Luzia Nadja, com Simão Jatene (à dir.): sujeito oculto da ignomínia. |
Diante das circunstâncias não há como
deixar de associar a presidente do Tribunal de Justiça do Estado,
desembargadora Luzia Nadja Nascimento, ao tratamento ignominioso dispensado à
comissão de assistentes sociais e ao presidente da Asconpa, a Associação dos
Concursados do Pará. É lambança demais para ser perpetrada sem, pelo menos, o
silêncio cúmplice de Luzia Nadja, alternativa que, em tese, permite-lhe driblar
o desgaste de eventual controvérsia. A desembargadora, recorde-se também, é mulher
do ex-procurador geral de Justiça, Manoel Santino Nascimento Júnior, que foi
também secretário especial de Defesa Social no segundo mandato do ex-governador
Almir Gabriel, já falecido. Na versão que até hoje circula nos bastidores, Santino,
como é mais conhecido o ex-procurador geral de Justiça, ascendeu politicamente
na esteira do compromisso de blindar – tal qual foi feito - o ex-governador
Almir Gabriel, diante do massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido a 17 de
abril de 1996, no qual foram barbaramente mortos, pela PM, 19 sem-terra.
Soa fatalmente gracioso que a secretária
de Gestão de Pessoas do TJ Pará, Alice Loureiro, com a qual a comissão de
assistentes sociais deveria se reunir, estivesse ausente justo no horário de
uma audiência previamente agendada, para tratar de um tema delicado, como é o
drama dos concursados à espera de nomeação. E isso sem a gentileza de
justificar a ausência e sem que a comissão fosse remetida a outro interlocutor.
Mais inverossímil ainda é a possibilidade de toda essa lambança se dar sem o
conhecimento da presidente do TJ Pará. O ato falho, que evidencia a
determinação em abortar a audiência e inviabilizar o diálogo com os concursados
– algo só possível com o endosso da desembargadora Luzia Nadja Nascimento -, é
ter entrado em cena, com uma postura a priori hostil, o magote de vagabundos
fardados da PM, de notórias limitações intelectuais e, até pela formação
castrense, pouco ou nada afeitos ao diálogo.
4 comentários :
Toda mundo fala o que quer e o que não quer do Poder Executivo, que certamente não vale o que o gato enterra.
E o judiciário ? que historicamente foi criado para aplicar a justiça. A justiça só vale para meio dúzia eleitos (parentes, amantes, filhos e etc). Nesse Estado quem estiver dentro ou próximo TJ ou do MPE, pode fazer o que fizier que nada acontece.
O certo é que o pessoal do Judiciário, o PSBD a ORM, montaram uma rede de proteção dentro do judiciário e do MPE, que chega a ser nojento, ridículo e uma afronta para quem anda de chinelo de dedo, quem realmente precisa de juntiça.
A foto é muito representativa da "Associação para o Tráfico de Influência em Prol dos Pimpolhos de Autoridades". Desembargadores e juízes lotam seus filhos no judiciário; governador e secretários lotam os seus no serviço público estadual; e ainda sobra espaço para o troca-troca de gentilezas, também chamado de nepotismo cruzado.
O nepotismo cruzado bomba nesses órgão. É um tal de troca filho e sobrinho dos Tribunais (todos) com a ALEPA e MP, que nem presta. É Pará isso!
Oportuno ler o texto sobre Incitatus, o cavalo-senador do imperador Calígula, tinha ficha limpa e não fraudou o Orçamento
“O imperador romano Calígula [12 d.C.-41 d.C] nomeou seu cavalo favorito, Incitatus, para o Senado — naquele tempo, o Congresso só tinha uma Casa.
Há quem diga que Calígula nomeou Incitatus para demonstrar seu desprezo pelos senadores da época, um bando de gente sem espinha que só queria os favores do trono; há quem diga que, sem prejuízo de sua opinião sobre os parlamentares, Calígula nomeou Incitatus porque estava doido (o que também era verdade).
Incitatus tinha 18 assessores, dispunha de fortuna pessoal (colares de pedras preciosas), usava mantas nas cores reservadas ao imperador. Custava caro, Incitatus; mas até que seu mandato saiu barato, porque besteiras pelo menos não fazia.
Bons tempos, bons tempos. Incitatus se contentava com feno e alfafa, não dava muita importância às honras com que o cumulavam (uma estátua de mármore em tamanho natural, por exemplo, com base em marfim), e ao que se saiba jamais pleiteou cargos na administração nem fraudou o Orçamento.
Jamais recebeu sequer os salários referentes ao cargo; ignorava solenemente os múltiplos auxílios, ajudas, verbas, passagens. Nepotismo, nem pensar. Sua ficha era limpa, cândida — como cândida deveria ser a túnica de um candidato sem mancha.
Que os leitores perdoem este colunista pelas divagações históricas de fim de ano, que obviamente nada têm a ver com o presente. E pelas lembranças poéticas. O título deste artigo foi inspirado no “Rondó dos Cavalinhos”, do grande Manuel Bandeira: “Os cavalinhos correndo/ e nós, cavalões, comendo”.
Texto do jornalista Carlos Brickmann
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