Jader Barbalho e o beijo da vitória em Ana Júlia, em 1996, em uma relação de sentimentos ambivalentes, depois que a petista elegeu-se. |
A solidão política de Ana Júlia Carepa no
PT é emblematicamente ilustrada pela ausência de adesões a decisão de
migrar para o PC do B. Nada mais previsível para quem ostenta um histórico de
perfídia, corolário de um arrivismo na esteira do qual costuma mandar os
escrúpulos às favas, no melhor estilo do coronel Jarbas Passarinho, ao
tornar-se um dos signatários do AI-5.
Na biografia política de Ana Júlia Carepa
não faltam episódios que ilustram a sua inclinação
por um pragmatismo de ética duvidosa, como pode-se concluir dos imbróglios por
ela protagonizados em sua trajetória errática:
Deslealdade
com Edmilson - Assim foi com o então prefeito de
Belém Edmilson Rodrigues, do qual Ana Júlia era vice-prefeita. Eleitos em 1996,
pelo PT, em uma breve interinidade, ela fez aprovar a extinção do laudêmio, que
Edmilson relutava em extinguir, por se tratar de uma fonte de receita da qual o
prefeito recalcitrava em abrir mão, apesar de se tratar de um tributo anacrônico.
Foi aí que deu-se o rompimento entre os dois, a partir do qual Edmilson passou
a retaliá-la, inclusive de uma forma inescrupulosa, que nada dignificou a
biografia política do ex-prefeito.
Negociações
com Almir – Rompida
com Edmilson Rodrigues, que passou a dispensar-lhe um tratamento covardemente
humilhante, consta que Ana Júlia, na mutação própria dos arrivistas, deixou os
supostos princípios de lado e esteve muito próxima de abandonar o PT, migrando
para o PDT, que integrava a coalizão de partidos “União pelo Pará”, comandada
pelo PSDB, no qual reinava o então governador Almir Gabriel. As conversações
não teriam prosperado porque Almir Gabriel teria descartado a possibilidade de
Ana Júlia ser ungida, antecipadamente, a candidata da “União pelo Pará” à
prefeitura de Belém, nas eleições municipais de 2000.
Depois
disso, Ana Júlia teria optado por permanecer no PT. Assim, elegeu-se vereadora
por Belém, em 2000, com uma votação histórica, para em 2002 tornar-se a
primeira senadora eleita da história do Pará. Em 2004 disputou a prefeitura de
Belém, quando foi derrotada por Duciomar Costa (PTB), o nefasto Dudu, versão populista do tucanato. Em
2006, ela teve como avalista e estrategista político o ex-governador Jader
Barbalho, o manda-chuva do PMDB no Pará, essencial para a vitória de Ana Júlia
sobre o ex-governador tucano Almir Gabriel.
Traição a
Elcione – Em 2002
Ana Júlia virtualmente traiu a hoje deputada federal Elcione Barbalho, ao
boicotar um acordo costurado pelo PMDB com o PT, pelo qual, como favorita
absoluta a uma das duas vagas ao Senado, faria dobradinha com a candidata do
PMDB, para evitar a eleição, para a outra vaga, de Duciomar Costa. Com seu
boicote ao acordado, Ana Júlia contribuiu para a eleição de Duciomar Costa.
Diante do desastre anunciado, restou ao PT publicar nos jornais, no dia da
eleição, uma patética nota oficial, recomendando o voto em Elcione Barbalho, do
PMDB, como opção para evitar a vitória de Duciomar Costa, o nefasto Dudu, que acabou eleito.
Golpe contra
Maria - Ainda em 2002, já no segundo turno da
sucessão estadual, Ana Júlia inviabilizou as chances de vitória da deputada
estadual Maria do Carmo Martins, candidata do PT ao governo e que
posteriotrmente elegeu-se prefeita de Santarém, ao se opor, de forma tenaz, a
um acordo com o ex-governador Jader Barbalho. Este, em revide, atendeu aos
apelos do tucano Simão Jatene, a quem ajudou a vencer, por uma minguada
diferença de votos.
Apoio de Jader
– Em 2006,
quatro anos depois, Ana Júlia tratou de deletar, mais depressa que rapidamente,
as objeções éticas ao ex-governador Jader Barbalho, ao qual muito ficou devendo
- da viabilização da sua candidatura até a vitória sobre o ex-governador tucano
Almir José Gabriel.
Primeiramente,
Jader, a quem Ana Júlia tanto satanizara, convenceu o presidente Lula das
chances de vitória da candidatura da então senadora petista. Depois disso,
traçou a estratégia capaz de levar a disputa pelo governo do estado para o
segundo turno, alternativa capaz de permitir, tal qual ocorreu, a vitória de
Ana Júlia sobre o ex-governador tucano Almir Gabriel. Assim, Ana Júlia
tornou-se a primeira governadora eleita da história do Pará, sem nenhum
constrangimento pelo apoio de Jader Barbalho, o seu sagaz estrategista e mais
ilustre cabo eleitoral.
Relação
ambivalente com Jader – Com seu sagaz estrategista e mais
ilustre cabo eleitoral em 2006, Ana Júlia Carepa manteve uma relação
ambivalente. Ela aproximou-se ou hostilizou o ex-governador ao sabor de suas
conveniências, aparentemente insuflada por sua entourage mais íntima, repleta
de aprendizes de feiticeiro. Ao se ver isolada, inclusive no seu próprio
partido, passou a fazer a corte a Jader Barbalho, na tentativa de recompor a
aliança com o PMDB que lhe garantiu a vitória em 2006. A tentativa de
recomposição não logrou êxito e ela acabou derrotada, na tentativa de
reeleger-se, em 2010.
A rasteira em
Mário Cardoso – Mario Cardoso, a cuja pré-candidatura
a prefeito de Belém Ana Júlia detonou, ao defenestrá-lo do governo, em um gesto
de inequívoca retaliação política, vem a ser aquele que, em um gesto de
generosidade, tornou possível sua candidatura a governadora em 2006. Naquela
altura, ele era o candidato do partido e, sem nenhuma barganha, renunciou à sua
candidatura. Isso não o poupou da covarde vendeta política da governadora,
ensandecida com a derrota imposta à DS, a Democracia Socialista, tendência
interna do PT na qual militava Ana Júlia, pelo Campo Majoritário, a facção a
que pertencia Mário Cardoso, na disputa pelo diretório municipal de Belém.
A ingratidão
com Priante – Com sua candidatura ao governo pelo
PMDB, em 2006, José Priante abdicou de uma reeleição líquida e certa para a
Câmara Federal, contribuindo assim para a dispersão dos votos, que levou a
sucessão estadual para o segundo turno, condição sine qua non para pavimentar a derrota do candidato do PSDB, o
ex-governador tucano Almir José Gabriel. Eleita, Ana Júlia concedeu a Priante,
na partilha política do governo, o comando da Sespa (Secretaria de Estado de
Saúde Pública), que dele logo retirou, a pretexto de indícios de corrupção dos
prepostos do peemedebista, o álibi para introduzir a DS em postos chaves de uma
secretaria eleitoralmente vital. Em 2008, no segundo turno da eleição para a Prefeitura
de Belém, Ana Júlia Carepa surpreendeu a todos, ao declarar-se equidistante da
disputa, a pretexto de que os dois candidatos – Priante, do PMDB, e o prefeito
Duciomar Costa, do PTB – eram de partidos da base de sustentação do seu
governo. No PMDB, seu gesto foi interpretado como uma ingratidão ao partido e a
Priante, ilação corroborada pelas evidências de que a DS, a tendência do PT da
qual fazia parte a ex-governadora, investiu na candidatura de Dudu, protagonista de uma administração
que levou sua inépcia ao paroxismo.
7 comentários :
Ana Júlia tem um histórico de má fé e traições políticas. Acha que tem algum lastro para colaborar com o PCdoB ela quer mesmo é sair do desgaste que teve no PR e pegar na grana acumulada do PCdosBens ao longo das presidências petistas.
Tem pessoas que se aproximam dessa senhora achando que vão se dar bem. Alguns blogueiros, servidores públicos e donos de Instituto de pesquisa. Estão igual a remôras esperando cair migalhas da boca do tubarão. São órfãos do PT.
Barata, a Ana Júlia fez a besteira de exonerar um dos melhores secretários de saúde que a SESPA já teve, o médico Halmelio Sobral. Halmelio visitava pessoalmente todos os setores, conversava com os servidores, ouvia propostas e investia com seriedade em melhorias. Foi substituído por uma secretária medíocre e amigas mandonas. Ana Júlia perdeu muitos votos com essa bestaira.
Política é isso mesmo ou nao ? ����
Ela não ganha mais nem para sindica de prédio. É despreparada e deixou seu governo com o Pará com os piores indicadores econômicos e sociais do Brasil. Seus assessores saquearam a máquina pública, a exemplo da Seduc, entraram com um fusquinha e saíram de Hilux.
O nome já diz tudo futebolliberado é um mal caráter em achar que a política dos corruptos e malfeitores é política, acorda. Segundo Rui Barbosa existe a política e a politicagem, então você gosta e se refere a politicagem, porque política é outra coisa.
Eu quero ver se o povo idiota ainda vai votar no candidato do Jatene, o Capitão da PM Márcio Miranda, depois de toda essa roubalheira.
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