segunda-feira, 20 de março de 2017

MPE – “Discurso falacioso”

César Mattar: beneficiário do uso eleitoral da máquina administrativa.

Para fontes do MPE, a escolha do promotor de Justiça Gilberto Valente Martins como o novo procurador-geral de Justiça, mesmo não tendo sido o mais votado da lista tríplice, traz, em tese, um travo pouco democrático. Mas essas fontes acentuam que, por seu currículo, Valente merece o benefício da dúvida e sua nomeação está longe de representar, em princípio, um atraso para o Ministério Público Estadual. “Esse é um discurso falacioso, considerando as circunstâncias do processo eleitoral, quando a máquina administrativa foi escandalosamente posta a serviço do Cezinha (César Bechara Nader Mattar Júnior), e da desfaçatez com a qual o Marcos (Antônio Ferreira das Neves, atual procurador-geral de Justiça) atrelou o Ministério Público ao governo Simão Jatene”, sublinha uma dessas fontes, abrigada no off, para driblar eventuais retaliações.

Não faltam relatos, diga-se, sobre a desfaçatez de Neves em impingir César Bechara Nader Mattar Júnior como o candidato chapa-branca. Depois de passar de 2006 a 2012 afastado do cotidiano do MPE - período em que atuou como dirigente e inclusive chegou a presidir a Ampep, a Associação do Ministério Público do Estado do Pará, e a Conamp, a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público -, Mattar pousou na Promotoria do Consumidor, na qual teve uma passagem opaca, até ser pinçado para um cargo comissionado, na assessoria do procurador-geral de Justiça. Isso serviu de pretexto para que estivesse ao lado de Neves, nas andanças deste pelo interior, feitas a pretexto do programa PGJ Itinerante, na verdade álibi para campanha eleitoral fora de época. “Mais de uma vez, Neves apresentou Mattar como seu candidato a procurador-geral de Justiça”, relata uma testemunha, sob a condição de manter o anonimato. Nos bastidores, Mattar era tido, por sua falta de intimidade com a máquina administrativa, como um postulante a títere de Neves, se a este viesse a suceder como procurador-geral de Justiça.

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