SOB CENSURA, POR DETERMINAÇÃO DOS JUIZES TÂNIA BATISTELO, JOSÉ CORIOLANO DA SILVEIRA, LUIZ GUSTAVO VIOLA CARDOSO, ANA PATRICIA NUNES ALVES FERNANDES, LUANA SANTALICES, ANA LÚCIA BENTES LYNCH, CARMEN CARVALHO, ANA SELMA DA SILVA TIMÓTEO E BETANIA DE FIGUEIREDO PESSOA BATISTA - E-mail: augustoebarata@gmail.com
sábado, 24 de maio de 2014
PARÁ – Diante da PM, cadeia é a melhor opção
![]() |
Imagem do vídeo que registrou a brutal e covarde agressão da PM. |
Pelo
menos para os desvalidos, no Pará do governador Simão Jatene, apesar de todas as
ignomínias impostas pelo sistema carcerário, a prisão pode ser a opção mais
segura, diante da escalada da truculência policial, tão execrável quanto a brutalidade
da criminalidade. Esta é a conclusão na qual fatalmente se desemboca, no rastro
do drama de Alex Ferreira Sales, identificado como a vítima do gratuito e
covarde espancamento perpetrado por três PMs, na rua Henrique Gurjão, bairro do
Reduto, a 27 de abril passado, em episódio registrado em vídeo por um morador. Segundo
a versão oficial, Sales cumpre pena por roubo qualificado
e se encontrava em liberdade provisória, para tratamento de saúde, mas tratou
de retornar ao presídio metropolitano 2, em Marituba, após ser despejado na
praça Magalhães pelos PMs que recolheram-no na viatura policial com inominável violência.
Depois disso, ele desapareceu, aparentemente sem deixar vestígios, suscitando a
suspeita de ter sido morto pelos policiais militares que agrediram-no – o soldado Jhonatan
Miranda e os cabos Luis Silva e Alfredo Correa.
"Ele (Alex
Ferreira Sales) foi chamado para prestar depoimento e
confirma a agressão dos PMs”, afirmou ao G1, o portal de notícias da Globo, o
promotor militar Armando Brasil Teixeira, em uma declaração
pleonástica, diante do vídeo que registra o episódio. O promotor militar
assinalou, na ocasião, que Sales reconheceu, como seus agressores, o soldado Jhonatan
Miranda e os cabos Luis Silva e Alfredo Correa. E assinalou que os PMs, por sua
vez,reconheceram Sales como a vítima do brutal e covarde espancamento. "Ele diz que foi agredido sem motivação justa, mostrou o ferimento
da perna provocado pelo golpe do fechamento do porta-mala do carro e também
reconheceu o local em que foi preso e a praça em que foi liberado", acrescenta
Armando Brasil Teixeira. Durante o
depoimento, Sales também revelou que os agentes não informaram sua detenção,
via rádio, ao Centro Integrado de Operações, observou ainda o promotor militar.
“É complicado, porque ele é usuário de drogas”, declarou complementarmente Armando
Brasil Teixeira, ao comentar as
eventuais lacunas no relato da vítima dos três PMs. O acréscimo do promotor
militar soa algo capcioso, porque omite a irrelevância das eventuais lacunas
registradas no depoimento de Sales, diante das evidências e provas do comportamento criminoso
dos três PMs.
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Augusto Barata
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quarta-feira, 21 de maio de 2014
BLOG – 3.223 acessos, novo recorde em 2014
![]() |
Gráfico do Blogger, com o registro do novo recorde do blog. |
Nesta
última terça-feira, 20, o Blog do Barata registrou
um novo recorde em 2014, em matéria de acessos diários. Segundo as estatísticas
do Blogger, foram contabilizados exatos 3.223 acessos, um pouco abaixo da maior
marca já alcançada, de 3.295 acessos, registrados em 16 de dezembro de 2013.
Também
de acordo com o Blogger, as postagens mais acessadas nesta última terça-feira, em
ordem decrescente, foram MPE
– Trem da alegria passa por 15 votos a 9 , MPE
– Medrado e Cândida, exemplos dignificantes, , MPE
– Constitucionalidade questionada , MPE
– Os votos dos procuradores e MPE
– Versões sobre supostas retaliações ao blog . Todas as cinco
postagens foram veiculadas nesta última terça-feira.
Segundo ainda as estatísticas do
Blogger, nesta última terça-feira, 20, as visualizações de página do Blog
do Barata por
País apresentaram os seguintes números: Brasil, 2.297 visualizações; Alemanha, 493; Estados Unidos, 175; China, 57; Índia, 47; França, 24; Reino Unido, 16; Canadá, 4; Aruba, 3; e Dinamarca, 3.
BLOG – As mais acessadas nos últimos oito dias
De
acordo também com as estatísticas do Blogger, em ordem decrescente as postagens
do Blog do Barata mais acessadas, entre 14 e 21
de maio em curso, foram MPPA – Pedido de vista suspende
sessão, de 13 de maio; MPE – Protesto e pedido de
sustentação oral, de 19 de maio; MURAL – Queixas & Denúncias,
de 14 de maio; MPE – Trem da alegria passa por
15 votos a 9, de 20 de maio; e MPE – Medrado e Cândida,
exemplos dignificantes, também de 20 de maio.
As
estatísticas do Blogger revelam ainda que no mesmo período, entre 14 e 21 de
maio em curso, as visualizações de
página do Blog do Barata por País
apresentaram os seguintes números: Brasil, 9.114 visualizações; Alemanha, 3.453; Estados Unidos, 932; China, 353; Índia, 308; França, 116;
Reino Unido, 54; Canadá,
26; Dinamarca, 16; e Irlanda, 11.
MPE – O suposto ardil para tentar calar o blog
![]() |
Marcos Antônio das Neves: suposta trama para calar o blog... |
![]() |
...em reunião no MPE, com a presença de Caio Trindade |
Convém receber com reservas
a versão, porque até aqui apenas uma especulação, mas não há como ignorá-la,
diante dos rumores que varrem os bastidores do MPE, o Ministério Público do
Estado do Pará. Desde a noite de segunda-feira, 19, após a reunião do colégio
de procuradores de Justiça que referendou o trem da alegria criando 185 cargos
comissionados, sucedem-se os relatos sobre a costura de um suposto ardil, na
pretensão de intimidar-me e calar o Blog do Barata. O estopim para o imbróglio seriam as denúncias sobre as lambanças
perpetradas pela atual administração, que tanto incomodariam o procurador-geral
de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves, cujo mandonismo rendeu-lhe o
epíteto de Napoleão de hospício.
Segundo
a versão corrente, ao término da reunião do colégio de procuradores, realizada
segunda-feira, Neves e um magote de apaniguados teriam entrado pela noite
debatendo, a portas fechadas, uma estratégia para abafar as denúncias e
críticas do Blog do Barata, diante dos recorrentes desmandos
do procurador-geral. De acordo com essa versão, a reunião de Neves com sua
claque teria se desenrolado em clima de Gaiola
das Loucas, tanta e tamanha a excitação do procurador-geral de Justiça e
seus áulicos. Aos quais teria se agregado o procurador-geral do Estado, Caio
Trindade, notabilizado pela dedicação servil ao governador Simão Jatene, o Simão Preguiça, ícone da tucanalha, a
banda podre do PSDB. Do nhenhenhém teria resultado a decisão da Procuradoria
Geral do Estado ajuizar uma ação judicial contra mim, a pretexto de defender as
instituições do Estado.
A
conferir.
PM – Quem são, afinal, os bandidos fardados?
A covardia dos bandidos fardados, em vídeo.
Como
perguntar não ofende, perdura a indagação que não quer calar: o que falta para
o promotor militar, Armando Brasil Teixeira, revelar a identidade dos três PMs
flagrados agredindo, gratuita e covardemente, um suposto flanelinha, de
identidade desconhecida, recolhido com requintes de perversidade no porta-mala
da viatura policial, na rua Henrique Gurjão, bairro do Reduto, e desde então
desaparecido. As circunstâncias alimentam a suspeita de que se possa estar
diante de um caso semelhante ao do ajudante de pedreiro Amarildo, assassinado
brutalmente por PMs de uma UPP, Unidade de Polícia Pacificadora, no Rio de
Janeiro, sem que existam vestígios do cadáver. A diferença abissal é que os
envolvidos no assassinato de Amarildo estão presos, enquanto por aqui a PM, com uma
desfaçatez de corar anêmico, sequer se permitiu revelar a identidade dos três
bandidos fardados.
Exatamente
pela gravidade das suspeitas suscitadas, robustecidas pela inominável
truculência dos PMs, conforme ilustra o vídeo acima, feito por um anônimo e disseminado
pela internet, é que soa a escárnio a postura do comando da Polícia Militar em
se recusar a identificar os três policiais. Policiais que se comportaram, em
verdade, como bandidos fardados, contaminados pela truculência da oficialidade,
que tem efeito piramidal. Deles se sabe, apenas, que seriam um cabo e dois
soldados, supostamente afastados das ruas. Supostamente.
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PM – Promotor coonesta lambança do coronel
![]() |
Armando Brasil Teixeira: passividade diante da lambança da PM. |
![]() |
Coronel Daniel Mendes: cumplicidade com os bandidos fardados. |
Pior
do que a lambança do comandante geral da Polícia Militar, coronel Daniel Borges
Mendes, no tênue limite que separa a arrogância da molecagem pura e simples, só
a postura servil do promotor militar Armando Brasil Teixeira, cujo rigor, como agora
se constata, é para lá de seletivo. Implacável com a arraia-miúda da
corporação, o promotor militar, confrontado com a soberba do coronel,
comporta-se com a subserviência de uma gueixa. A ambos convém lembrar que são
bancados por todos nós, contribuintes, a quem devem explicação. E também que,
tal qual no caso da tortura, cujo futuro está intrinsecamente vinculado ao destino
do torturador, a persistência da truculência policial está indissoluvelmente
associada ao nível de tolerância diante dos bandidos fardados.
Soa
a molecagem pura e simples o coronel Daniel Borges Mendes estimular a
impunidade diante do desvio de conduta de seus subordinados, em um
corporativismo execrável, com o agravante de ser levado levado ao paroxismo.
Temos todos o direito de saber quem são os PMs que agrediram, gratuita e
covardemente, o suposto flanelinha e com ele sumiram. Até para que possamos nos
proteger, e aos nossos, na eventualidade de eventualmente cruzarmos com algum
dos três bandidos fardados. E também para que possamos monitorar a postura da
Polícia Militar quando confrontada com os malfeitos dos seus. Soa intolerável,
absolutamente inaceitável, ficarmos à mercê do banditismo daqueles aos quais
pagamos justamente para nos proteger da escalada da criminalidade. Boa parte
dos quais, diga-se, está aboletada nos confortáveis gabinetes refrigerados, em
desvio de função, frequentemente limitada a abrir e fechar portas, ou a carregar
pastas dos circunstanciais inquilinos do poder, ao mesmo tempo que graciosamente
embolsa gratificações injustificáveis, como a do risco de vida, seja qual for
a designação que esta receba dentro do jargão castrense.
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Augusto Barata
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PM – Mototaxista, outra vítima da truculência
Em vídeo, o registro da truculência dos PMs contra Diego.
É
ilustrativo dos efeitos perversos da impunidade, diante da violência policial,
o drama protagonizado pelo mototaxista Diego Olegário, 28 anos, também covardemente agredido por PMs, na manhã
de sábado passado, 17, na rua Rose Dani, no bairro de Canudos, em Belém.
O episódio foi registrado no vídeo acima, originalmente veiculado pelo Diário Online, em notícia que pode ser
acessada pelo link http://www.diarioonline.com.br/noticias/para/noticia-286079-mototaxista-e-agredido-por-policiais-militares.html
. É possível conferir, pelo vídeo, a indignação de populares que testemunharam
a agressão dos bandidos fardados.
O grotesco, no caso do
mototaxista, é que ele foi encaminhado para a delegacia da Terra Firme e, em inocultável abuso de autoridade, enquadrado pelos crimes de desacato e resistência à prisão, segundo
relata o Diário Online. Diego, sublinha também a notícia, foi abordado pelos PMs de maneira
absolutamente desrespeitosa e chamado de “vagabundo” por um deles. Ele retrucou cobrando respeito
do policial, observando que é casado, pai de dois filhos e mototaxista
regularizado, filiado a Ampub, a Associação dos Mototaxistas e Profissionais de
Motocicleta Unidos de Belém. Trata-se de um trabalhador, dedicado à mulher e aos filhos.
Observe-se
que a acintosa e repulsiva violência policial da qual foi vítima Diego, no
bairro de Canudos, sábado passado, se dá muito pouco tempo depois do episódio da vil agressão e
posterior sumiço do suposto flanelinha, na rua Henrique Gurjão, bairro do
Comércio. Fosse o coronel Daniel Borges Mendes, comandante da Polícia Militar,
mais rigoroso diante dos casos de abuso de autoridade na tropa, e os PMs que
agrediram Diego, verbal e fisicamente, além de forjarem os crimes de desacato e
resistência à prisão, não se sentiriam tão à vontade para perpetrarem a
lambança protagonizada.
Mas
o que esperar de uma Polícia Militar cujo próprio comandante reage com
leniência diante das suspeitas de assassinato da vítima de uma gratuita e
covarde agressão? Isso tudo coonestado por um promotor militar, ao qual falta
coragem moral para tornar pública a identidade dos três suspeitos de um crime
bárbaro.
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Augusto Barata
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terça-feira, 20 de maio de 2014
CANDIDATO SINCERO – Vale a pena ver de novo
Em
ano eleitoral, quando os profissionais do proselitismo político multiplicam-se,
nada mais pertinente que o humor escrachado do humorista Marcelo Adnet, encarnando
o fictício candidato do imaginário Partido da Sinceridade.
Qualquer
semelhança com pessoas vivas ou mortas é mera coincidência.
MPE – Trem da alegria passa por 15 votos a 9
“Ou
restaure-se a moralidade, ou locupletemo-nos todos!”
Cunhado
pelo jornalista Millôr Fernandes, mais do que nunca o célebre chiste perdura atual,
atualíssimo. Como evidencia, convém acentuar, a decisão do colégio de procuradores
do MPE, o Ministério Público do Estado do Pará, ao aprovar, por 15 votos a 9, a
criação de 185 cargos comissionados, por proposta do procurador-geral de
Justiça, Marcos Antônio Ferreira Neves. Em tese, o
anteprojeto de lei de criação de 185 novos cargos comissionados será submetido a votação pela Alepa, a Assembleia
Legislativa do Pará, cujo PCCR, o Plano de Cargos, Carreira e
Remuneração, declarado inconstitucional pelo MPE, perdura em vigor, sob o
silêncio cúmplice do próprio Ministério Público Estadual.
Realizada
em um clima tenso, depois de um jogo de pressão e contra-pressão a reunião pôde
ser acompanhada pelos representantes da Asconpa, a Associação dos Concursados
do Pará, Sisemppa, do Sindicato dos
Servidores do Ministério Público do Estado do Pará, e da Asmip, a Associação
dos Servidores do Ministério Público do Estado do Pará. O procurador-geral de
Justiça, porém, indeferiu o requerimento protocolado pela Asconpa, solicitando o direito de seu representante fazer
sustentação oral prévia sobre a proposta de criação dos 185 cargos
comissionados.
A
reunião teve passagens algo hilárias. Como, por exemplo, a manifestação do
procurador de Justiça Ricardo Albuquerque da Silva, depois que tocou o celular
do presidente da Asconpa, José Emílio Almeida, que acompanhava a votação do anteprojeto de lei, embora convalescendo de duas
delicadas cirurgias. De imediato, ao ver Emílio manipulando o aparelho –
exatamente para desligá-lo, como explicou posteriormente o presidente da Ascopa
–, o procurador de Justiça vociferou, elevando o tom, que era vedada a gravação
e/ou filmagem da reunião. E que ele, Ricardo Albuquerque da Silva, não
permitiria a veiculação de sua imagem. Ricardo Albuquerque da Silva vem a ser o
procurador de Justiça que, em fins de outubro de 2011, foi flagrado pela
Polícia Rodoviária Federal dirigindo seu carro, apesar das inocultáveis evidências de embriaguez. As imagens exibidas pela TV Liberal, no Jornal Liberal 1ª Edição, de 31 de
outubro de 2011, uma segunda-feira, falam por si. Na época, o procurador de
Justiça era vice-corregedor do Ministério Público Estadual, conforme relata postagem
do Blog do Barata, veiculada em 1º de novembro de
2011, que pode ser acessada pelo link abaixo:
MPE – Constitucionalidade questionada
O
trem da alegria que embute a criação de 185 cargos comissionados no MPE, o
Ministério Público Estadual, experimentou um inesperado freio de arrumação. Trata-se
da intervenção, na reunião do conselho de procuradores do MPE, do
ex-procurador-geral Manoel Santino do Nascimento Júnior, que questionou a
constitucionalidade do anteprojeto de lei de
criação de 185 novos cargos comissionados.
Segundo
relato em off de fonte do MPE, Santino argumenta que, por criar despesas, o anteprojeto de lei seria supostamente inconstitucional.
Com o agravante de ostentar um vício de origem, que seria a proposta não ter
obtido maioria absoluta no colégio de procuradores. Para tanto, acrescenta a
mesma fonte, a proposta do procurador-geral de Justiça precisaria obter 16
votos, ao invés dos 15 inicialmente registrados.
MPE – Os votos dos procuradores
Segue
abaixo a relação dos procuradores de Justiça que votaram a favor e contra a
proposta de criação de 185 cargos comissionados no Ministério Público do Estado
o Pará, em um colossal trem da alegria, patrocinada pelo procurador-geral de
Justiça Marcos Antônio Ferreira das Neves. A iniciativa é interpretada como uma
manobra de Neves, mirando na sua recondução ao cargo, embora na contramão do
que tradicionalmente preceitua o MPE aos quais fiscaliza.
Há
um voto à parte, o do procurador de Justiça Estevam Alves
Sampaio Filho, que votou a favor da
criação dos cargos comissionados, mas para o futuro.
A FAVOR
Luiz Cesar Tavares Bibas
Francisco Barbosa de Oliveira
Dulcelinda Lobato Pantoja
Almerindo José Cardoso Leitão
Ricardo
Albuquerque da Silva
Mário Nonato Falangola
Leila Maria Marques de Moraes
Maria Tércia Ávila Bastos dos Santos.
Miguel Ribeiro Baía
Hezedequias Mesquita da Costa
Maria Célia Filocreão Gonçalves
Maria do Socorro Martins Carvalho Mendo
Marcos Antônio Ferreira das Neves
Dulcelinda Lobato Pantoja
Tereza Cristina Barata Batista de Lima
CONTRA
Manoel
Santino Nascimento Júnior – Em defesa da criação de
cargos efetivos, preenchidos mediante concurso público.
Raimundo de Mendonça Ribeiro Alves – Em defesa da criação de cargos efetivos,
preenchidos mediante concurso público.
Geraldo de Mendonça Rocha – Em defesa da criação de cargos efetivos,
preenchidos mediante concurso público.
Adélio Mendes dos Santos – Em defesa da criação de cargos efetivos,
preenchidos mediante concurso público.
Antonio Eduardo Barleta de Almeida – Em defesa da criação de cargos efetivos,
preenchidos mediante concurso público.
Ana Tereza do Socorro da Silva Abucater – Em defesa da criação de cargos efetivos,
preenchidos mediante concurso público.
Jorge de Mendonça Rocha – Em defesa da criação de cargos efetivos,
preenchidos mediante concurso público.
Cândida de Jesus Ribeiro do Nascimento – Em defesa da criação de cargos efetivos,
preenchidos mediante concurso público.
Nelson Pereira Medrado – Em defesa da criação de cargos efetivos,
preenchidos mediante concurso público.
VOTO À PARTE
Com uma postura dúbia, o procurador de
Justiça Estevam Alves Sampaio Filho votou a favor da criação dos cargos comissionados, mas para o futuro. Por isso seu voto não foi computado como a favor da criação dos cargos
comissionados.
MPE – Medrado e Cândida, exemplos dignificantes
![]() |
Nelson Medrado (à esq.): louvável exemplo de dignidade e rigor ético. |
Dentre
os procuradores de Justiça que votaram contra o trem da alegria patrocinado
pelo procurador-geral, Marcos Antônio Ferreira das Neves, pelo menos dois deles,
considerando as circunstâncias, exibiram uma comovente coragem moral. Nelson
Pereira Medrado e Cândida de Jesus Ribeiro do Nascimento, por
isso, despontam
como dignificantes exemplos de coerência e rigor ético.
Medrado
e Cândida, cada um a seu modo, contribuem para aplacar a crise de credibilidade
sob a qual submergiu o Ministério Público Estadual, no rastro do mandonismo e
da falta de decoro do atual procurador-geral. A independência exibida por
ambos, no imbróglio do trem da alegria patrocinado por Neves, evidencia que é
possível, sim, driblar as ações e omissões indignas que maculam a imagem do MPE
como fiscal da lei. Basta coragem moral e determinação política.
MPE – O dilema de um homem digno
Diante
do trem da alegria, que embute a criação de 185 cargos comissionados, o procurador
de Justiça Nelson Medrado viu-se diante de um doloroso dilema, ao ser compelido
a optar entre uma questão de princípios e a amizade pessoal com o Marcos
Antônio Ferreira das Neves, o procurador-geral de Justiça. A serviço do qual Medrado
colocou sua reconhecida competência e probidade, e pelo qual vem sendo
prestigiado. Para além disso, com a discrição que lhe é própria, Medrado foi um
ilustre eleitor de Neves, capitalizando votos para o atual procurador-geral, na
disputa deste com a procuradora de Justiça Ubiragilda Silva
Pimentel. Gilda, como também é conhecida Ubiragilda, mantém notórios
vínculos com o ex-procurador-geral de Justiça Manoel Santino do Nascimento
Júnior, ícone da vanguarda do atraso que engessa o MPE, ao atrelá-lo ao
Executivo estadual, na esteira de conveniências escusas. Uma postura
interiorizada por Neves, na contramão do seu discurso de campanha.
Seja como for, Medrado, sem abdicar da
lealdade pessoal e profissional em relação a Neves, não abriu mão de princípios
e votou contra a proposta do procurador-geral que cria 185 cargos
comissionados, tradicionalmente sinônimos de sinecuras, inclusive no Ministério
Público Estadual. No plano estritamente técnico, ele ainda contribuiu para a
definição de atribuições dos novos cargos comissionados. De resto, Medrado
defendeu a criação
de cargos efetivos, preenchidos mediante concurso público. O que exige coragem
moral, considerando o corporativismo que medra com vigor na instituição e toma
como vilania o legítimo direito de se tirar a limpo os atos das autoridades
públicas.
MPE – Uma comovente declaração de voto
Quanto
a procuradora de Justiça Cândida de Jesus Ribeiro do Nascimento, ela
protagonizou uma comovente passagem na reunião do colégio de procuradores do
MPE, o Ministério Público Estadual, ao fazer uma eloquente declaração de voto contra
a avalancha de novos cargos comissionados. Cândida defende, veementemente, a criação de cargos
efetivos, que devem ser preenchidos mediante concurso público, na contramão da
lambança patrocinada pelo procurador-geral Marcos Antônio Ferreira.
A
procuradora de Justiça chegou a emocionar, ao sublinhar que fez carreira,
sempre, submetendo-se a concursos públicos, razão pela qual não poderia
coonestar, ou apoiar, a criação de 185 novos cargos comissionados. “Como o
doutor Nelson (Pereira Medrado), a doutora Cândida (de Jesus Ribeiro do Nascimento) também ofereceu um louvável exemplo
de dignidade, pessoal e profissional”, observa uma fonte do MPE.
MPE – O alto custo da vitória de Neves
Neves: trem da alegria, a um custo absurdamente exorbitante |
O
procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves, conseguiu a
aprovação, pelo colégio de procuradores do MPE, o Ministério Público do Estado
do Pará, do anteprojeto de lei criando 185 cargos comissionados, a ser votado
pela Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará. O custo desse triunfo, porém, soa
exorbitante, não só para o MPE, como para o próprio Neves. Ambos deixam o
imbróglio com a credibilidade esfarinhada.
O
pior é o que evidencia o resultado da votação do anteprojeto de lei, no colégio
de procuradores. O placar, de 15 votos a favor, contra 9, sinaliza o desgaste
amargado por Neves, no seu próprio feudo. Em verdade, o resultado da votação soa
algo humilhante para o atual procurador-geral de Justiça, cujas expectativas
iniciais eram de ver aprovada, consensualmente, sem maiores delongas, a
proposta de criação dos 185 cargos comissionados. Uma expectativa, diga-se,
lastreada pelas benesses com as quais contemplou, até aqui, procuradores e
promotores de Justiça. Obviamente mirando na reeleição, pelo voto direto de
promotores e procuradores, e na recondução ao cargo pelo governador tucano
Simão Jatene, o Simão Preguiça, com o
qual Neves estabeleceu uma relação servil.
MPE – Versões sobre supostas retaliações ao blog
Versões
não confirmadas relatam um suposto conchavo do procurador-geral de Justiça,
Marcos Antônio Ferreira das Neves, com a maioria dos procuradores de Justiça,
após o término da reunião do colégio de procuradores, nesta última
segunda-feira, 19. A portas fechadas, Neves teria discutido com seu magote de
apaniguados a conveniência de ajuizar uma ação judicial contra mim, como revide
pelas críticas desfechadas pelo Blog do Barata, diante do
trem da alegria patrocinado por Neves e que embute a criação de 185 cargos
comissionados.
Recebo
com ceticismo a boataria sobre a suposta possibilidade de ser acionado
judicialmente por Neves e seu séquito de áulicos. Mas, se eventualmente a sandice
for materializada, antecipo que nada tenho a opor. Será a oportunidade de
passarmos a limpo o Ministério Público do Estado do Pará. Com todas suas
mazelas e fartos indícios de malfeitos.
segunda-feira, 19 de maio de 2014
MPE – Protesto e pedido de sustentação oral
Exortação ao repúdio ao trem da alegria, que circula na internet. |
A
reunião do colégio de procuradores do MPE, o Ministério Público do Estado do
Pará, prevista para a tarde desta segunda-feira, 19, a partir das 14 horas,
para referendar a proposta de criação de 185 cargos comissionados, parece
condenada a escapar ao script traçado pelo procurador-geral de Justiça, Marcos
Antônio Ferreira das Neves. Em lugar da servil aprovação do trem da alegria
proposto por Neves, sem alarde, a reunião do colégio de procuradores deverá ser
condimentada por uma manifestação de protesto, marcada para as 13 horas,
convocada pela Asconpa, a Associação dos Concursados do Pará, juntamente com o Sisemppa, o Sindicato dos Servidores do
Ministério Público do Estado do Pará, e a Asmip, a Associação dos Servidores do
Ministério Público do Estado do Pará. O repúdio diante da tramóia, com a qual o
procurador-geral pretende pavimentar sua recondução ao cargo, ganhou
repercussão via internet, disseminando a defesa de realização de concurso
público. O imbróglio ganhou tinturas grotescas com a intervenção do
ex-procurador-geral de Justiça Manoel Santino do Nascimento Júnior, que
defendeu a criação de mais 31 cargos comissionados, correspondentes a mais um assessor
para cada um dos procuradores de Justiça, além dos 185 propostos por Neves.
Mas
isso não é tudo o que aguarda Neves, notabilizado por manter uma postura intolerante
e truculenta, digna dos cúmplices retroativos da ditadura militar, com
concessões que ferem o princípio da moralidade pública – como as nomeações do
namorado da filha, Gil Henrique
Mendonça Farias, e de André Ricardo Otoni Vieira, seu
amigo-de-fé-irmão-camarada. A Asconpa deverá protocolar, ainda na manhã desta
segunda-feira, requerimento solicitando o direito de seu representante fazer sustentação
oral prévia sobre a proposta de criação dos 185 cargos comissionados. Segundo o
presidente da Asconpa, José Emílio Almeida, a solicitação tem amparo na Lei Complementar nº 057/2006, além do
artigo 1º, parágrafo único c/c art. 5, LV da Constituição Federal. A
mobilização da Asconpa fatalmente potencializará o sentimento de desconforto
que medra com vigor em parcela dos procuradores de Justiça, preocupada com o
desgaste provocado pelo imbróglio na imagem do Ministério Público.
MPE – O toma-lá-dá-cá com a Alepa
Se aprovada a
proposta do procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves, o
anteprojeto de lei de criação de 185 novos cargos comissionados será submetido a votação pela Alepa, a Assembleia Legislativa do
Pará, cujo PCCR, o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração,
declarado inconstitucional pelo MPE, perdura em vigor, sob o silêncio cúmplice
do próprio Ministério Público Estadual. A conivência do MPE, com a imoralidade
que representa o PCCR da Alepa, se deu após uma reunião, a portas fechadas, do
procurador-geral de Justiça com os deputados, no Palácio Cabanagem, sede do Legislativo estadual.
Segundo
fonte do Ministério Público,
consumada a criação dos novos 216 cargos comissionados (somados os 185
iniciais, propostos por Neves, acrescidos de mais 31, defendidos por Manoel Santino
Nascimento Júnior), estes passarão de 117 para 333. Em contrapartida,
acrescenta a mesma fonte, os cargos de
provimento efetivo de nível superior somam apenas 225. Assim, o total de cargos
comissionados será quase 50% maior que o contingente de servidores efetivos de
nível superior. Trata-se de uma situação, assinala ainda a fonte do MPE, que
vem sendo reprovada pelos tribunais de Justiça e de Contas, assim como pelos
tribunais superiores, inclusive o STF, o Supremo Tribunal Federal.
sábado, 17 de maio de 2014
JATENE – O algoz oculto do pequeno Nicholas
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O pequeno Nicholas Lopes, vítima do sucateamento da saúde pública. |
Tem
nome e sobrenome o algoz oculto do pequeno Nicholas Lopes,
de 9 anos, vítima de uma conjugação perversa – uma doença grave, cujos efeitos
devastadores foram potencializados pelo sucateamento da saúde pública no Pará,
agravado pela repulsiva indiferença dos inquilinos do poder e seus prepostos.
Com leucemia, o garoto morreu a 20 de abril deste ano, no Pronto-Socorro do
Guamá, em Belém, à espera de uma vaga em um hospital de atendimento
especializado contra câncer. E sem conseguir, sequer, fazer uma transfusão de
plaquetas no Hemopa, a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia no Pará,
porque quando para lá foi levado não havia quem pudesse atendê-lo.
Por
atos e omissões, o verdugo invisível, que cruelmente levou o pequeno Nicholas ao cadafalso, chama-se Simão Robison Jatene, o governador
tucano que protagoniza uma administração desastrosa, a despeito da qual postula
um terceiro mandato. Certamente apostando na força do poder econômico e na
acintosa utilização da máquina administrativa estadual, tal qual ocorreu quando,
de um poste eleitoral, transformou-se no sucessor de Almir Gabriel, já
falecido, eleito governador em 1994 e reeleito em 1998, pelo PSDB, sob um escandaloso derrame de dinheiro, que coincidiu com a questionada privatização da Celpa, Centrais Elétricas do Pará, cujo desfecho foi a falência da empresa. Eminência
parda nos dois mandatos consecutivos de Almir Gabriel, ao tornar-se governador
em 2002, pelo mesmo PSDB, Jatene - que ganhou visibilidade com Jader Barbalho, antes de tornar-se fiel escudeiro de Almir Gabriel, que também foi alçado ao proscênio pelo morubixaba do PMDB no Pará, antes de encenar o papel de suposto paladino da moralidade pública - acabou por ficar conhecido como Simão Preguiça, na esteira de seu fastio
diante das responsabilidades do cargo. Favorecido pelo rompimento do senador e
ex-governador Jader Barbalho com Ana Júlia Carepa, na sucessão estadual de 2010
Jatene derrotou a ex-governadora petista, com o discreto apoio do morubixaba do PMDB no
Pará. Com o qual rompeu não por questão de princípios, mas diante da decisão da decisão de Jader em lançar a
candidatura a governador, pelo PMDB, do seu filho e presumível herdeiro
político, Helder Barbalho, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Ananindeua.
Jatene
é devidamente coadjuvado pelo prefeito de Belém, o tucano Zenaldo Coutinho, um
vagabundo profissional, que jamais soube o que fosse ter um emprego, como os
demais mortais, fazendo do proselitismo eleitoral um rentável meio de vida. Ele
protagoniza uma administração desastrosa, inclusive na saúde, cujo gerenciamento foi entregue
a uma enfermeira, depois que dois respeitados médicos pediram exoneração, na
esteira das interferências indébitas do secretário de Administração, Guto Coutinho, irmão do prefeito. No caso do pequeno Nicholas, Zenaldo
desponta, certamente, como cúmplice de Jatene, seu atual patrono político.
JATENE – Indiferença traduz menosprezo tucano
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Hélio Franco: subserviência que esfarinha a credibilidade. |
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Luciana Maradei, do Hemopa, onde Nicholas não foi atendido. |
Nada
mais emblemático da responsabilidade de Simão Jatene pelo cruel desfecho do
drama do pequeno Nicholas Lopes que a indiferença do governador tucano diante
das circunstâncias que precipitaram a morte do garoto. Hélio Franco, o respeitado
médico cuja credibilidade foi irremediavelmente esfarinhada pela sua
subserviência diante das conveniências políticas da tucanalha, a banda podre do PSDB, permanece como
secretário estadual de Saúde, sem ter sido minimamente incomodado, apesar das
circunstâncias em que se deu a morte da criança. Também perdura blindada a médica
Luciana Maria Cunha Maradei
Pereira, presidente do Hemopa, onde a
crueldade com a criança foi levada ao paroxismo, ao lhe ser negada a transfusão
de plaquetas expressamente recomendada pelos médicos, porque não havia quem
pudesse atender o pequeno paciente, já em situação deplorável.
É
fatalmente impossível deixar de relacionar tanto descaso, tão repulsiva indiferença,
a origem humilde do pequeno Nicholas. É emblemático, comoventemente pungente, o
depoimento do pai do garoto, o ajudante de pedreiro
Sandro Lopes. “Meu filho está entubado, em uma cama, sangrando pela boca, com
hemorragia, com os olhos inchados, todo roxo e a gente pede para alguém fazer
alguma coisa e ninguém faz nada. Todos os médicos dizem que ele tem que sair
daqui imediatamente, que o quadro dele é avançado. Ligam para um lugar e dizem
que tem que ter uma papelada, ligam para outro, dizem que tem que primeiro
fazer um exame, e a criança está aí, passando mal, quase morto”, relatou, em
tom de inocultável sofrimento, Sandro Lopes, em entrevista à TV Liberal, afiliada
da Rede Globo de Televisão. Foi durante a entrevista que o pai da criança soube
da morte do único filho. “Meu filho entrou bom, entrou andando, e vai sair
daqui carregado no caixão”, desabafou, na ocasião, o ajudante de pedreiro.
JATENE – O sucateamento da saúde pública
O
quadro do pequeno Nicholas Lopes era obviamente grave. Mas degradou-se, até
levá-lo à morte, diante da recorrente indiferença em relação a quem é refém da
saúde pública, sucateada até a exaustão durante os 12 anos de sucessivos
governos do PSDB no Pará, entre 1995 e 2006, um cenário que perdura desde então. Nos dois mandatos consecutivos, de 1995 a 1998 e de 1999 a 2002, como
governador de Almir Gabriel, ironicamente um médico competentíssimo e até então
um administrador austero, as interferências indébitas da primeira-dama, dona Socorro Gabriel,
uma enfermeira, resultaram em gestões extremamente conturbadas. No primeiro
mandato de Simão Jatene, de 2003 a 2006, na partilha política da máquina administrativa a
Sespa, a Secretaria de Estado de Saúde Pública, coube à vice-governadora
Valéria Pires Franco, a Dondoca da Doca, que era também a secretária especial de Promoção Social,
e seu marido e tutor político, o então deputado federal Vic Pires Franco, ambos
do PFL, do qual é sucedâneo o DEM. O médico Fernando Dourado, ex-sócio e
preposto do ilustre casal, tornou-se secretário estadual de Saúde,
protagonizando uma administração pontuada por denúncias de corrupção, sob o silêncio cúmplice de Simão Jatene.
O
descaso com a saúde pública perdurou, com diferença de grau, mas não de nível,
na caótica administração da ex-governadora petista Ana Júlia Carepa, entre 2007
e 2010. A Sespa inicialmente coube a José Priante, em um acerto direto com este,
cuja candidatura ao governo, nas eleições de 2006, foi fundamental para levar a
disputa para o segundo turno, no qual Ana Júlia Carepa derrotou Almir Gabriel,
o candidato do PSDB, que postulava um terceiro mandato, com o decisivo apoio de Jader Barbalho, o estrategista eleitoral da candidata petista, avalizado pelo então presidente Lula. Priante - que abdicara de uma reeleição certa para a Câmara Federal, para sair candidato ao governo e forçar a realização de um segundo turno na sucessão estadual de 2006 - perdeu a
secretaria a pretexto de suspeitas de corrupção, dos seus prepostos, seguindo-se, a partir daí, uma sucessão de gestões comprometidas pelas disputas intestinas e pontuadas por supostas tramóias de Santos Carepa, irmão da governadora. Pela sua
profícua passagem pela Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, a indicação
de Hélio Franco para a Sespa, com o aval do deputado federal Arnaldo Jordy
(PPS/PA), ao Jatene obter seu segundo mandato, em 2010, suscitou expectativas
otimistas, frustradas pela postura servil do secretário diante das conveniências
eleitorais do governador tucano e seus aliados.
JATENE – A banalização da morte
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Jatene (à dir., com Zenaldo): o algoz oculto de Nicholas e seu cúmplice. |
O
assustador, no dramático episódio de Nicholas Lopes,
é o que ele evidencia - a banalização da morte. Quase um mês depois, o único
filho do ajudante de pedreiro Sandro Lopes é apenas mais um número nas
estatísticas das vítimas fatais da inépcia administrativa sob cujo signo
permanece a saúde pública do Pará. Empenhado em obter um terceiro mandato, o
governador Simão Jatene ignorou solenemente o episódio, o secretário estadual
de Saúde, Hélio Franco, segue no cargo, fazendo cara de paisagem, tal qual Luciana Maria Cunha Maradei Pereira, presidente do Hemopa, que negou à criança
a transfusão de plaquetas requerida enfaticamente pelos médicos. Isso enquanto
se deteriorava o quadro de saúde de Nicholas, à
espera de uma vaga em um hospital de atendimento especializado contra câncer
Para
os pais do pequeno Nicholas resta a dor de uma saudade eterna, potencializada
pela evidência de que do seu único filho foi absurdamente usurpada a
possibilidade de driblar a leucemia. Enquanto isso, o governador Simão Jatene,
um notório hipocondríaco, pode dispor da medicina de ponta, em São Paulo, com
os custos naturalmente bancados pelo erário, um execrável contraponto ao
deus-dará ao qual é relegado quem depende da saúde pública. Mas tanta iniqüidade
não parece sensibilizar ninguém. Nada mais emblemático disso que a postura silente
do Ministério Público do Estado do Pará, cujo procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves, que ambiciona a recondução ao cargo, presta-se ao papel de boy qualificado de Simão Preguiça. Ou o constrangedor mutismo do Conselho
Regional de Medicina do Estado do Pará e do Sindmepa, o Sindicato dos Médicos
do Estado do Pará, sempre tão diligentes quando se trata de defender os
interesses da categoria.
Detalhe
sórdido deste enredo macabro, que soa a escárnio: a Secretaria Municipal de
Saúde, diante da morte do pequeno paciente, informou que Nicholas Lopes teria recebido todo o atendimento possível no PSM do
Guamá, enquanto aguardava a transferência para um hospital com leito de UTI pediátrica.
Uma vaga teria sido supostamente disponibilizada na Fundação Santa Casa de Misericórdia do
Pará no dia 20 de abril, um domingo, mas Nicholas já havia falecido.
PM – O Pará já tem seu Amarildo?
Flagrante dos PMs agredindo covardemente a vítima.
A
polícia, supostamente, nos protege dos bandidos, mas quem nos protege da
polícia?
Esta
é a pergunta que não quer calar, diante do episódio de três PMs, filmados
agredindo gratuita e covardemente um desconhecido, na rua Henrique Gurjão, depois
que a vítima revidou um tapa. O homem, de identidade desconhecida, foi detido e
recolhido com inominável truculência na viatura policial, e dele não se sabe desde
então, o que obviamente desperta a suspeita de que possa ter sido morto pelos
PMs, um cabo e dois soldados, segundo a própria Polícia Militar, que
graciosamente sequer forneceu a identidade dos policiais, supostamente afastados das ruas.
Na
versão oficial, os PMs teriam relatado ter deixado o desconhecido na altura da
Estação das Docas. Uma versão que convém receber com reservas, em se sabendo,
como se sabe, que a oficialidade da PM vagueia, historicamente, entre a
truculência e a corrupção, o que tem um efeito piramidal, disseminando-se no
baixo escalão da corporação.
O
que surpreende é o promotor militar Armando Brasil, pretensamente cioso de suas
responsabilidades, não ter requisitado as fitas das câmeras certamente
existentes ao longo do itinerário supostamente percorrido pela viatura
policial, principalmente nos arredores da Estação da Doca.
O
certo é que não há, desde então, vestígio da vítima da inominável truculência
policial. O que robustece a suspeita de que se esteja diante de uma situação
semelhante a de Amarildo, o ajudante de pedreiro morto pela PM do Rio de
Janeiro.
Essa
suspeita torna intolerável a recusa da Polícia Militar em identificar os PMs
suspeitos de assassinar covardemente, e por motivo torpe, a vítima da truculência
policial. Afinal somos todos nós, contribuintes, quem bancamos a Polícia
Militar. Inclusive o contingente de PMs em desvio de função, o que inclui
aqueles que, pagos pelo conjunto da sociedade, estão a serviço dos barões da
comunicação, sejam estes Maiorana ou Barbalho, ao invés de estarem nas ruas,
nos protegendo diante da escalada da criminalidade.
Postado por
Augusto Barata
às
03:51
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PM
quarta-feira, 14 de maio de 2014
PARAUAPEBAS – Invasão e tensão na via S10
Área ocupada por cerca de 700 famílias em Parauapebas:
foco da atmosfera de tensão que se dissemina no município.
Segundo
denúncias feitas ao Blog do Barata, ilustradas
por fotos, é tenso o clima em Parauapebas (PA). De acordo com informações do município,
por pelo menos duas fontes, cerca de 700 famílias, formadas em sua maioria por
crianças, mulheres e idosos, estão acampadas na região conhecida como via S10,
próximo ao frigorífico Frigovan, em uma região populosa da cidade de Parauapebas.
O
que torna o clima ainda mais tenso, segundo ainda os relatos, é o boato de
acordo com o qual o proprietário da área invadida estaria mobilizando uma
força-tarefa para expulsar as famílias. As famílias, por seu turno, estariam se
armando, com pedaços de pau, o que faz temer um derramamento de sangue.
As
denúncias acrescentam que as autoridades estão fazendo vista grossa, no caso. “O
Incra de Marabá se ausentou de lá e ninguém sabe porque da ausência do órgão”, assinala
uma das denúncias, acrescida da indagação: “Se um massacre acontecer, de quem
será a culpa?”
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