Mais, muito mais, que a sua notória
ausência de pudores éticos, aparentemente conspirou contra a pretensão de Marcos
Antônio Ferreira das Neves de fazer seu sucessor o continuado desgaste junto a
promotores e procuradores de Justiça, na esteira de um temperamento
atrabiliário. Para quem, além do poder da caneta que nomeia e demite, precisa
também ser persuasivo, a arrogância do atual procurador-geral de Justiça não o
faz um negociador palatável e convincente. Nada mais emblemático do seu
desgaste continuado que um patético episódio, ocorrido em uma reunião do
colégio de procuradores, na qual um dos seus pares - com o status de ex-procurador-geral de Justiça - arrematou contra Neves um
copo, providencialmente desviado, ironicamente, por Manoel Santino do
Nascimento Júnior, seu desafeto figadal.
Na ilação de alguns, feita a relação custo
x benefício Neves submeteu-se a uma série de desgastes desnecessários. Primeiro,
ao acintosamente nomear como assessores Gil
Henrique Mendonça Farias, o namorado da filha, Mariana Silva
Neves – alojada em uma sinecura no Tribunal de Contas do Pará, cujas irregularidades foram ignoradas em sua gestão -, e o sócio,
advogado e amigo-de-fé-irmão-camarada André
Ricardo Otoni Vieira. Depois, ao impor um vergonhoso embargo de gaveta ao
parecer do promotor de Justiça Domingos Sávio Alves de Campos, declarando
inconstitucional o PCCR da Alepa, o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração da Assembleia
Legislativa do Pará, como parte do toma-lá-dá-cá que permitiu-lhe ver
aprovados, pelos deputados, sucessivos trens da alegria, criando uma profusão
de cargos comissionados, tradicionais moedas de troca no tráfico de influência e no nepotismo cruzado. Algo que Neves patrocinou sem nenhuma discrição e na
contramão da exigência de concurso público que o MPE faz a prefeituras do
interior, sobretudo se de partidos de oposição ao PSDB.
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