Passagem Profª Antônia Nunes, sob a chuva de domingo, 12. |
Uma
chuva torrencial, que perdurou toda a madrugada e entrou pela manhã, fez
transbordar neste último domingo, 12, as sequelas do abandono do poder público que
historicamente castiga Belém, sem poupá-la dos monumentais alagamentos, a cada
novo aguarceiro. A ironia, é que desta vez o toró sepultou a prestidigitação
publicitária dos atuais inquilinos do poder, que preparavam-se para exaltar seu
suposto empenho em solucionar os problemas herdados dos seus antecessores e
correligionários, em relação aos quais perduraram silentes, enquanto assim lhes
foi conveniente. Fez água, literalmente, a farsa do prefeito Zenaldo Coutinho
(PSDB) e seus áulicos, enquanto na realidade das ruas a população, do centro a
periferia - com um sofrimento abjeto aos moradores desta, com a perda do pouco
que tem -, se defrontava com um cenário familiar – Belém submersa. Do patrono político de Zenaldo, o governador Simão Jatene (PSDB), o Simão Preguiça, alcunha que dispensa explicações, não ouve-se um aí.
Não
se trata, antecipe-se logo, de prejulgar a administração de Zenaldo Coutinho, ainda
que seus antecedentes não sejam exatamente lisonjeiros. Trata-se, como se sabe,
de um vagabundo de carreira, que jamais teve um emprego. Mas “deixa isso pra lá”,
para repetir o bordão tão caro ao ilustre prefeito. O problema é que, após um
ano de mandato, ele nivela-se, em imobilismo, ao seu antecessor, Duciomar Costa
(PTB), o nefasto Dudu, protagonista
de uma gestão calamitosa, pontuada por recorrentes denúncias de corrupção, cuja
impunidade é um retrato da Justiça do Pará. Duciomar, recorde-se, foi eleito e
reeleito pela força do poder político e econômico, com o apoio da tucanalha, a banda podre do PSDB, com o
aval do próprio Zenaldo. Como o nefasto Dudu,
Zenada, como foi etiquetado na
esteira da proverbial inércia, é farto em promessas e parco em realizações.
Como no caso do seu nefasto antecessor, nele não se vislumbra determinação
política e administrativa em materializar suas propostas de campanha efetivamente
exequíveis. Sequer empenho em pelo menos aplacar os dramas que afligem a
população de Belém em geral, e a população mais carente em particular, esta de
forma dramática, como evidenciam as fotos enviadas ao Blog do Barata,
sobre o alagamento na confluência dos bairros do Umarizal, Nazaré, São Brás e Fátima. É uma Belém
abissalmente distinta daquela cidade glamourosa e próspera, com um poder
público atuante, que vende a propaganda oficial, trombeteada pela grande mídia,
regiamente paga com o suado dinheiro do sofrido contribuinte. Os barões da
comunicação penhoradamente agradecem. E riem de nós. Assim como os poderosos de
plantão, em suas tenebrosas transações.
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