Fábio Castro: acadêmico demais, sem habilidade que o cargo exigia. |
Com distanciamento histórico e cotejando
com as administrações que sucederam-no, o governo Ana Júlia Carepa acabou
parcialmente redimido - menos por seu eventuais méritos e mais pela inépcia do
tucano Simão Jatene, que a precedeu e a sucedeu . Patologicamente indolente,
após tornar-se sucessor de Almir Gabriel, em 2002, turbinado pela máquina
administrativa estadual, ele elegeu-se novamente em 2010, favorecido pelo
desgaste da ex-governadora petista, e ganhou um terceiro mandato em 2014,
novamente valendo-se da máquina administrativa e agredindo a Justiça Eleitoral,
pela qual acabou cassado, em decisão da qual recorreu e que aguarda um
julgamento final.
Ao defender o seu legado, Ana Júlia cita
obras que entende vitais para a mobilidade urbana, como a avenida Centenário e
o elevado da avenida Júlio César, para concluir falhas na comunicação com os
eleitores. “Tivemos erros, e um deles foi na comunicação”, sublinhou na
entrevista ao Diário do Pará, sem se
permitir, contudo, aprofundar-se na autocrítica, possivelmente para não ferir
suscetibilidade, principalmente de Fábio Castro, que foi seu primeiro
secretário de Comunicação. Professor da UFPA, a Universidade Federal do Pará, intramuros
Castro era acidamente critica por ser acadêmico demais e sem as habilidades que
o cargo exigia, inclusive no trato pessoal. Já no final do governo Ana Júlia,
ele foi substituído por Paulo Roberto Ferreira, um jornalista cuja maior
credencial, além da proximidade com o hoje senador Paulo Rocha, era ter sido
militante petista na juventude. O passado petista não impediu que Ferreira se
tornasse enfant gâté de Orly Bezerra,
o marqueteiro da tucanalha, a banda
podre do PSDB, de quem se aproximou ao longo dos 12 anos de sucessivos governos
do PSDB, entre 1995 e 2006, beneficiando-se dos seus vínculos com os inquilinos
do poder.
De mais significativo em sua passagem pela
Secom, a Secretaria de Comunicação, Ferreira produziu um patético café da manhã
dos blogueiros com Ana Júlia Carepa, na tentativa de retocar a imagem da
governadora. Isso depois de Ana Júlia, incomodada com as críticas de alguns
blogueiros, ter declarado, em tom de desdém, que não costumava ler blogs. Ao
fim e ao cabo, a lambança do petista de ocasião, pelo que permite concluir a
desdita política da ex-governadora, serviu para evidenciar que perdura atual a
advertência do Padre Vieira, em um dos seus sermões: “Quem não pergunta não
quer saber e quem não quer saber quer errar.”
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