O imbróglio que deu margem a críticas ao
MPE, o Ministério Público Estadual, alcançando o promotor de Justiça Bruno
Beckembauer Sanches Damasceno, foi provocado pela revelação, feita ao Blog do Barata, de que a Alepa, a Assembleia
Legislativa do Pará, e o TCE, o Tribunal de Contas do Estado, patrocinam um
acintoso desrespeito a Constituição Federal, com prejuízo para o erário,
ignorando solenemente o teto constitucional. A beneficiária da tramóia vem a ser
Marta Maria Vinagre Bembom, a ilustre “doutora” Marta, procuradora da Alepa,
cedida ao TCE. Somados os R$ 25.367,24 pagos pela Assembleia Legislativa aos R$
17.853,75 que recebe no Tribunal de Contas, ela embolsa mensalmente exatos R$
R$ 43.220,99, em flagrante burla ao teto constitucional, cujo parâmetro é a
remuneração dos ministros do STF, o Supremo Tribunal Federal, atualmente no
valor de R$ 29,400,00. A denúncia
sublinha que em caso de cedência, no qual o servidor acumule remunerações dos
órgãos cedente e cessionário, a lei determina que, somados os pagamentos
brutos, seja descartado o que excede o teto constitucional, o que vem sendo
solenemente ignorado.
Escancarada a tramóia, emergiram as
críticas ao MPE, cujo atual procurador geral de Justiça, Marcos Antônio
Ferreira das Neves, é acusado não só de patrocinar falcatruas e tráfico de
influência, mas também de abdicar da independência do Ministério Público
Estadual e atrelá-lo ao governo Simão Jatene, do PSDB, em detrimento da sua
missão constitucional de fiscal da lei. Isso explicaria o porquê do MPE
permanecer silente sobre o PCCR da Alepa, o Plano de
Cargos, Carreira e Remuneração da Assembleia Legislativa do Pará, flagrantemente inconstitucional. Nesse
cenário, despontou então o promotor de Justiça Bruno Beckembauer Sanches Damasceno, posto sob a suspeita de
procrastinar uma ação judicial por improbidade, com pedido de ressarcimento ao
erário, pelo desrespeito sistêmico ao teto constitucional. A ação terá como
alvo Alice Viana, a secretária estadual de Administração,
originária do Tribunal de Justiça do Estado; Ana Maria Barata, da Defensoria
Pública e que passou muitos anos abrigada no próprio Ministério Público
Estadual; e Marta Maria Vinagre Bembom, a procuradora da Assembleia Legislativa
do Pará, hoje aboletada no Tribunal de Contas do Estado. Ana Maria Barata, ao
que consta, já retornou à Defensoria Pública, sem que se fale sobre ela
ressarcir o erário do que embolsou indevidamente.
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