Na leitura de quem conhece as
idiossincrasias petistas, a decisão de Ana Júlia Carepa de migrar para o PC do
B soa previsível, diante da falta de um maior espaço em meio a caciquia que hoje comanda
o PT no Pará. No entendimento de fontes ouvidas pelo Blog do Barata,
ela carrega consigo um percentual respeitável de intenções de voto, o que lhe
faculta ambicionar mais, bem mais, que o papel de coadjuvante, que involuntariamente
se impôs, no rastro do período sabático que se concedeu, após o tropeço
eleitoral de 2014.
No PC do B, acreditam também as fontes
consultadas, ela terá um espaço compatível com a ressurreição de suas ambições
políticas, o que justifica o risco que passa a correr, diante da ameaça que
paira sobre sua nova legenda, com a cláusula de barreira, que promete fazer uma
razia no elenco de partidos nanicos, em sua maioria siglas de aluguel. A soma
da aura mítica que cerca o PC do B com o carisma de Ana Júlia talvez possam
viabilizar a ambição de ambas as partes – a sobrevivência da legenda histórica,
marcada pela tenaz e heroica resistência a ditadura militar, e o ressurgimento
de uma liderança impregnada de respeitável apelo popular, a
despeito de seus deslizes no exercício do poder. “Por intuição, ou por um risco
calculado, aparentemente Ana Júlia parece acreditar na viabilidade desse
projeto”, arrisca um cientista político, em off.
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