Helder Barbalho, ministro do governo Temer: atropelado pela suspeita de também locupletar-se no propinoduto patrocinado pela Odebrecht. |
Filho e herdeiro político do senador Jader
Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará e um dos hábeis articuladores do partido
no Congresso Nacional, o ministro Helder Barbalho, da Integração Nacional, vive
o desafio de minimizar os danos por responder a inquérito no STF, o Supremo
Tribunal Federal, na esteira da Operação Lava Jato, sob a suspeita de beneficiar-se do propinoduto da Odebrecht. Candidato natural do PMDB ao governo do Pará nas
eleições de 2018, ele é acusado de, sob o
codinome “Cavanhaque”, ter recebido R$ 1,5 milhão da construtora na
sucessão estadual de 2014, quando foi derrotado no segundo turno, por minguada diferença de
votos, pelo governador Simão Jatene (PSDB), recentemente cassado pela Justiça
Eleitoral por abuso de poder econômico, em sentença da qual ainda cabe recurso (Leia aqui). Jatene, diga-se, está às
vésperas de ser julgado pelo STJ, Superior Tribunal de Justiça, na esteira do
escândalo da Cerpa, no qual é acusado de ser beneficiário de um propinoduto da
cervejaria, que irrigou sua campanha ao governo em 2002, em troca de isenções
fiscais, consumadas quando o tucano instalou-se no Palácio dos Despachos (Leia aqui), um escândalo que não
poupou sequer o ex-governador Almir Gabriel, reconhecido como pessoalmente
probo (Leia aqui). Se Jatene é o
ícone da tucanalha, a banda podre do
PSDB, cujos sucessivos governos legaram ao estado uma sucessão de escândalos de corrupção e índices sociais pífios,
Helder carrega a mácula de representar uma oligarquia cujo expoente é Jader
Barbalho, cujo nome é associado a recorrentes denúncias de falcatruas (Leia aqui), embora, pelo carisma e
sagacidade, seja a mais longeva liderança política da história do Pará.
Como vereador e prefeito de Ananindeua,
além de deputado estadual, Helder Barbalho pavimentou sua trajetória no rastro
do prestígio do pai, a cujos problemas de saúde, pelos quais foi compelido a se
afastar do segundo turno da campanha eleitoral de 2014, é debitado o tropeço eleitoral
do herdeiro político no confronto com Jatene, na última sucessão estadual. Aliado
histórico do PT, Jader tratou de catapultar o filho a ministro dos Portos de
Dilma Rousseff, a quem Helder abandonou diante da iminência do naufrágio do
impeachment, seguindo o pai, cumprindo um script de fisiologismo que o levou ao
status de ministro da Integração Nacional do governo Temer. O Ministério da
Integração Nacional, previsivelmente, serve para Helder Barbalho não só manter
a visibilidade, como também, e sobretudo, se contrapor a escandalosa utilização
da máquina administrativa estadual pelo governo Simão Jatene, peculiaridade histórica da tucanalha. Com Jatene desgastado pela
cassação, com o agravante de ter ficado inelegível por oito anos, o prefeito da capital, o
tucano Zenaldo Coutinho, sub judice, sob a ameaça de cassação, resta saber se os
danos amargados pelo PSDB igualam-se ou superam o desgaste de Helder Barbalho
estar sob a suspeita de ter usufruído do balaio de corrupção da Odebrecht (Leia aqui).
Um comentário :
Esse apelido de "cavanhaque", realmente é muito estranho.
A polícia federal precisa investigar melhor essa acusação.
Calma, pássaro de alta plumagem, outubro de 2018 ainda está um pouco longe. hehehehehe...
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