sexta-feira, 3 de julho de 2015

MPE – Neves se chafurda com quem deve investigar

Neves: proximidade com o Corpo de Bombeiros tisna isenção do MPE.

De um procurador-geral de Justiça espera-se que, como a mulher de césar, não só seja honesto, mas também pareça honesto. Este figurino, porém, decididamente não cabe no manequim de Marcos Antônio Ferreira das Neves, o procurador-geral de Justiça do Pará, habitué em mandar os escrúpulos às favas e atropelar a liturgia do cargo, na esteira de um deslumbramento provinciano. Nesta quinta-feira, 2, por exemplo, Neves permitiu-se comparecer a uma solenidade no Corpo de Bombeiros, pelo qual foi agraciado com a Medalha do Mérito da corporação, a pretexto das comemorações pelo Dia dos Bombeiros. A presença do procurador-geral de Justiça soou despropositada pelas circunstâncias. Depois de manter-se silente diante do sucateamento do Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti, o MPE, o Ministério Público Estadual, deverá, ou pelo menos deveria, apurar a responsabilidade criminal dos responsáveis, por atos ou omissões, pela tragédia anunciada que foi o incêndio no PSM da travessa 14 de março, o que inclui o Corpo de Bombeiros. Em 2014 os bombeiros fizeram uma inspeção no Pronto-Socorro Municipal, cujo laudo apontou para os riscos de incêndio e inclusive condenou a rede elétrica do PSM, mas o seu comandante, coronel PM Nahum Fernandes, manteve um silêncio cúmplice sobre a falta de providências por parte do prefeito de Belém, o tucano Zenaldo Coutinho. Na ocasião, na contramão da postura inerte do MPE, o MPF, o Ministério Público Federal, ajuizou uma ação civil pública cobrando do prefeito de Belém soluções para os problemas apontados pelo laudo do Corpo de Bombeiros, mas Zenaldo Coutinho optou por cruzar os braços.

Por civilidade e respeito a instituição, o procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves, poderia aceitar a homenagem, abstendo-se, porém, de a ela comparecer, mantendo um distanciamento crítico do Corpo de Bombeiros, a quem o MPE deve, ou pelo menos deveria, investigar. Mas, fascinado pelas pompas e circunstâncias do poder, Neves preferiu esquecer, desconhecer e enterrar como indigente o decoro que conviria cultivar, por respeito ao cargo que ocupa. Ainda que pudores éticos não se constituam no forte do procurador-geral de Justiça, que costuma sobrepor suas conveniências a liturgia do cargo. Não por acaso a ele aderiu a alcunha de Napoleão de Hospício, que deriva justamente do seu mandonismo, na esteira do qual esfarinhou a credibilidade do Ministério Público Estadual, resgatada em passado recente, com comovente destemor, pelo promotor de Justiça Nelson Medrado, hoje procurador de Justiça, quando investigou as falcatruas na Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará. Falcatruas que se sucedem, sob a cumplicidade de Neves, como, por exemplo, no caso do PCCR da Alepa, o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do Palácio Cabanagem. Há um parecer do promotor de Justiça Domingos Sávio Alves de Campos declarando o PCCR da Alepa flagrantemente inconstitucional, mas que dormita há quase dois anos na gaveta do procurador-geral de Justiça. Em troca dessa conivência criminosa, Neves conta com a generosidade perdulária dos deputados para aprovar os privilégios com as quais contempla promotores e procuradores de Justiça, pretendendo assim marcar sua administração como procurador-geral de Justiça. Foi com anuência da Alepa que ele promoveu um vergonhoso trem da alegria, ao criar mais de 200 cargos comissionados, em uma farra de sinecuras. Com isso, Neves manda às favas a missão constitucional de fiscal da lei do Ministério Público Estadual, que atrelou escancaradamente, diga-se, às conveniências do governador tucano Simão Jatene, popularmente conhecido como Simão Preguiça, devido seu proverbial fastio em relação às responsabilidades do cargo.

16 comentários :

Anônimo disse...

Cremos que uma condecoração não pode ser um simples ato de querer doar. Medalhas foram feitas e apropriadas para vencedores, para heróis, enfim há a necessidade uma justificativa que permita a honraria. Ela não pode ser realizada apenas pelo fato de distribuir a autoridades que circunstancialmente exerçam uma chefia ou poder. Cheira uma bajulação oficial o destino de qualquer medalha a alguém que não tenha demonstrado algo de positivo através de um esforço heróico que favoreceu o órgão que condecora. Afora isto é apenas uma defesa premeditada ou um puxa saquismo natural.

Anônimo disse...

Tancredo Neves certa vez disse que o homem público deve fugir como o diabo da cruz da vaidade, do ressentimento e da bajulação. Sempre coloquei a missão pública a frente de qualquer vaidade pessoal, e ressentimento e bajulação nunca foram ou serão combustíveis de minha ação política.

Anônimo disse...

- Faz tempo que o MP deixou de ser um órgão de fiscalização que zela pela bem público.

Anônimo disse...

Em meio a esse barulho todo, muito atual, é a voz da bajulação. A voz da bajulação muito discretamente, te manipula!Manipulação é muito próximo da bajulação.

Anônimo disse...

A exemplo do governo do presidente Fernando Henrique que nomeou Geraldo Brindeiro todo governo tucano tem que ter o seu engavetador geral. Aqui no Pará o mau exemplo é imitado. A única diferença é que lá foi o engavetador geral da República e aqui é o engavetador geral do Estado do Pará. Os tucanos adoram engavetar, e os engavetadores adoram o domínio.

Jesiel Nascimento disse...

Se o chefe é assim, como vou cobrar alguma coisa da Dra. Ioná do MPE de Ananindeua? Agora lascou!

Anônimo disse...

Barata,
Dessa vez você passou do limite da razoabilidade, ao criticar a condecoração que os Bombeiros concederam ao Procurador Marcos das Neves. Conforme legislação, toda e qualquer Medalha concedida tem que haver motivos mais que suficiente que o agraciado precisa ter como honra, dignidade, honestidade e trabalho realizado que possa contribuir decisivamente para o engradecimento do Órgão que concede tal condecoração. Se o Poster opinar sem conhecimento de causa está cometendo, no mínimo, uma grande injustiça tanto para o agraciado como para o agraciador.

Anônimo disse...

Se for levado em consideração esse raciocínio de hipocrisia, de inveja, de rancor e ódio nenhum Magistrado,´servidor de Tribunais de contas, Membros do Parquet, Policiais, auditores fiscais...etc poderiam ser agraciados com Comendas concedida por Órgão Público, já que em tese a qualquer momento no presente ou no futuro poderão fiscalizar, controlar, denunciar, punir o Órgão.
Será se todos esses profissionais citados são susceptíveis de se corromper ou de ser imparcial nos seus atos, só por terem sido homenageados.
Tenho certeza que a régua que mede o Barata não é a mesma régua dos agentes de Estado. Imagino que a régua dele é do levar vantagem, do denuncismo barato, não é barata?

Anônimo disse...

O fato não é receber a comenda, discute-se quais as razões e os méritos para que uma autoridade receba uma condecoração. Qual a justificativa? Exatamente para que ela não seja apenas um mero processo bajulatório e sim seja comprovado o merecimento. Serve para qualquer um que seja medalhado. Tudo isto para que a medalha não perca o seu valor.

Jesiel Nascimento disse...

Discordo do anônimo de 3 de julho de 2015 19:05, esse senhor procurador não merecia medalha, merecia cadeia por manchar a imagem da instituição pública que é parceira de qualquer cidadão que se indigna com atrocidades com a coisa pública. Mais uma vez, parabéns jornalista! Continue assim. No Pará, só vc tem a coragem de falar desses maus exemplos para o servidorismo público.

Anônimo disse...

Pelas informações a condecoração Pedro II, ofertada pelos bombeiros ficou semelhante às feiras livres de escambos ou trocas. Quem deu ou tem possibilidade de dar recebeu a comenda. Ficou vulgarizada a medalhada e a figura de D.Pedro II. O imperador que ficou notabilizado pelo dia do Fico, se soubesse desta sessão de bajulação com certeza teria mudado a sua posição da época, e voltaria para Portugal. Apenas ficaria indignado.

Anônimo disse...

O tempo vai passando e até o momento não me lembro do Ministério Público ter investigado quais as razões levaram a queda da ponte construída pelo governo do Estado sobre o rio Mojú. Apenas sabemos que um leve toque de uma balsa em um dos pilares foi o suficiente para a derrubada. Levanto esta questão pelo fato de uma manchete em um jornal eletrônico “MP vai investigar racismo contra Maju”. Lendo a matéria vi que não se tratava de nada sobre o município paraense, mas sim sobre a apresentadora global que divulga o tempo no Jornal Nacional. É isto que dá lermos jornais com a famosa leitura dinâmica, na realidade não se trata do Mojú, mas sim da Majú. Ainda lendo, pensei com meus botões; como seria importante que o Ministério Público do Pará, fosse diligente como os MPs do Rio de Janeiro e São Paulo, que agiram de forma rápida e necessária em defesa da Majú da TV Globo. O acontecido com Majú provoca indignação dos Ministérios Públicos, enquanto a ponte do Mojú, por parte do MPE pode estar sofrendo de apenas um desprezo. De fato o “caso Majú” merece indignação e ação, mas por outro lado o “caso Mojú “não merece desprezo e omissão.

Anônimo disse...

Será que o Ministério Público Estadual sabe quem são os culpados pela queda da Ponte sobre o rio Mojú? Será que o Ministério Público Estadual sabe que pontes sobre rios ou mares que permitem a passagem por entre seus pilares de embarcações, precisam de fortes defesas ou defensas? Será que o Ministério Público Estadual sabe que em acidentes provocados por desabamentos é necessária uma perícia técnica sobre o material usado na construção? Será que o Ministério Público Estado averiguou notícia de que durante a construção esta mesma ponte teria sofrido em parte um desabamento? Pelo jeito não vai sobrar pra ninguém, ou melhor, talvez, para o dono da balsa. Enquanto outro donos de balsas através do governo faturam alto na atual travessia.

Anônimo disse...

EGUA ANONIMO do dia 04.07.15 de 11h:31, Vai estudar rapaz! O Imperador que ficou conhecido por declarar o dia do FICO foi D. Pedro I, o pai e não o II. Imagine se você fizesse concurso publico ficaria na prova de marcar mas se você fizesse prova para invejoso passaria com certa folga! KKKKKKK!!!!

Anônimo disse...

Ao regozijo do comentarista das 15:01 me rendo e peço perdão pelo erro numérico na digitação de fato não foi o segundo mas sim o primeiro.Mas quanto ao texto não me arredo e nem tenho invejo de bajulações. Talvez não seria aprovado em concurso público sobre puxa saquismo festejado.

Anônimo disse...

coitado de vc barata, quer dizer o que o procurador deve fazer ou não ir ou não ir
quá quá quá quá quá
isso sim tisna a sua alentada biografia de "democrata"
vc não passa de um jornalista iguais aos outros como esses que pululam no brasil
querem ditar o que o povo e as autoridades devem fazer
limite-se a criticar meu caro
nisso vc talvez seja muito bom