Ironicamente,
é o mandonismo, do qual se vale para viabilizar suas ambições, que tisna irremediavelmente
a biografia de Marcos Antônio Ferreira das Neves. Como uma tiranete de
província, ele foi capaz, por exemplo, de reajustar, em percentual
acima do limite permitido pela lei, o contrato com a Águia Net, empresa que
presta serviços ao MPE, em ato que caracteriza improbidade administrativa. Um
escândalo sepultado pelo corporativismo que medra com vigor em grande parcela
dos promotores e procuradores de Justiça, reforçado pelo sentimento de impotência
diante da conivência, em relação a malfeitos, do CNMP, o Conselho Nacional do
Ministério Público. Convém recordar, a propósito dessa cumplicidade delituosa
do CNMP, o episódio do promotor de Justiça Alexandre Couto, um profissional de
competência, probidade e experiência reconhecidas, penalizado com um gracioso
PAD, processo administrativo disciplinar, em uma clara retaliação por ter
denunciado a contratação, sem licitação e a preços inocultavelmente
superfaturados, da Fundação Carlos Chagas, para organizar e realizar um
concurso promovido pelo MPE.
É emblemático do
mandonismo de Neves o imbróglio que protagonizou juntamente com o notório André
Ricardo Otoni Vieira, seu amigo-de-fé-irmão-camarada, além de
sócio-administrador de suas empresas, assessor e advogado. Por ser
sócio-administrador em pelo menos duas empresas de Neves, André Ricardo Otoni
Vieira não poderia ter sido nomeado assessor do procurador-geral de Justiça, e
por ser assessor deste, não poderia advogar para o seu assessorado, tal qual o
faz, inclusive em horário de expediente. Por Isso, o próprio MPE ajuizou uma
ação, por improbidade, contra André Ricardo Otoni Vieira, graciosamente
arquivada pela desembargadora Marneide Trindade Pereira Merabet, cujos antecedentes
permitem inclui-la no elenco de bandidos togados. Por patrocinar
a ilegalidade, Marcos Antônio Ferreira das Neves, o procurador-geral de
Justiça, é igualmente réu, por improbidade, em outra ação também ajuizada pelo
próprio MPE. Pela vasta tradição de iniquidade e corporativismo do TJ do Pará,
o Tribunal de Justiça do Estado, a polêmica decisão da desembargadora Marneide Trindade Pereira Merabet, no caso de André
Ricardo Otoni Vieira, antecipou o desfecho da ação contra Neves, extinta pelo juiz Helder Lisboa, notório boy qualificado da máfia togada.
Como é próprio dos tiranetes
de província, Neves não resiste diante da deletéria promiscuidade entre o
público e o privado, como ilustra o imbróglio de André Ricardo Otoni Vieira.
Mas este não foi o único beneficiário do tráfico de influência patrocinado pelo
procurador-geral de Justiça. Tão logo empossado, ele nomeou assessor o namorado da
filha, Gil Henrique Mendonça Farias, reprovado em concurso
público promovido pelo próprio MPE. Depois, aboletou na Prefeitura de
Ananindeua a filha, Mariana Silva Neves, logo após a posse do prefeito tucano
Manoel Pioneiro, a quem o MPE investigava por malfeitos quando presidente da
Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará. Mais recentemente, fez a filha migrar
para uma aprazível sinecura no TCE, o Tribunal de Contas do Estado do Pará,
objeto de recorrentes denúncias de improbidade administrativa, que caberiam ao MPE
apurar.
5 comentários :
Ajudei a divulgar isso aqui em Ananindeua... Chega deste tráfico de influência. Parabéns Barata pela matéria. :)
Está mais do que comprovado o nepotismo cruzado entre os Poderes deste Estado. A troca de parentes entre as instituições são corriqueiras e frequentes. Os nossos representantes fazem cara de paisagem e se fingem de mortos.Apelar a quem?
Barata, a ação de improbidade ajuizada pela Procuradora Abucater contra o Marcos das Neves, foi rejeitada pelo juiz Elder Lisboa. Até aí, nenhuma surpresa, porque já era esperado por todos, que isso ocorresse, mas agora espera-se que a Procuradora/autora, recorra dessa decisão absurda do juiz Elder Lisboa, impedindo que a impunidade continue imperando.
A Desembargadora Merabet, precisa viver em "lua de mel" com o MP para não ser processada pelo caso Mauro Santos/CELPA e Banco do Brasil, por isso extinguiu a ação contra o Otoni.
Abu u quê? ?
grande coisa!
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