Na versão que oferece, Maria da Conceição
Paiva omite, por obtusidade ou má-fé, que o cargo comissionado no qual foi
aboletada, o de assessor especializado de apoio técnico-operacional judicial e
extrajudicial, não exige apenas o nível superior, mas que o nomeado tenha
registro no conselho de classe correspondente. Assim, por exemplo, existem no
Ministério Público Estadual cargos de assessor especializado de apoio
técnico-operacional judicial e extrajudicial – como contador (exige formação
acadêmica em ciências contábeis e registro no Conselho Regional de
Contabilidade); como advogado (exige formação acadêmica em direito e registro
na Ordem dos Advogados do Brasil); e como engenheiro (exige formação em
engenharia e registro no CREA, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia).
A assessora e amiga de Nelson Medrado
sublinha, em seu comentário, que não realiza auditorias. Faltou acrescentar que
não poderia fazê-lo, porquanto, ao que se saiba, falta-lhe habilitação
profissional para tanto, ainda que possa eventualmente exibir formação
acadêmica em ciências contábeis. Realizar auditoria é atribuição privativa de
contador, e ela não tem registro como tal no CRC, o Conselho Regional de
Contabilidade. Também por obtusidade ou má-fé, Maria da Conceição Paiva
apresenta-se como assessora econômico-contábil, omitindo que para
exercer essa função ela necessita não apenas de formação acadêmica, mas dos
competentes registros profissionais nos respectivos conselhos de classe, como
economista e contador. Sobre as funções que diz exercer no Núcleo de Combate à
Improbidade e à Corrupção, ela diz que ficam adstritas a análise documental (de
licitações), pesquisas, elaboração de relatórios, planilhas e notas técnicas, sem,
porém, detalhá-las.
Ao fim e ao cabo, certamente convém ao
Ministério Público Estadual apurar, com rigor e a mais absoluta transparência,
as atribuições delegadas a Maria da Conceição Paiva e verificar, para além da
formação acadêmica, se ela está habilitada a exercer essas funções pelos
respectivos conselhos de classe. É o mínimo que se pode pedir da atual administração,
para que não seja confundida como a extensão da caótica gestão do ex-procurador-geral
de Justiça Marcos Antônio Ferreira das Neves, que, em um enredo semelhante ao de
Nelson Medrado com Maria da Conceição Paiva, nomeou como assessores o sócio e
amigo íntimo e o namorado da filha carente de maiores atrativos, ambos de
competência duvidosa.
3 comentários :
Só a pose! Caiu a máscara.E como pode exercer desde 2013 o importante cargo de confiança de Coordenador do Núcleo de Combáte de Corrupção e Improbidade Administrativa do Ministério Público. Triste esse Brasil.
Triste
E queria ficar mais tempo na Coordenação. Se eternizar. Mesmo sem resultado eficaz.Criou o maior problema pra aceitar a exoneração do cargo de confiança. A Procuradora Geral da República mudou a equipe do Lava Jato e ninguém criou caso. Aqui o Medrado se sentiu "com os braços cortados". Pode?
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