quarta-feira, 1 de julho de 2015

PSM – Cadeia de omissões justifica suspeitas

No cenário desenhado pela tragédia anunciada que foi o incêndio no PSM da 14 de Março, soa irrelevante discutir a eventual motivação política da denúncia do Diário do Pará, que certamente passa pela disputa entre PMDB e PSDB no Pará. A cadeia de omissões criminosas, diante da situação calamitosa do PSM da 14 de Março, justifica a suspeita suscitada pelo jornal da família do senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará. O silêncio cúmplice, que estimulou a inércia dolosa do prefeito Zenaldo Coutinho, começou exatamente pelo Corpo de Bombeiros, que após condenar as instalações elétricas do Pronto-Socorro quedou-se mudo, alheio aos riscos sobre os quais ele próprio advertira.
A responsabilidade por esse mutismo repulsivamente criminoso é de responsabilidade, única e exclusivamente, do comandante da corporação, coronel PM Nahum Fernandes, descrito como um oficial servil ao governador tucano Simão Jatene, o patrono político de Zenaldo Coutinho. Pelo próprio cargo que ocupa, o coronel Nahum está a uma distância abissal do instituto da inocência presumida. Tanto quanto o prefeito de Belém, que em um ano e meio de mandato nada fez para oferecer uma alternativa à população, diante do colapso do PSM e da própria saúde pública do município. Diante do caos, Zenaldo optou pela pilhagem ao erário, para saciar a voracidade dos barões da mídia, e mais particularmente do grupo de comunicação da família Maiorana, de estreitos e notórios vínculos com o PSDB, e comprou, a peso de ouro, espaço privilegiado no jornal O Liberal e na TV Liberal, afiliada da TV Globo, para trombetear balelas, com seu proverbial cinismo, capaz de corar anêmico. Uma operação própria dos marqueteiros de águas turvas, na vã tentativa de iludir a opinião pública e mirando nas ambições eleitorais do prefeito de Belém. Zenaldo Coutinho, como sabem até as pedras de Belém, é candidatíssimo à reeleição, apesar da administração letárgica e pontuada por suspeitas de corrupção, talvez porque deposite as fichas da esperança no estelionato publicitário e no voto do estômago do eleitor na faixa da pobreza e, por isso, sensível aos mimos financiados pelo caixa 2 das campanhas eleitorais.
Essa cadeia de omissões criminosas naturalmente ainda inclui o Ministério Público Estadual, hoje de rigor seletivo como fiscal da lei e refém da tucanalha, a banda podre do PSDB, da qual é ícone o governador Simão Jatene, que tem o procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves, como uma espécie de boy qualificado, cujo mérito é ter partidarizado escancaradamente o MPE. Atrelado às conveniências políticas do Palácio dos Despachos, o Ministério Público Estadual permaneceu silente diante do sucateamento do PSM da 14 de Março, indiferente ao drama da população de Belém, e mais especificamente da parcela carente desta, que tanto depende do Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti. Tão diligente nas cobranças aos prefeitos do interior, principalmente se adversários do PSDB, o MPE cruzou os braços para os dolosos desmandos de Zenaldo Coutinho, o prefeito tucano de Belém, cujo currículo traduz uma impecável irrelevância, como seria de se esperar de um vagabundo profissional, que jamais trabalhou na vida, fazendo carreira como gigolô do erário.

Diante desse circo dos horrores, em cujo picadeiro cintilam instituições e autoridades cuja missão constitucional seria de proteger e defender o povo, mas que o aviltam, na esteira de conveniências espúrias, soa crível a suspeita suscitada pelo Diário do Pará. Afinal, para quem vive metido em trapalhadas, nada mais previsível que uma sequência lógica de percalços. Ou, como consagra a sabedoria popular: cesteiro que faz um cesto, faz um cento.

Um comentário :

Anônimo disse...

Jornalista Barata, o senhor foi o primeiro a apontar a responsabilidade criminal do Prefeito Zenaldo e do Corpo de Bombeiros.