sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

BARBÁRIE – Sob a inércia oficial, Pará é o 5º no ranking dos estados com mortes violentas nos presídios

Jatene: mutismo no limite da leniência, compartilhado pelo TJ e MPE.

Foi necessária a matança de presidiários no Amazonas, como corolário de uma disputa entre facções criminosas rivais, para o Pará ver exposto que aqui também medra com vigor a barbárie, para além da escalada cotidiana da criminalidade, da qual é refém a população indefesa, na esteira do sucateamento da segurança pública. O Pará figura no 5º lugar do ranking dos estados nos quais foram registradas mortes violentas nos presídios em 2016, com um total de 24 mortos. Trata-se de uma revelação dramática, sobre a qual perdura o silêncio do governador tucano Simão Jatene, em um mutismo – que traduz o cinismo da leniência -  compartilhado pelo presidente do Tribunal de Justiça do Pará, desembargador Ricardo Ferreira Lima, e pelo procurador geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves, em uma espécie de pacto de silêncio que pavimenta a ignomínia institucionalizada.

Em todo o Brasil, registrou-se em 2016 um total de 392 mortes violentas nos presídios, número equivalente a uma média de mais de um morto por dia, segundo dados se referem a todas as mortes consideradas não naturais – o que inclui homicídios e suicídios. Segundo levantamento do G1, com base em dados fornecidos pelos governos dos 26 estados e do Distrito Federal (leia aqui), o ranking da barbárie é liderado pelo Ceará, com 50 mortes violentas em presídios em 2016, seguindo-se, com números igualmente alarmantes, Pernambuco, com 43 e Rio Grande do Norte, com 31. A estes estados sucedem-se Goiás, com 26 mortes; Pará, com 24; Paraíba, com 23; e Mato Grosso do Sul, com 22. Ironicamente, o Amazonas, onde 56 detentos foram assassinados no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) este ano, registrou 10 mortes em 2016 – menos de 1/5 das mortes registradas no 1º dia do ano em Manaus. O número de mortos no complexo em 2017 também impressiona se for comparado ao total do país em todo o ano passado (14%).

Um comentário :

Anônimo disse...

Se depender do mp estadual estamos todos ferrados , la so pensam em salarios e gratificaçoes altas