terça-feira, 14 de janeiro de 2014

BELÉM – Chuva e caos evidenciam desmazelo

Passagem Profª Antônia Nunes, sob a chuva de domingo, 12.

        Uma chuva torrencial, que perdurou toda a madrugada e entrou pela manhã, fez transbordar neste último domingo, 12, as sequelas do abandono do poder público que historicamente castiga Belém, sem poupá-la dos monumentais alagamentos, a cada novo aguarceiro. A ironia, é que desta vez o toró sepultou a prestidigitação publicitária dos atuais inquilinos do poder, que preparavam-se para exaltar seu suposto empenho em solucionar os problemas herdados dos seus antecessores e correligionários, em relação aos quais perduraram silentes, enquanto assim lhes foi conveniente. Fez água, literalmente, a farsa do prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) e seus áulicos, enquanto na realidade das ruas a população, do centro a periferia - com um sofrimento abjeto aos moradores desta, com a perda do pouco que tem -, se defrontava com um cenário familiar – Belém submersa. Do patrono político de Zenaldo, o governador Simão Jatene (PSDB), o Simão Preguiça, alcunha que dispensa explicações, não ouve-se um aí.

        Não se trata, antecipe-se logo, de prejulgar a administração de Zenaldo Coutinho, ainda que seus antecedentes não sejam exatamente lisonjeiros. Trata-se, como se sabe, de um vagabundo de carreira, que jamais teve um emprego. Mas “deixa isso pra lá”, para repetir o bordão tão caro ao ilustre prefeito. O problema é que, após um ano de mandato, ele nivela-se, em imobilismo, ao seu antecessor, Duciomar Costa (PTB), o nefasto Dudu, protagonista de uma gestão calamitosa, pontuada por recorrentes denúncias de corrupção, cuja impunidade é um retrato da Justiça do Pará. Duciomar, recorde-se, foi eleito e reeleito pela força do poder político e econômico, com o apoio da tucanalha, a banda podre do PSDB, com o aval do próprio Zenaldo. Como o nefasto Dudu, Zenada, como foi etiquetado na esteira da proverbial inércia, é farto em promessas e parco em realizações. Como no caso do seu nefasto antecessor, nele não se vislumbra determinação política e administrativa em materializar suas propostas de campanha efetivamente exequíveis. Sequer empenho em pelo menos aplacar os dramas que afligem a população de Belém em geral, e a população mais carente em particular, esta de forma dramática, como evidenciam as fotos enviadas ao Blog do Barata, sobre o alagamento na confluência dos bairros do Umarizal, Nazaré, São Brás e Fátima. É uma Belém abissalmente distinta daquela cidade glamourosa e próspera, com um poder público atuante, que vende a propaganda oficial, trombeteada pela grande mídia, regiamente paga com o suado dinheiro do sofrido contribuinte. Os barões da comunicação penhoradamente agradecem. E riem de nós. Assim como os poderosos de plantão, em suas tenebrosas transações.

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