Qual a natureza, e
naturalmente sua extensão, do compromisso assumido por Gilberto Valente
Martins, junto ao governo Simão Jatene, para ser ungido como o novo
procurador-geral de Justiça, atropelando o mais votado, César Bechara Nader
Mattar Júnior, cuja candidatura foi cacifada pelo apoio do atual
procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves,
escandalosamente servil ao governador tucano?
O desafio de Valente é
justamente evidenciar ter sido capaz de viabilizar sua nomeação dentro de
parâmetros capazes de privilegiar os interesses da administração pública,
escapando ao balcão de negócios que desvirtua a missão constitucional do Ministério Público
Estadual, como fiscal da lei. A favor de Valente,
comenta-se, destaca-se sua participação como conselheiro do CNJ, o Conselho
Nacional de Justiça, quando, por determinadas posturas éticas, chegou a atrair
a ira de setores da máfia togada que domina o TJ do Pará, o Tribunal de Justiça
do Estado. Sobre ele é dito que exibe um perfil afável, embora avesso a
áulicos, mas despido da empáfia e do deslumbramento de Neves. “É um homem sem muitos
amigos visíveis”, dizem, comentando a discrição do novo procurador-geral de
Justiça.
Valente, é claro, merece contar com o benefício da dúvida. Resta saber se ele resistirá a vertigem das alturas, sem sucumbir ao fascínio do poder e mandar às favas os escrúpulos, a pretexto de que os fins justificam os meios, um sofisma que escamoteia a constatação de que os meios acabam por definir os fins.
Um comentário :
Espero que o Dr. Gilberto Valente resgate a credibilidade do MPE e faça uma gestão pautada na ética, na moral e em todos os demais princípios da Administração Pública.
Espero que o Dr. Gilberto faca uma gestão voltada para privilegiar o interesse público.
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