Mauro César Lisboa Santos: prosperidade no rastro da dedicação à tucanalha. |
Para
quem transita no circuito forense não chega a surpreender a benevolência com
que a Justiça tratou o jovem advogado Mauro César Freitas dos
Santos, acusado de tráfico de droga e porte ilegal de arma. Ele foi
flagrado em blitz da Polícia Rodoviária Federal, 26 de abril de 2012,
uma quinta-feira, na BR-316, na altura de Castanhal, portando uma pistola Taurus calibre 638, com dez munições, mas
sem porte de arma, 54,802g (cinquenta e quatro gramas e oitocentos e dois
miligramas) de haxixe, além de uma balança de precisão, apetrecho próprio de
quem se dedica ao tráfico de drogas. No dia seguinte, 27 de abril de 2012, uma
sexta-feira, um gracioso habeas corpus garantiu a liberdade a Mauro Mauro César Freitas dos Santos.
Tanta generosidade é
associada a teia de relações influentes cultivadas pelo pai de Mauro César
Freitas dos Santos, o também advogado Mauro César Lisboa
Santos, que nunca se destacou pelo notório saber jurídico, mas cuja banca de
advocacia prosperou vertiginosamente servindo a tucanalha, a banda podre do PSDB, da qual é ícone o governador
Simão Jatene. Fisicamente nanico, tal qual os filhos, como ele advogados, Mauro César Lisboa Santos ganhou
visibilidade pública como administrador judicial da Celpa, as Centrais
Elétricas do Pará S/A, quando teve uma atuação controvertida, questionada
inclusive pelo MPE, o Ministério Público Estadual, que o acusou de cometer ato
abusivo e ilegal.
Como administrador
judicial da Celpa, “doutor” Mauro notabilizou-se pela avidez em saquear o erário.
Ele embolsou R$ 20 milhões a título de
honorários como advogado do caso Celpa, mesmo sendo administrador judicial da
empresa, função pela qual usufruía R$ 60 mil mensais. Detalhe sórdido: Mauro
César Lisboa Santos recebeu os R$ 20
milhões através da pessoa jurídica Santos & Santos Advogados
Associados S/S, da qual é sócio majoritário. O que remete à suspeita de que a
artimanha tenha servido para driblar o Fisco. Na ocasião, o promotor de Justiça
Sávio Rui Brabo de Araújo, da Promotoria de Tutela das Fundações e Entidades de
Interesse Social, Falência, Judicial e Extrajudicial, chegou a solicitar a
substituição de Mauro César Lisboa
Santos do cargo de administrador judicial da Celpa, por não prestar os serviços
para os quais fora contratado (Leia aqui). Em bom português, a pretexto de sanear a Celpa, o advogado estava
mais preocupado com seu saldo bancário, em detrimento dos investimentos capazes
de tornar a empresa viável. A Celpa, convém lembrar, foi vendida por R$ 1,00 –
um real! –, depois de entrar em colapso, após ser privatizada pelo
ex-governador tucano Almir Gabriel, às vésperas da sucessão estadual de 1998.
Sobre o destino dos recursos obtidos com a privatização, ocorrida abaixo dos
preços de mercado, segundo a versão corrente, suspeita-se que tenham servido
para viabilizar a reeleição de Almir Gabriel, na primeira e única derrota
eleitoral do senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará, em uma
vitória do PSDB obtida na esteira do poder econômico e da deslavada utilização
da máquina administrativa estadual. Barbalho, cabe recordar, foi quem tornou
Almir Gabriel prefeito biônico de Belém, em 1983, e depois o fez senador, em
1986, valendo-se da máquina administrativa estadual para também eleger
governador o então senador Hélio Gueiros.
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