No
cenário desenhado pela tragédia anunciada que foi o incêndio no PSM da 14 de
Março, soa irrelevante discutir a eventual motivação política da denúncia do Diário do Pará, que certamente passa
pela disputa entre PMDB e PSDB no Pará. A cadeia de omissões criminosas, diante
da situação calamitosa do PSM da 14 de Março, justifica a suspeita suscitada
pelo jornal da família do senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará.
O silêncio cúmplice, que estimulou a inércia dolosa do prefeito Zenaldo
Coutinho, começou exatamente pelo Corpo de Bombeiros, que após condenar as
instalações elétricas do Pronto-Socorro quedou-se mudo, alheio aos riscos sobre
os quais ele próprio advertira.
A responsabilidade
por esse mutismo repulsivamente criminoso é de responsabilidade, única e exclusivamente,
do comandante da corporação, coronel PM Nahum Fernandes, descrito como um
oficial servil ao governador tucano Simão Jatene, o patrono político de Zenaldo
Coutinho. Pelo próprio cargo que ocupa, o coronel Nahum está a uma distância
abissal do instituto da inocência presumida. Tanto quanto o prefeito de Belém,
que em um ano e meio de mandato nada fez para oferecer uma alternativa à
população, diante do colapso do PSM e da própria saúde pública do município.
Diante do caos, Zenaldo optou pela pilhagem ao erário, para saciar a voracidade
dos barões da mídia, e mais particularmente do grupo de comunicação da família
Maiorana, de estreitos e notórios vínculos com o PSDB, e comprou, a peso de
ouro, espaço privilegiado no jornal O
Liberal e na TV Liberal, afiliada da TV Globo, para trombetear balelas, com
seu proverbial cinismo, capaz de corar anêmico. Uma operação própria dos
marqueteiros de águas turvas, na vã tentativa de iludir a opinião pública e
mirando nas ambições eleitorais do prefeito de Belém. Zenaldo Coutinho, como
sabem até as pedras de Belém, é candidatíssimo à reeleição, apesar da
administração letárgica e pontuada por suspeitas de corrupção, talvez porque deposite
as fichas da esperança no estelionato publicitário e no voto do estômago do
eleitor na faixa da pobreza e, por isso, sensível aos mimos financiados pelo
caixa 2 das campanhas eleitorais.
Essa
cadeia de omissões criminosas naturalmente ainda inclui o Ministério Público
Estadual, hoje de rigor seletivo como fiscal da lei e refém da tucanalha, a banda podre do PSDB, da
qual é ícone o governador Simão Jatene, que tem o procurador-geral de Justiça,
Marcos Antônio Ferreira das Neves, como uma espécie de boy qualificado, cujo
mérito é ter partidarizado escancaradamente o MPE. Atrelado às conveniências
políticas do Palácio dos Despachos, o Ministério Público Estadual permaneceu
silente diante do sucateamento do PSM da 14 de Março, indiferente ao drama da
população de Belém, e mais especificamente da parcela carente desta, que tanto
depende do Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti. Tão diligente nas cobranças
aos prefeitos do interior, principalmente se adversários do PSDB, o MPE cruzou
os braços para os dolosos desmandos de Zenaldo Coutinho, o prefeito tucano de
Belém, cujo currículo traduz uma impecável irrelevância, como seria de se
esperar de um vagabundo profissional, que jamais trabalhou na vida, fazendo
carreira como gigolô do erário.
Diante
desse circo dos horrores, em cujo picadeiro cintilam instituições e autoridades
cuja missão constitucional seria de proteger e defender o povo, mas que o aviltam,
na esteira de conveniências espúrias, soa crível a suspeita suscitada pelo Diário do Pará. Afinal, para quem vive
metido em trapalhadas, nada mais previsível que uma sequência lógica de
percalços. Ou, como consagra a sabedoria popular: cesteiro que faz um cesto,
faz um cento.
Um comentário :
Jornalista Barata, o senhor foi o primeiro a apontar a responsabilidade criminal do Prefeito Zenaldo e do Corpo de Bombeiros.
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