Jatene: mutismo no limite da leniência, compartilhado pelo TJ e MPE. |
Foi necessária a matança de
presidiários no Amazonas, como corolário de uma disputa entre facções
criminosas rivais, para o Pará ver exposto que aqui também medra com vigor a
barbárie, para além da escalada cotidiana da criminalidade, da qual é refém a
população indefesa, na esteira do sucateamento da segurança pública. O Pará
figura no 5º lugar do ranking dos estados nos quais foram registradas mortes
violentas nos presídios em 2016, com um total de 24 mortos. Trata-se de uma
revelação dramática, sobre a qual perdura o silêncio do governador tucano Simão
Jatene, em um mutismo – que traduz o cinismo da leniência - compartilhado pelo presidente do Tribunal de
Justiça do Pará, desembargador Ricardo Ferreira Lima, e pelo procurador geral
de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves, em uma espécie de pacto de
silêncio que pavimenta a ignomínia institucionalizada.
Em todo o Brasil, registrou-se em 2016 um
total de 392 mortes violentas nos presídios, número equivalente a uma média de mais de um morto por
dia, segundo dados se referem a
todas as mortes consideradas não naturais – o que inclui homicídios e
suicídios. Segundo
levantamento do G1, com base em dados fornecidos pelos governos dos 26 estados e do
Distrito Federal (leia aqui), o ranking da barbárie é
liderado pelo Ceará, com 50 mortes violentas em presídios em 2016, seguindo-se,
com números igualmente alarmantes, Pernambuco, com 43 e Rio Grande do Norte,
com 31. A estes estados sucedem-se Goiás, com 26 mortes; Pará, com 24; Paraíba,
com 23; e Mato Grosso do Sul, com 22. Ironicamente, o Amazonas, onde 56
detentos foram assassinados no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) este
ano, registrou 10 mortes em 2016 – menos de 1/5 das mortes registradas no 1º
dia do ano em Manaus. O número de mortos no complexo em 2017 também impressiona
se for comparado ao total do país em todo o ano passado (14%).
Um comentário :
Se depender do mp estadual estamos todos ferrados , la so pensam em salarios e gratificaçoes altas
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