Gilberto Valente: decoro diante da inominável hostilidade de Neves. |
Certas atitudes ou desmentem biografias, ou
dizem tudo sobre elas. Sob essa perspectiva, o procurador-geral de Justiça em
fim de gestão, Marcos Antônio Ferreira das Neves, corroborou a imagem de Napoleão de Hospício, como é conhecido
por seu desapreço à liturgia de cargo, ao provocar um mal-estar absolutamente desnecessário
na mais recente reunião do Colégio de Procuradores, a concluir dos relatos de
fontes do próprio do MPE. Segundo essas fontes, Neves usou a reunião para
criticar acidamente o governador Simão Jatene, ao qual acusou de desrespeitar o
Ministério Público, ao nomear o promotor de Justiça Gilberto Valente Martins
como procurador-geral de Justiça, em detrimento do mais votado, César Mattar, um
promotor de Justiça de perfil opaco, mas ao qual destinou uma copiosa torrente
de elogios. Presente, na plateia, diante da explícita manifestação de
hostilidade de Neves, Valente manteve o decoro que faltou ao procurador-geral
em fim de gestão e, altivamente, optou por retirar-se.
O episódio ocorrido na reunião do Colégio
de Procuradores foi mais um capítulo das mesquinhas retaliações de Neves.
Represálias que ganharam realce nesta quarta-feira, 5, quando, contrariando
postura que mantivera até ver frustrada a pretensão de fazer seu sucessor,
autorizou o ajuizamento de ação civil pública, por improbidade administrativa, contra
o governador Simão Jatene. Anteriormente, em um súbito surto de austeridade,
como registrou a prestigiada coluna Repórter
Diário, do jornal Diário do Pará,
ele já autorizara o procurador de Justiça Nelson Medrado e a promotora de
Justiça Juliana Dias Ferreira de Pinho a investigarem "possíveis
irregularidades na concessão de benefícios e/ou concessões fiscais” concedidas
pelo governo Simão Jatene. Recentemente, recorde-se, o procurador-geral de
Justiça em fim de gestão não subscreveu uma ação civil pública, por improbidade
administrativa, contra o governador Simão Jatene, a secretária
estadual de Administração, Alice Viana Soares Monteiro, e o filho de Jatene,
Alberto Lima da Silva Jatene, o Beto Jatene. Neves sequer delegou poderes para
que o mesmo Medrado e o promotor de Justiça Armando Brasil pudessem ajuizar a
ação. Em uma manobra temerária, Medrado e Brasil ajuizaram a ação, que não
prosperou e resultou no PAD, o Processo Administrativo Disciplinar, instaurado
contra ambos.
2 comentários :
Quem garante que esse Valente não vai mais um pau mandado do jatene?
14:39, garantia não há, o que há é esperança de que esse Valente seja diferente do Marcos das Neves, porque mais pau mandado do Jatene que o Marcos das Neves, não pode haver.
Espera-se que o Valente honre o nome que tem e seja Valente, não se deixando subjugar pelo Jatene.
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