Ana Júlia Carepa: emergindo do limbo, após as derrotas de 2010 e 2014. |
O surpreendente desempenho da petista na
sondagem do Paraná Pesquisas faz emergir do limbo político Ana Júlia Carepa, a
primeira governadora eleita da história do Pará. Após a derrota para o tucano
Simão Jatene em 2010, ao tentar a reeleição ao governo, ela amargou um novo
tropeço eleitoral em 2014, ao sair candidata à Câmara Federal, quando obteve 58.938
votos, no que soou como um epitáfio de uma vistosa carreira política, na esteira
da qual, antes de tornar-se governadora, foi eleita vereadora de Belém,
vice-prefeita da capital, deputada federal e senadora. Depois de tê-lo como
estrategista eleitoral, responsável pela engenharia política que pavimentou sua
vitória sobre o ex-governador tucano Almir Gabriel, em 2006, ao instalar-se no
Palácio dos Despachos Ana Júlia Carepa manteve uma relação ambivalente com o ex-governador Jader
Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará, intercalada de concessões com posturas mutuamente
hostis. Foi uma articulação de Jader Barbalho diretamente com o então
presidente Lula, diga-se, que tornou possível a candidatura de Ana Júlia Carepa
ao governo, em 2006. A hipótese da sua candidatura ao Palácio dos Despachos,
naquela altura, sequer era por ela desejada e muito menos cogitada pelo PT, que
inclusive já ungira, como pré-candidato, o ex-deputado Mário Cardoso. Ao
emergir o nome da petista, com o aval de Lula e o apoio de Jader, Mário
Cardoso, como de resto o conjunto do PT, acatou o conchavo da cúpula sem
questionar.
Então associada à DS, a Democracia
Socialista, uma tendência interna do PT na qual se abrigou com sua entourage,
Ana Júlia Carepa, ao instalar-se no Palácio dos Despachos, levou ao paroxismo o aparelhamento da máquina administrativa estadual, privilegiando a DS, frequentemente em detrimento da competência profissional. Assim, acabou isolada do restante do partido e
manietada por seus luas pretas - o
ex-marido, Marcílio Monteiro, pai da sua filha, o ex-cunhado, Maurílio
Monteiro, e Cláudio Alberto Castelo Branco Puty, também conhecido como Pacheco, em alusão ao personagem de Eça
de Queiroz farto em empáfia e parco em substância. Ao lado deles, mas sem com eles se misturar, também pontificava Maria Joana da Rocha Pessoa, apontada como caixa de campanha da ex-governadora, a qual coube administrar o Hangar, o faraônico e rentável centro de convenções do Estado. Ao final do mandato de Ana
Júlia Carepa, seus luas pretas mandaram os escrúpulos às favas e serviram-se despudoradamente da máquina
administrativa estadual para eleger deputado federal Cláudio Alberto Castelo
Branco Puty, que assim chegou à Câmara dos Deputados, na qual teve uma passagem
opaca, sem conseguir obter um segundo mandato. Em uma patética solidão
política, ela ainda fez, sem sucesso, uma derradeira tentativa de reconciliação
com Jader Barbalho, na casa do qual surgiu, sozinha e sem aviso prévio, em uma
manhã de domingo. No estilo que lhe é próprio, embora sem abdicar da elegância
no trato pessoal, tanto mais por se tratar de uma mulher, o morubixaba do PMDB
descartou, naquela altura, uma nova aliança com o PT, optando por apoiar,
discretamente, o tucano Simão Jatene, uma decisão que revelou-se ainda mais
desastrosa para o peemedebista.
Quanto à ex-governadora, que sempre foi
vista com reservas pelo pajé petista, sem ter o calor de Lula ou acesso
privilegiado a Dilma Rousseff, diante do fracasso eleitoral de 2010 restou ser
obrigada a se contentar com o cargo de diretora administrativa e financeira da Brasilcap Capitalização S/A, subsidiária do Banco do
Brasil, do qual ela é servidora de carreira, embora dele há muito tempo
afastada.
Resta saber, agora, qual será o desempenho de
Ana Júlia Carepa em novas sondagens eleitorais, sobretudo aquelas divulgadas
com maior transparência, permitindo saber, por exemplo, os nomes que emergem
das pesquisas espontâneas. Como resta aguardar qual a reação da militância do
PT , uma legenda que tem acumulado desempenhos eleitorais pífios desde
2010 e cuja única liderança de expressão que sobreviveu ao marasmo no Pará foi o senador Paulo Rocha, de notórios vínculos com o senador Jader Barbalho, o
morubixaba peemedebista no estado, e cujo mandato se estenderá até 2022. Rezando na cartilha de Lula, Rocha jamais permitiu que questões paroquiais interferissem em sua interlocução com Jader.
9 comentários :
Se for para repetir o governo anterior e colocar uma bando de faz nada nos cargos ...fique quieta, já estamos ferrados até a 4ª geração.... vai continuar submissa aos barbalhos.... não apareça... Raimundo Marques vai ferrar com o trabalhador no campo.... chega... As indicações de cargos vai ser por tendencia... para fortalecer a divisão... e acabar com a sigla...
A Ana Júlia é um desses casos em que o político ficou marcado pelas péssimas escolhas que fez em seu quadro de gestores; pessoas desqualificadas e que queimaram o filme da governadora; contudo não devemos desprezar o fato de haver promovido o maior certame de concursos públicos para o funcionalismo público estadual - sem que nenhuma contestação fosse feita. E há toda uma geração de profissionais recém-formados competentes chupando os dedos enquanto os apaniguados do PSDB ocupam as vagas como temporários.
A sacanagem no serviço público chegou a um ponto insuportável de nepotismo e de desvio de dinheiro público com vantagens graciosas, que são do conhecimento do governador, posto que autorizadas por deputados da base, por secretários e pelo chefe da casa civil da governadoria. Até que seria interessante uma boa vassourada, com muito critério para deixar o mínimo de arrivistas sobreviveram à limpeza.
Tá bom de PT.Basta!
Vamos aguardar. O povo é quem vai decidir. Não estamos numa democracia?
Mas o filho da Ana Júlia não foi preso pela PF. Kkkkkk kkkkkk kkkkkk
Por sorte temos um Estatuto da Infância e Adolescente que impede!kkkk
Engano seu anônimo tucano, os filhos dela são adultos. Cuidado para não infartar.
Esqueci que tucanos não são presos. Voam voam voam
Entre pT,Dem,Ptb,Pps,Po e PSDB sinceramente eu fico com o PT, mais com muita dúvida
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