Mais que suas eventuais convicções
ideológicas, assusta em Bolsonaro sua indigência intelectual, a falta de
conhecimento sobre o funcionamento da máquina administrativa, a ausência de
familiaridade com temas sensíveis para quem pretende governar o Brasil. E este,
diga-se, é um sentimento que se dissemina após o confronto permitido pelo
programa Central das Eleições, da GloboNews, pelo qual também desfilaram, ao
longo desta semana, Álvaro Dias, Marina Silva, Ciro Gomes e Geraldo Alckmin.
Uns mais, outro menos, todos os candidatos
que passaram pela Central das Eleições revelaram-se visivelmente preocupados em
exibir uma agenda propositiva, independentemente de tentar driblar os
questionamentos sobre circunstanciais incoerências do passado ou do presente.
Bolsonaro, ao contrário, resumiu-se à superficialidade do discurso de palanque,
frequentemente valendo-se de sofismas toscos ou de meias verdades, sempre
piores que mentiras, porque obscurecem a verdade a pretexto de clarifica-las.
Sua inapetência pelo debate sobre sua agenda econômica, para além da
superficialidade, é assustadora. Ele se resume a delegar maiores esclarecimentos a seu guru econômico, o
economista Paulo Guedes, já conhecido como oposto Ipiranga do candidato do PSL, irônica alusão a marca notabilizada
pela sua lúdica e bem-humorada campanha publicitária.
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