira, 24, declararam-se sitiados pela PM, a Polícia Militar, que impediu que fossem abastecidos de água, comida e remédios. A orientação nesse sentido foi atribuída por alguns PMs, previsivelmente em off, a ordem do próprio governador Simão Jatene.

        A tentativa de abastecer os grevistas que ocupam a sede da Seduc foi inicialmente repelida com inominável truculência pela PM, que gratuitamente lançou mão, inclusive, de spray de pimenta, em uma ação desproporcional diante do caráter pacífico da paralisação. Somente no final da manhã desta quinta-feira é que a PM permitiu que os grevistas recebessem água, comida e remédios.

AMUB – O cruzamento e a colisão anunciada



        O que falta para a Amub, a Autarquia de Mobilidade Urbana De Belém, dar atenção ao perigo que correm motoristas e passageiros de carros e ônibus, e até eventuais transeuntes, no cruzamento da avenida Governador José Malcher com a avenida Assis de Vasconcelos, no rush cotidiano do início de cada manhã, durante os dias úteis? No local perdura o sinal de alerta, incapaz de inibir os motoristas de carros e ônibus, e os destes em particular, que frequentemente trafegam em alta velocidade, no que soa ao prenúncio de uma grave colisão, de conseqüências imprevisíveis.

        Ao invés de saquear o erário, na esteira da propaganda enganosa - no que se nivela ao seu antecessor, Duciomar Costa (PTB), o nefasto Dudu -, o prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) bem poderia investir em uma massiva campanha educativa, destinada a motoristas e pedestres. O conjunto da população da nossa abandonada Belém certamente agradeceria e vidas poderão ser poupadas.

ARCON – Projeto de Jatene encarece transportes

Simâo Jatene: voracidade que penaliza usuários de transportes.

        Com reajustes que variam de 100% até exorbitantes 1.333%, passando por aumento na ordem de 500%, o governador tucano Simão Jatene encaminhou projeto de lei à Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará, criando uma série de taxas administrativas a favor da Arcon, a Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará. Essas taxas serão cobradas dos operadores de transportes – rodoviários e fluviais – e podem ser repassados aos usuários. Algumas dessas taxas já são cobradas irregularmente, através de resoluções internas da Arcon, quando só poderiam ser instituídas por lei, segundo denúncia de deputados do PMDB e PT.

        A indignação diante do projeto de lei de Simão Jatene deriva dos índices abusivos dos reajustes, que mereceram um enfático repúdio dos deputados Chicão e Simone Morgado, do PMDB, e Edilson Moura e Carlos Bordalo, do PT, de acordo com fontes da Alepa. Pelo projeto de lei a taxa de outorga, por exemplo, passa de R$ 7.288,20 para R$ 14.576,00, o que equivale a um aumento de 100%. A taxa de alteração de esquema operacional experimenta um aumento de 500%, passando de R$ 291,53 para R$ 1.457,64. Já a taxa de outorga para serviço alternativo rodoviário é reajustado, pelo projeto de lei, em 1.333%, saltando de R$ 1.082,21 para R$ 2.429,40.

MARINA SILVA – Em defesa da esperança



“Não ajo por vingança, mas por legítima defesa da esperança.”


Marina Silva, ao justificar sua filiação ao PSB, depois de ver ser abatido em terra o Rede Sustentabilidade, o partido articulado pela ex-senadora, para disputar a sucessão da presidente Dilma Rousseff e cujo registro foi negado pela Justiça Eleitoral.

MURAL – Queixas & Denúncias


GREVE – Os professores e a justa paralisação

Professores ocupam sede da Seduc: por condições de trabalho dignas.

        Greves em setores essenciais, como o da rede pública de ensino, soam fatalmente cruéis, porque penalizam a parcela mais carente da população. Isso não autoriza ninguém, mas absolutamente ninguém, a tentar criminalizar a paralisação dos professores da rede estadual de ensino, que entra no seu 31º dia nesta quinta-feira, 24, com os grevistas acampados na sede da Seduc, a Secretaria de Estado de Educação A mais basilar das cobranças deve ter como destinatário quem deu causa à greve - o governo Simão Jatene, de parcas realizações, mas pródigo em matéria de propaganda enganosa, através da qual vende a imagem de um Pará imaginário, a uma distância abissal do Pará real. Os professores em greve, cabe sublinhar, reivindicam não apenas remuneração decente, mas condições de trabalho minimamente dignas.

        Não se pode, sequer, conceder o benefício da dúvida ao governador tucano Simão Jatene, tanto quanto este não pode alegar qualquer herança maldita, o álibi predileto dos inquilinos do poder, para justificar sua notória inépcia. Descontado o breve hiato da administração da governadora petista Ana Júlia Carepa, entre 2007 2010, a tucanalha, que vem a ser a banda podre do PSDB, comanda o governo do Pará desde 1995 e cujo principal legado são índices sociais pífios e o sucateamento, levado ao paroxismo, da saúde pública e da rede estadual de ensino. A mesma tucanalha, que alega falta de recursos para investir em setores essenciais, como o da educação e saúde públicas, patrocina a pilhagem ao erário, em tenebrosas transações, para recorrer à imagem cunhada por Chico Buarque de Holanda, na antológica música Vai Passar.

GREVE – As balelas da tucanalha

No Diário Oficial, o registro do cachê faraônico de Fafá de Belém.

        O governo que tenta satanizar os professores em greve, a pretexto da falta de recursos, é o mesmo que perpetrou um dos mais escandalosos assaltos ao erário, que foi o contrato – travestido de convênio, para driblar a exigência de concorrência pública – pelo qual a Funtelpa, a Fundação de Telecomunicações do Pará, simplesmente pagava um aluguel mensal para a TV Liberal utilizar suas 78 repetidoras e, assim, levar sua programação para o interior do Estado. O “convênio” firmado entre a Funtelpa e a TV Liberal, celebrado ainda no primeiro mandato de Almir Gabriel como governador, quando era presidente da fundação Francisco Cézar Nunes da Silva, perdurou até 2006 e rendeu aos cofres da emissora dos Maiorana R$ 37 milhões ao longo de 10 anos, em valores ainda por atualizar. O último pagamento foi de R$ 467 mil. Diante da ruptura do simulacro de convênio, pelo governo da petista Ana Júlia Carepa, os irmãos Maiorana ingressaram na Justiça com uma ação reivindicando uma indenização de mais de R$ 3 milhões, a pretexto de suposta “manutenção” feita nas repetidoras da Funtelpa.

        E o que dizer do faraônico cachê, de R$ 280 mil (clique sobre a imagem, para ler o registro do pagamento no Diário Oficial do Estado, destacado em vermelho), pago a Fafá de Belém, para a cantora ser anfitriã de uma suntuosa boca-livre, na qual se locupletaram celebridades, na procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré deste ano? O escárnio é tão acintoso, que é lícito especular se Fafá de Belém chorou copiosamente movida pela fé, diante da passagem da berlinda de Nossa Senhora de Nazaré, ou se suas lágrimas traduziam pena dos pobres contribuintes, aos quais cabe, ao fim e ao cabo, bancar a conta da lambança da tucanalha.

GREVE – A educação no Pará real








Flagrantes do apreço da tucanalha pela educação.

        Nada mais resume, com tanta propriedade, o sucateamento da rede estadual de ensino, que o indignado desabafo de internauta anônimo, ilustrado com fotos que falam por si e retratam, de forma eloqüente, o menosprezo da tucanalha pela educação. “Trata-se de um vergonha!”, sentencia o internauta anônimo.

        “As fotos anexas mostram um pouco das condições de trabalho na Seduc. Assim como os professores, os outros profissionais da educação trabalham em condições deprimentes, tanto na sede, como nas escolas”, salienta o internauta anônimo. “O governo chora que não tem dinheiro para implantar o PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração) do grupo de apoio educacional, mas mostra que não se importa com o patrimônio e enche de DAS a secretaria. A situação dos carros traduz um total descaso com o patrimônio público!”, acrescenta o internauta anônimo, para então fulminar: “Não tem nem material de expediente para trabalhar.”

GREVE – A promotora de Justiça pusilânime

Graça Cunha (à esq.): deplorável postura de preposta da tucanalha.

        Diante do inocultável sucateamento da rede estadual de ensino soa inevitavelmente pusilânime a presepada protagonizada pela promotora de Justiça Graça Cunha, da Promotoria de Justiça e Direitos Constitucionais Fundamentais, Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa. “A negociação pode continuar sem greve. O governo demonstra estar de portas abertas, procurando encaminhar as propostas. É preciso que haja consenso e que se pense no problema maior, no prejuízo que os alunos estão tendo”, vociferou Graça Cunha, obnubilada pela aviltante subserviência, que tisna a imagem do Ministério Público Estadual como fiscal da lei.
        A execrável manifestação de Graça Cunha é tanto mais repulsiva, porque feita sem que a greve dos professores da rede estadual de ensino tenha sido julgada ilegal pela Justiça. Pior, muito pior, é a promotora de Justiça desconhecer, na esteira da mais repulsiva má-fé, quem deu causa à paralisação, que é o governo Simão Jatene, a começar por incluir a Seduc na partilha política da máquina administrativa. Disso resultou a secretaria ficar sob a égide do deputado federal tucano Nilson Pinto, o Nilsinho, e sua perigosa perua, Lena Conceição Ribeiro Ferreira, uma notória alpinista social, que no passado notabilizou-se como a preferida de 11 entre 10 prefeitos do interior, mas que portava-se como uma espécie de secretária sem pasta, a despeito de sua decantada indigência intelectual. Um autêntico pavão de subúrbio, Nilsinho enquadra-se na definição do político que só tem compromisso com suas conveniências eleitorais, lixando-se para a necessidade de um mínimo de excelência na gestão pública.
        Para ilustrar os deletérios efeitos da passagem de Nilsinho pela Seduc cabe recordar que, segundo depoimentos feitos ao Ministério Público Estadual, Lena Conceição Ribeiro Ferreira teve participação direta nas costuras que desembocaram nas mamatas das quais foram beneficiários seu genro, Bruno Leal Fonseca, e sua irmã, Laura Maria Ribeiro Ferreira, no rastro das tramóias registradas na Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará. Laura Maria Ribeiro Ferreira, a irmã de Lena Conceição, era servidora fantasma, sem lotação definida, embolsando R$ 15 mil mensais, de acordo com Mônica Alexandra da Costa Pinto, a ex-chefe da Seção da Folha de Pagamento da Alepa, que figura no epicentro do escândalo no qual submergiu o Palácio Cabanagem. “A Laura era fantasma. Entrava em um mês na folha de pagamento, saía, depois entrava de novo”, relatou Mônica Alexandra da Costa Pinto, em entrevista a O Liberal, o principal jornal do grupo de comunicação da família Maiorana, que ainda inclui, entre outros veículos, a TV Liberal, afiliada da TV Globo.

        Fosse um pouco menos servil e Graça Cunha teria atentado para as precárias condições de funcionamento da rede estadual de ensino. A maioria das escolas de tempo integral, por exemplo, por falta do que oferecer ao alunato, acabou reduzida a guetos da ociosidade, no rastro da qual florescem a promiscuidade sexual e o uso de drogas.

GREVE – O servil procurador-geral de Justiça

Marcos Antônio Neves (à esq.) com Simão Jatene: postura servil.

        A promotora de Justiça Graça Cunha, é verdade, em sua desastrada intervenção, apenas reproduziu o figurino servil sob o qual hoje se apresenta o procurador-geral de Justiça Marcos Antônio Ferreira das Neves que, após ser avalizado pelos promotores e procuradores de Justiça, mandou às favas seus compromissos de campanha. Compromissos que incluíam preservar a independência do Ministério Público Estadual, mas que Neves, depois de nomeado pelo governador tucano Simão Jatene, tratou de atrelar, sem nenhum resquício de pudor, aos inquilinos do poder e, em especial, a tucanalha.

        É emblemático, dessa postura servil do procurador-geral de Justiça, o episódio relatado por uma fonte fidedigna, segundo a qual, após receber um telefone do governador tucano Simão Jatene, durante uma reunião com os demais procuradores de Justiça, Neves pretendeu convencê-los da necessidade do Ministério Público Estadual intervir na greve dos professores da rede estadual de ensino. Essa intervenção, segundo ainda Neves, se faria na forma de uma recomendação do MPE para que fosse cortado o ponto dos grevistas. A marmota acabou abortada, diante da enérgica intervenção de pelo menos um dos procuradores de Justiça, até porque a greve dos professores da rede estadual de ensino não figurava na pauta da reunião. Relata ainda a mesma fonte que Neves não se deu por vencido e, dias depois, recebeu em seu gabinete os procuradores de Justiça, aos quais convidou a subscreverem a tal recomendação do MPE para que fosse cortado o ponto dos grevistas, em uma manobra que novamente não prosperou.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

JUSTIÇA – A máfia togada


MURAL – Queixas &Denúncias


DIÁRIO – Balanço da greve dos jornalistas 1

Amanda Aguiar: generoso agradecimento.

        Recebi e agradeço, sinceramente comovido, um e-mail da jornalista Amanda Aguiar, no qual esta agradece o apoio do Blog do Barata à greve dos jornalistas do jornal Diário do Pará e do DOL, o Diário Online, do grupo de comunicação da família do senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Estado, ocorrida em setembro último. Generosa, Amanda atribui a mim muito mais do que mereço. Seja como for, é um alento saber que, de alguma forma e dentro das minhas limitações, o blog possa ter sido útil à justa paralisação dos jornalistas dos veículos do grupo RBA, a Rede Brasil Amazônia de Comunicação.
        Segue abaixo, na íntegra, o e-mail de Amanda Aguiar, que traz anexo um balanço da greve dos jornalistas do grupo RBA, o qual reproduzo na postagem subseqüente a esta:

        Prezado Augusto,

        “Um mês após a greve dos trabalhadores do Diário do Pará e DOL, lembramos o valor da nossa luta. Ela nos rendeu conquistas importantes - mas o despertar para a consciência de classe é uma de nossas maiores vitórias. Só nos resta agradecer todo apoio dedicado à causa. Você foi demais. Fez toda a diferença.

        “Um abraço e obrigada, em nome de todos os trabalhadores que decidiram cruzar os braços no dia 20 de setembro de 2013 e transformaram essa data num marco para o jornalismo paraense.

        “Até!


        “Amanda Aguiar

DIÁRIO – Balanço da greve dos jornalistas 2

Greve no Diário e no DOL: marco na mobilização dos jornalistas.

        Transcrevo abaixo, na íntegra, a avaliação da greve dos jornalistas do jornal Diário do Pará e do DOL, anexada ao e-mail de Amanda Aguiar:

        “Hoje, 20 de outubro de 2013, nossa mobilização por salário justo, melhores condições de trabalho e respeito completa um mês. E, a partir de novembro deste ano, o suor de nosso trabalho, o preço por nossa criatividade e a recompensa por nossa dedicação valerão no mínimo 30% a mais. Em seis meses, o acréscimo será de 50%. Aos colegas diagramadores e revisores, o ganho imediato começa em quase metade do total. Percentuais assim foram raramente conquistados por uma categoria em greve no Brasil. Nós conseguimos. Agora, enfim, temos um piso salarial. Não só. Conquistamos a garantia de segurança e conforto. Equipes da editoria policial receberão coletes à prova de bala. E o inverno amazônico será encarado com mais dignidade a partir da distribuição de botas, capas e guarda-chuvas para todos os profissionais.

        “O valor fechado nesse acordo coletivo ainda é baixo, sabemos. A própria empresa reconhece. Mas em tempos de crise do dólar, em um ramo em que a maior parte dos insumos para a produção do jornal é importado, carregamos a certeza de um enorme salto. Aos mais esquecidos, basta lembrar que antes do movimento 'Jornalista Vale Mais' ser deflagrado, o aceno para reajuste não ultrapassava o INPC, calculado em torno de 7%.

        “Mesmo fundamentais, nenhuma das vitórias foi mais importante que o valor de sermos ouvidos de alguma forma pela direção. 'Nenhum trabalhador precisou ser convencido de que essa luta era justa, tivemos apenas trabalho para convencê-los a lutar', afirmamos em uma das mesas de negociação. E assim foi.

        A equipe do caderno ‘Você’ parou integralmente. O ‘Cidades’ surpreendeu, apenas uma das equipes factuais, formada por repórter e repórter fotográfico, não aderiu à greve, o mesmo ocorreu no ‘Bola’. Metade dos repórteres do ‘Polícia’ cruzaram os braços e duas produtoras fizeram o mesmo durante os sete dias parados. No DOL, repórteres, coordenadores e multimídias aderiram em massa. A ânsia pela mudança era real e não podia ser protelada. Mas houve quem optasse por continuar no trabalho.

        “Sabemos que pode ter havido excessos nas redes sociais – ou no microfone. E, enquanto grupo de trabalhadores, pedimos desculpas aos colegas que se sentiram ofendidos. Um mês após o marco inicial da nossa greve, termos uma certeza - a única a ser levada adiante -, com organização é possível conquistar direitos.

        “Não cobramos nada impossível de ser atendido. A prova está aí. Voltamos aos nossos postos de trabalho e mesmo com a manutenção de alguns problemas, e o surgimento de outros, seguimos dispostos a continuar dando o nosso melhor pela empresa. Essa é a nossa marca.

        “Não nos unimos para produzir heróis, mas para reforçar a energia anônima da coletividade. Hoje é um novo dia. Dia de perceber que antigos paradigmas foram quebrados e que ‘se muito vale o já feito, mais vale o que será’.



        “Salve 20 de setembro de 2013!”

SERRA PELADA – Pilhagem e balelas da Colossus

Carvalho: contra a pilhagem.

        “A Colossus, que com o seu poder econômico monopoliza o noticiário na imprensa, tenta passar a ideia de que ela é a verdadeira ‘dona’ da Reserva Mineral de Serra Pelada e que os garimpeiros não passam de nocivos posseiros invasores, que reagem à implantação do ‘seu’ projeto e, com isso, atravancam o progresso do Estado do Pará. É essa falácia que tem prevalecido, e os garimpeiros não conseguem ser ouvidos pelas autoridades do Pará. Se é no Poder Judiciário, não se consegue estabelecer um mínino de contraditório, pois a Colossus, com suas petições mentirosas, consegue sucessivas e absurdas liminares no primeiro grau, sempre sem ouvir a outra parte, proibindo os representantes da outra sócia, a Coomigasp, de chegar ao canteiro da mina. A Polícia Militar, por ordem do secretário de Segurança do Estado, faz pior: está lá no local para rechaçar à bala esses humildes garimpeiros, que ali tentam comparecer na condição de legítimos sócios do empreendimento. Um absurdo total.”
        O desabafo é de Daniel Carvalho, presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp, a Cooperativa de Mineração de Garimpeiros de Serra Pelada, ao denunciar que a Colossus, uma mineradora canadense, está usurpando o direito dos garimpeiros. A denúncia figura em correspondência enviada à desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento, presidente do TJ do Pará, o Tribunal de Justiça do Estado, datada de 7 de setembro último, 13 dias após os incidentes registrados em 25 de agosto passado, em Serra Pelada, Curionópolis (PA). Na ocasião, segundo revela Carvalho, a Polícia Militar, sob o comando do coronel. Silveira, impediu o acesso dos garimpeiros sócios da Coomigasp ao canteiro de obras da SPCDM, a Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, empresa hoje detentora da portaria de lavra da reserva mineral de Serra Pelada. “Na ação empreendida pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará, por encomenda particular da Colossus Minerals Inc, também sócia da SPCDM, a Polícia Militar usou bombas de grande efeito lesivo às pessoas e balas de borracha, bem como balas letais de grosso calibre, resultando em 25 garimpeiros feridos, quase todos idosos e de saúde frágil, todos trabalhadores remanescentes do célebre garimpo de Serra Pelada”, acrescenta Carvalho.

        O relato de Carvalho é contundente. Ele conta que no dia seguinte ao da repressão aos garimpeiros – “quase todos idosos e de saúde frágil, todos trabalhadores remanescentes do célebre garimpo de Serra Pelada” - a Colossus Minerals Inc emitiu nota oficial para agradecer às “autoridades” do Pará, informando que “a empresa tomou as medidas preventivas adequadas com as autoridades brasileiras” e que “forças públicas implantadas impediram a tentativa do protesto de alcançar os portões da mina”. “A nota, na verdade, serviu para deixar claro que a Polícia Militar lá esteve para prestar serviço de segurança à Colossus, uma das acionistas da SPCDM, esta, sim, a empresa titular do direito mineral e executora do projeto. Fica claro, portanto, que a Colossus não é dona exclusiva do empreendimento, mas que, numa brutal distorção do direito e dos fatos, tomou para si sozinha o controle e o comando do negócio, verdadeira usurpação, contando para isso com a ajuda indevida de algumas ‘autoridades’ do Pará”, assinala o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp.

SERRA PELADA – A falácia da mineradora


PM barra o acesso dos garimpeiros ao que a estes pertence.

        Em sua denúncia, Daniel Carvalho, presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp, salienta que, na esteira do poder econômico, a Colossus monopoliza o espaço na grande imprensa, impondo a versão segundo a qual seria “a verdadeira ‘dona’ da reserva mineral de Serra Pelada e que os garimpeiros não passam de nocivos posseiros invasores, que reagem à implantação do ‘seu’ projeto e, com isso, atravancam o progresso do Estado do Pará”. “É essa falácia que tem prevalecido, e os garimpeiros não conseguem ser ouvidos pelas autoridades do Pará. Se é no Poder Judiciário, não se consegue estabelecer um mínino de contraditório, pois a Colossus, com suas petições mentirosas, consegue sucessivas e absurdas liminares no primeiro grau, sempre sem ouvir a outra parte, proibindo os representantes da outra sócia, a Coomigasp, de chegar ao canteiro da mina”, salienta. “A Polícia Militar, por ordem do secretário de Segurança do Estado, faz pior: está lá no local para rechaçar à bala esses humildes garimpeiros, que ali tentam comparecer na condição de legítimos sócios do empreendimento. Um absurdo total”, acrescenta.

        Carvalho é incisivo ao denunciar a pilhagem da mineradora canadense, perpetrada, segundo ele, com a cumplicidade de autoridades do Pará e coonestada pela grande imprensa. Diante da parcialidade da imprensa e da má vontade das ‘autoridades’ do Pará em ouvir e entender o verdadeiro perfil do empreendimento de Serra Pelada, sobretudo a composição acionária da SPCDM, a Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, a Colossus Minerals Inc vem conseguido usurpar o patrimônio de quase 40.000 garimpeiros, tudo, diga-se, a bem da verdade, com a ajuda direta de algumas ‘autoridades’ do Pará”, enfatiza o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp.

SERRA PELADA – O histórico do imbróglio

        Ao historiar o imbróglio, Daniel Carvalho relembra que, após o encerramento do garimpo manual de Serra Pelada, em 1992, os garimpeiros que ali trabalhavam, organizados em torno de sua cooperativa, a Coomigasp, lutaram por 15 longos anos até conseguir a portaria de pesquisa do DNPM, o Departamento Nacional de Produção Mineral. Em 2007, prossegue Carvalho, a Colossus Geologia e Participações Ltda, uma empresa recém-fundada no Brasil, apresentou-se como interessada em fazer uma parceria com a Coomigasp e apresentou uma proposta de sociedade em que ela, a a mineradora, arcaria com todo o custo do investimento para a construção da mina, que a entregaria funcionando em dezembro de 2009, ficando, assim, com 51% do empreendimento. A Coomigasp, que ali estaria entrando com a maior riqueza do negócio, a titularidade da reserva mineral, ficaria então com 49% da sociedade no referido empreendimento. “O vídeo da exposição da proposta pelo representante da Colossus, seguida da discussão e aprovação em assembleia, não deixa nehuma dúvida quanto a esses percentuais ali pactuados” acentua Carvalho.

        “Como o valor da construção da mina era pequeno em relação ao grande valor da reserva mineral pertencente aos garimpeiros, a Colossus, para equilibrar a proposta, obrigou-se a pagar como prêmio uma grande quantia em dinheiro, propocionalmente ao tamanho da jazida a ser confirmada”, recorda o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp. “Essa observação vem a propósito de desmetir a última falácia da Colossus de que ela teria aumentado a sua participação para 75% no empreendimento, porque os garimpeiros não colocam dinheiro no negócio”, prossegue Carvalho, para então disparar, contundente: “Pura empulhação.”

SERRA PELADA – O perfil dos sócios


Serra Pelada, em seu apogeu: massa humana na corrida pelo ouro.

        No documento enviado à desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento, presidente do TJ do Pará, Daniel Carvalho o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp, traça o perfil dos sócios no empreendimento.
        Sobre a Coomigasp Carvalho explica que é constituída de aproximadamente 37 mil garimpeiros sócios. “Todavia, apesar da enorme riqueza que representa a reserva mineral de Serra Pelada, em razão do grande número de sócios, torna-se pequena a participação individual de cada garimpeiro cooperado, sendo quase todos, em razão da baixissima renda familiar, beneficiários do programa Bolsa Família”, esclarece Carvalho. “A Coomigasp, pelo acordo aprovado pela assembleia dos sócios, participa com 49% das ações da SPCDM, a pessoa jurídica titular do empreendimento. Portanto, que fique claro, os garimpeiros são sócios da SPCDM, através de sua cooperativa, e não invasores, como consegue a Colosus fazer as ‘autoridades’ acreditarem e, pior, atuarem na expulsão desses infelizes trabalhadores brasileiros de seu próprio patrimônio”, continua o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp.
        Sobre a Colossus, Carvalho relata que trata-se de uma sociedade anônima de capital aberto pertencente a aconistas vários canadenses. “Embora ela se apresente às ‘autoridades’ como ‘dona’ do projeto, na verdade ela é apenas também uma acionista da SPCDM, com 51% do capital, conforme pacto proposto por ela e aprovado pelos garimpeiros em assembleia. Tudo isso está bem documentado e já é objeto de uma ação do MPF (Ministério Público Federal) para corrigir o escancarado engodo que subverte e desfigura a sociedade antes pactuada”, didatiza o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp.

        Quanto a SPCDM, a Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, Carvalho sublinha que trata-se de empresa que nasceu da referida ‘joint venture’, uma sociedade anônima fechada, com uma composição acionária bipartite, a saber: a Colossus com 51% e a Coomigasp com 49% do capital. “Essa nova empresa, constituída para tocar o projeto, passou a deter, no DNPM, a titularidade da portaria de lavra da reserva mineral, que antes pertencia somente à Coomigasp, ou seja, aos garimpeiros”, continua o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp. “Vale registrar que a Colossus se comprometeu a concluir a mina até dezembro de 2009, o que até hoje não aconteceu. A entrega da mina funcionando seria a integralização de sua parte no capital na sociedade, que, como visto, ela ainda não cumpriu”, destaca Carvalho.

SERRRA PELADA – Cláusulas fraudulentas

        Em sua denúncia, Daniel Carvalho, o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp, relata, em tom abrasivo, as falcatruas da Colossus, a mineradora canadense, que ele define como “uma empresa trapaceira, desonesta e desleal” e acusa de introduzir cláusulas fraudulentas no contrato de parceria. “Tudo teria dado certo para os garimpeiros, não fosse o fato de a Colossus ser uma empresa trapaceira, desonesta e desleal. Os garimpeiros realmente deram um grande azar, pois, com tantas empresas sérias no país com quem se poderia realizar uma parceria decente, a Coomigasp teve a infelicidade de se deparar com a Colossus, que na verdade se constitui num grupo de vigaristas, que atua na base do suborno, da fraude e da trapaça. É o seu modus operandi para tentar subornar e cooptar todos que cruzam o seu caminho”, escancara Carvalho.
        “Assim aconteceu com os diretores da Coomigasp à época, transformando-os em seus capatazes, para agirem ou se omitirem em em seu benefício”, prossegue Carvalho. “Foi dessa forma que ela introduziu cláusulas fraudulentas no contrato de parceria e, despudoradamente, está tentando usurpar 24% das ações da Coomigap na SPCDM, aumentando a sua participação para 75% e reduzindo a cooperativa dos garimpeiros a 25% de participação no empreendimento”, denuncia o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp. “Simultaneamente, mediante uma série de aditivos fraudulentos, sem o conhecimento ou autorização da assembleia de sócios da Coomigasp, outras cláusulas viciadas foram introduzidas no negócio, permitindo à Colossus se apropriar indevidamente da área da reserva mineral, onde passou a extrair enorme quantidade de valioso material mineralizado, levando-o para local ignorado, bem como se apropiou de uma outra áera de 700ha, pertencente à cooperativa, tudo em claro e comprovado prejuízo para os garimpeiros, que se sentem hoje espoliados em seu valioso patrimônio”, enfatiza Carvalho. “Pior: encontram-se hoje impedidos de se aproximar de sua propriedade, sob ameças e intimidações, não só de seus jagunços ali disfarçados de segurança armada, bem como contando com ações violentas e ilegais da Polícia Militar do Pará, que lá no canteiro de obras da mina montou, a pedido da Colossus, um destamento permanente.”

        De acordo com Carvalho, são recorrentes as falcatruas perpetradas da Colossus. “Todo tipo de desordem administrativa, inclusive desvio de dinheiro, compõe o expediente da Colossus em Serra Pelada. Por último, o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) dectou movimentões finanaceiras suspeitas no município de Curionópolis, onde pessoas de baixíssima renda movimentavam milhões de reias em suas contas bancárias”, relata Carvalho. “Alertada, a Delegacia da Receita Federal pressionou o Ministério Público de Curionópolis a proceder a necessária investigação. Depois de muito tempo, afinal, o representante do Ministério Público ofereceu denúncia ao juiz de direito da comarca de Curionópolis (PA)”, conta ainda o presidente o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp. Carvalho ilustra suas revelações com uma esclarecedora passagem da manifestação do magistrado, no qual este afirma: “Existem outras operações narradas no relatório do COAF; entretanto, a presente exposição permite uma visualização panorâmica do que parece caracterizar a atividade de uma quadrilha bem organizada, instalada para se apropriar ilicitamente do dinheiro da Cooperativa e de seus associados e, por fim, ocultar o destino dos ativos, por meio de sucessivas transferências para laranjas”.

SERRA PELADA – A manifestação da juíza

        Daniel Carvalho, o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp, reforça suas acusações sobre falcatruas promovidas pela Colossus com a manifestação da juíza da comarca, em relação à denúncia oferecida pelo Ministério Público, reproduzida abaixo:


        “O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ, por seu Promotor de Justiça de Curionópolis, requer Medidas Cautelares em face de GESSE SIMÃO DE MELO, ANTÔNIA ALVES DE OLIVEIRA, FRANCISCO BARROS DA SILVA FILHO, OSMANO CARDOSO DE SOUZA e TÂNIA ANCHIETA BALHOS, afirmando que os representados praticaram crime de lavagem de dinheiro, apropriação indébita e quadrilha, apontando a existência de uma organização criminosa instalada na COMIGASP, especializada em desviar os recursos pertencentes à pessoa jurídica. Relata que a COMIGASP recebeu Alvará de pesquisa para aferir presença de ouro, paládio e prata no Garimpo da Serra Pelada, sendo que como não havia recursos financeiros assinou com a empresa Colossus Geologia e Participação Ltda. que ficou responsável por viabilizar a exploração, que em decorrência do contrato fundaram uma sociedade anônima denominada Companhia de Desenvolvimento Mineral Serra Pelada (SPCDM). O Ministério Público recebeu da Unidade de Inteligência Financeira do Brasil COAF evidências de uma série de movimentações financeiras atípicas das pessoas jurídicas envolvidas e da diretoria anterior e atual da COMIGASP, sendo que parte da quantia de R$173.738.801,06, foi transferida para SPCDM e em seguida repassado parte para Antonia Alves de Oliveira, que era diretora financeira da COMIGASP, sendo que Antonia recebeu diretamente da Colossus, entre o período de janeiro de 2010 a março de 2011, em suas contas pessoais a quantia de R$19.183.985,00, sendo que quase toda a quantia foi sacada e beneficiada diversas pessoas, além de saques superiores a R$100.000,00. Grande parte foi repassado da conta de Antonia e da SPCDM para conta do atual presidente da COMIGASP GESSE SIMÃO DE MELO e para outras pessoas sem conexão com a Cooperativa.”

SERRA PELADA – A suspeita omissão do MP

        “Vale ressaltar que o referido representante do Ministério Público, em sua denúncia, informa que Antônia Alves de Oliveira recebeu em suas contas pessoais valores repassados diretamente pela Colossus num total exato de R$ 19.183.985,00. Como visto, diante de tamanha farra criminosa, ricamente narrada pelo Ministério Público, há de se imaginar o tamanho da distribuição ilícita de dinheiro com que a Colossus vem alcançando seus objetivos”, observa também o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp. “A verdade é que essa transferência de vultosa quantidade de dinheiro, numa triangulação pra lá de suspeita, envolve, sim, todos os diretores da Colossus e da SPCDM, que estranhamente não foram denunciados pelo representante do Ministério Público, embora lá no processo nº 2012.2.000296-3 esteja claro que são eles a origem de todos os crimes de lavagem de dinheiro, apropriação indébita e quadrilha”, sublinha Daniel Carvalho.
        A propósito, Carvalho é incisivo. “O que o Ministério Público não enxergou, apesar de todas as evidências, é que foi a Colossus a autora de todos aqueles atos ilícitos, afinal o dinheiro para os ‘laranjas’ foi repassado por ela, numa clara triangulação financeira do suborno com que cooptou os diretores da Coomigasp para atuarem em seu benefício e em prejuízo dos garimpeiros”, fulmina o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp. “Convém registrar que, até aqui, nenhuma medida foi adotada contra a Colossus”, enfatiza.

        “E para bem escancarar a má-fé dessa empresa, é bom que se diga que ela, mediante fraudes e subornos, impôs vários aditivos contratuais absurdos, apossou-se sozinha da reserva mineral e não informa para aonde está levando o riquíssimo material mineralizado retirado da enorme cava da mina”, assinala também Carvalho. E acrescenta, devastador, ao apontar a má-fé da mineradora canadense: “Serve também como prova de sua má-fé o fato de ela ter transferido a sede da SPCDM para São Paulo, tudo para deixar os garimpeiros de Serra Pelada sem informações nem acesso ao seu patrimônio.”

SERRA PELADA – Escandaloso conluio

        Daniel Carvalho, presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp, não poderia ser mais explícito ao escancarar o escandaloso conluio entre a Colossus e a antiga diretoria Coomigasp. “Diante do escancarado conluio entre a Colossus e a antiga diretoria Coomigasp, foi uma luta para os garimpeiros sócios da entidade conseguirem destituir os diretores corruptos, comandados por Gesse Simão e Valdemar Falcão, em razão das manobras da Colossus para mantê-los no comando da entidade, inclusive com aberta intromissão no Poder Judiciário do Pará”, revela. “Depois de quase uma dezena de assembleias, quase todas anuladas liminarmente pelo judiciário, afinal os garimpeiros sócios conseguiram recuperar de volta a cooperativa que a Colossus havia, mediante suborno, colocado a serviço de seus interesses”, relembra. “Mesmo assim, a atual diretoria, comandada por Vitor Albarado, que foi legalmente eleita por quase 98% dos sócios, vem encontrando muitos embaraços promovidos pela Colossus, tudo com o objetivo de impedir a Coomigasp de exercer os seus direitos de sócia no empreendimento de Serra Pelada”, salienta.

        Ao arrematar seu relato, Carvalho cobra um mínimo de isenção por parte das autoridades paraenses. “Aguardando uma melhoria no tratamento que lhe é dispensado pelas ‘autoridades’ do Pará, a Adepag, a Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros de Serra Pelada, expressa aqui o seu inconformismo diante da clara usurpação do patrimônio dos sofridos garimpeiros, tudo feito às escâncaras, em benefício de afortunados investidores canadenses”, assinala também Carvalho, para então finalizar: “Uma verdade, porém, fica clara e marcará a sofrida história dos garimpeiros: a Colossus, sozinha, não conseguiria êxito nessa sua vergonhosa espoliação; se conseguir, será com a ajuda de algumas ‘autoridades’ do Pará.”

SERRA PELADA – Intervenção na Coomigasp

        Reorganizar a entidade e resgatar os verdadeiros direitos dos sofridos garimpeiros que atuaram na década de 1980 naquele que foi considerado o maior garimpo a céu aberto do mundo. Este é o objetivo declarado do Ministério Público e do interventor nomeado pela Justiça, Marcos Alexandre Mendes, na esteira da intervenção sob a qual se encontra a Coomigasp, a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada, no município de Curionópolis. “Esta intervenção vai ser um marco na história da Coomigasp. O objetivo maior é sanear a cooperativa por intermédio de uma administração rigorosa, com profissionais especializados, após uma implacável auditoria nas contas da cooperativa e cumprir as cláusulas do TAC (Termo de Ajuste de Conduta) assinado em 2012 pela diretoria afastada da cooperativa”, declarou o interventor, Alexandre Mendes, ao assumir a função, em ato que teve a participação do procurador de Justiça Nelson Medrado e do promotor de Justiça Hélio Rubens, que, juntamente com os promotores de Justiça Guilherme Chaves e Franklin Jones, foram os responsáveis pelo pedido de intervenção na cooperativa, feito em ação civil pública ajuizado pelo Ministério Público do Estado do Pará.

        O cenário descrito corrobora a denúncia de falcatruas na Coomigasp feita por Daniel Carvalho. “Constatamos um aumento exagerado de garimpeiros; carteiras de garimpeiros sendo vendidas no Pará e no Maranhão para que outras pessoas fossem beneficiadas no futuro a partir da exploração do ouro pela empresa Colossus em Serra Pelada; desvio de dinheiro que ultrapassa os R$ 50 milhões nos últimos cinco anos; e ainda os dois veículos de propriedade da cooperativa estão em busca e apreensão, pois eram usados em benefícios pessoais do presidente afastado da cooperativa. Além disso, até hoje a Coomigasp não possui sede própria. Houve ainda muitas fraudes em ações trabalhistas com o único objetivo de lesar o dinheiro do verdadeiro garimpeiro”, enfatizou o promotor Nelson Medrado.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

MARINA SILVA – Coração valente


MURAL – Queixas & Denúncias


SEDUC – Crise de competência engessa Siebe

Jatene: inexplicavelmente silente, diante da crise no Siebe.

        Ou o governador Simão Jatene desconhece a crise, porque esta lhe foi irresponsavelmente omitida; ou pelo menos desconhece a gravidade e a extensão do impasse, porque este foi dolosamente minimizado; ou simplesmente mandou às favas os escrúpulos, privilegiando conveniências domésticas, em detrimento do alunato da rede estadual de ensino.
        Estas são as alternativas passíveis de se contemplar, na tentativa de explicar o porquê da passividade do governo Simão Jatene diante da crise de competência que engessa o Siebe, o Sistema Estadual de Bibliotecas Escolares da Seduc, a Secretaria de Estado de Educação. O imbróglio tem no seu epicentro a atual coordenadora do Siebe, Hellen Anjos, acidamente criticada pela incompetência administrativa e alvo de recorrentes denúncias de assédio moral por expressivo contingente das bibliotecárias da Seduc. Segundo a versão que ela própria encarregou-se de disseminar, ao jactar-se de que está blindada contra queixas ou denúncias, Hellen Anjos aboletou-se no cargo de coordenadora do Siebe no rastro de um pedido da chefe de gabinete do governador Simão Jatene, dona Maria Auxiliadora.

        Ao aval da chefe de gabinete do governador Simão Jatene, dona Maria Auxiliadora, é atribuido o mutismo do secretário estadual de Educação, Cláudio Cavalcanti Ribeiro, diante da avalanche de queixas e denúncias contra Hellen Anjos. Essas queixas e denúncias, que escancaram a incompetência administrativa e a postura intolerante de Helen Anjos, acentuando os efeitos deletérios disso no Siebe, foram levados formalmente ao conhecimento de Cláudio Cavalcanti Ribeiro, sem que nenhuma providência tenha sido tomada pelo secretário estadual de Educação. “Disso resultou o marasmo no qual submergiu, sem perspectiva de reversão dessa situação, o Sistema Estadual de Bibliotecas Escolares da Seduc”, afirma uma fonte da própria Secretaria de Estado de Educação, ouvida pelo Blog do Barata.

SEDUC – Cláudio Ribeiro: omissão servil

Cláudio Ribeiro, secretário de Educação: omissão servil.

        De fato, um documento datado de 21 de fevereiro deste ano, subscrito por mais de 50% dos bibliotecários em atividade no Siebe, revela as mazelas que impedem um desempenho eficaz e enfatiza o quanto os problemas são potencializados pela postura da coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas Escolares, Hellen Anjos. Intitulado “Relato da situação das bibliotecas escolares e das técnicas em gestão pública/bibliotecárias da rede estadual de ensino” e subscrito por 13 bibliotecárias da Seduc, o documento contém um pormenorizado diagnóstico sobre a situação na qual se encontra, hoje, o Sistema Estadual de Bibliotecas Escolares. O documento foi formalmente encaminhado ao secretário estadual de Educação, Cláudio Cavalcanti Ribeiro, e todas as 13 bibliotecárias que subscreveram-no deram conhecimento do fato, pessoalmente, a Hellen Anjos, a coordenadora do Siebe. Esta, em um primeiro momento, reagiu com um choro copioso, para logo em seguida disparar uma avalancha de diatribes, sucedidas de retaliações às bibliotecárias em geral e, em particular, àquelas que subscreveram o documento.

        O revanchismo insano de Hellen Anjos é explicável, considerando a postura autoritária da atual coordenadora do Siebe. Em um subtítulo, denominado “Ponto crítico que desestimula o exercício profissional na Seduc”, o documento detalha o obstáculo que representa o modus operandi de Hellen Anjos. “Para desestimular ainda mais o exercício de nossas atividades, ainda tivemos e temos que conviver, a partir de 02 (anos) para cá com um aspecto que nos ‘tira as forças’ e nos impede de avançar, que é a postura da atual coordenadora do Siebe. Com a atual coordenadora não existe comunicação, e sabemos que esta é essencial em qualquer atividade. Não existe sequer planejamento das ações, nem em nível tático e nem operacional; sem falar que não somos respeitados enquanto técnicos do quadro de pessoal efetivo desta secretaria”, relatam as bibliotecárias. E acrescentam: “A comunicação que existe é levada somente em tom de ameaça (assédio moral), ou em tom de fofoca, não se preocupando em ver resultados positivos e reais no cumprimento da missão do Siebe.”