Segue
abaixo a transcrição, na íntegra, da notícia sobre a audiência no TRT, o
Tribunal Regional do Trabalho, prevista para a manhã desta segunda-feira, às
8h30.
Três de fevereiro: um dia
de luta para os jornalistas
Rede Brasil Amazônia
de Comunicação, grupo da família Barbalho, já demitiu oito profissionais que
ajudaram a organizar greve histórica em setembro, no Pará. Justiça do Trabalho
julgará demissões nesta segunda-feira
Será realizada nesta segunda-feira (03), às 8h20, a audiência que
julgará a ação coletiva de reintegração e indenização por assédio moral movida
pelo Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) contra o grupo RBA, de
propriedade da família Barbalho. A audiência estava marcada para o dia 17 de
dezembro de 2013. Na ocasião, a assessoria jurídica da empresa apresentou um
volume de documentos que levou a um "pedido de vista" do processo, adiando
então a audiência para o próximo dia 3 - para que a juíza responsável pelo caso
tivesse mais tempo de analisar todo o material.
Em novembro, os jornalistas Felipe Melo,
Cristiane Paiva, Amanda Aguiar e Adison Ferrera foram dispensados sem aviso
prévio e sem justa causa, em clara retaliação por terem participado ativamente
da greve do Diário do Pará e Diário Online, realizada em setembro. A
demissão dos quatro se deu imediatamente após o fim da estabilidade firmada no
acordo coletivo que assinalou o fim do movimento paredista.
De lá pra cá, o grupo RBA já demitiu
oito jornalistas. O caso mais recente foi o da editora Yorranna Oliveira,
dispensada na portaria da empresa no dia 8 de janeiro, quando chegava para
cumprir mais um dia de trabalho. Como nas demissões anteriores, a jornalista
foi submetida à assinatura dos documentos no balcão de recepção, em uma
situação humilhante. Uma semana antes, no dia 3, as jornalistas Edmê Gomes
(Diário) e Daniele Brabo (DOL) foram demitidas da mesma forma constrangedora.
Minimizando o caso, em entrevista ao
Portal Imprensa, o diretor-geral do grupo afirmou que as demissões constituem
uma decisão meramente administrativa e negou que tenham sido motivadas pelo
sentimento de vingança. Camilo Centeno disse que estas são acusações
"totalmente infundadas". "O grupo tem mais de 800 pessoas,
estamos falando de quatro demissões. O número é absurdamente ridículo, é
mínimo. É uma rotina, a empresa faz os ajustes conforme a necessidade dela. São
ex-funcionários que por algum motivo não interessavam mais à gerência, não
entendo essa ideia de retaliação", disse.
PERSEGUIÇÃO - A perseguição no
grupo RBA começou muito antes das demissões dos jornalistas. Tão logo a greve
foi anunciada, no dia 16 de setembro, o jornalista Leonardo Fernandes foi
ilegalmente dispensado. O retorno dos grevistas ao trabalho foi marcado por
mais retaliações. Todos os que aderiram ao movimento foram remanejados para
outros turnos e editorias, em uma generalizada dança das cadeiras.
Repórteres foram impedidos de assinar os próprios textos, ainda que eles
rendessem manchetes de página ou de capa.
Demissões após uma greve não são naturais.
A greve é um direito amparado pela Constituição Federal. A ação coletiva
ajuizada contra a RBA pede a reintegração dos trabalhadores demitidos e
indenização por danos morais
SOBRE A GREVE - A greve dos
jornalistas do Diário do Pará, Portal Diário Online e TV RBA, no final de
setembro, durou uma semana. O acordo entre o Sinjor-PA e o grupo RBA, que
viabilizou o retorno ao trabalho, assegurou a elevação do piso salarial da
categoria de R$ 1.000,00 para R$ 1.300,00 a partir do dia 1º de outubro e nova
atualização para R$ 1.500,00 em abril de 2014. Assegurou, também, a
estabilidade no emprego por 45 dias e o pagamento dos dias parados. Os
grevistas também garantiram equipamentos de segurança, como coletes à prova de
balas, para equipes que cobrem a editoria de polícia, e distribuição de botas,
capas e guarda-chuvas para todos os jornalistas da empresa.
DIA DE LUTA - A audiência na
ação coletiva ajuizada pelo Sindicato dos Jornalistas do Pará contra a Rede
Brasil Amazônia de Comunicação ocorre nesta segunda-feira, 3 de fevereiro, às
8h20, na 5ª Vara do Trabalho de Belém (travessa Dom Pedro I, 750, bairro do
Umarizal – em frente à praça Brasil). Será um Dia de Luta. Use branco nas redações, assessorias de imprensa e faculdades de
comunicação. Demonstre seu apoio à luta dos jornalistas que estão sendo
demitidos do grupo RBA de forma mesquinha e arbitrária. Quem puder, também está
convidado a aparecer por lá. Os jornalistas estarão reunidos a partir das 8h.
Diga não ao assédio moral e manifeste sua repulsa a todas as formas de
retaliação, desrespeito e desvalorização dos jornalistas paraenses. Compartilhe
essa ideia.
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