Paulo Melo: honroso e comovente legado. |
Uma figura impecável, bonita por dentro e
por fora, que deixa um comovente legado de dignidade e bonomia. Assim pode ser
descrito o saudoso Paulo Melo, primo que a vida transformou em um irmão de
coração, na esteira de prematura morte da mãe, a bela Maria José, a querida tia
Zezé, de doces lembranças, o que acabou por atá-lo, estreitamente e de modo
indelével, aos meus pais, meus irmãos e a mim, como o filho que brotou dos
indissolúveis laços do amor perene. Paulo nos deixou aos 72 anos, serenamente,
na madrugada de domingo, 11, dormindo, com a elegante discrição que o
caracterizou em vida, sem nem por isso deixar de tornar-se uma lembrança inesquecível
para quem teve a oportunidade de conhecê-lo. Essa peculiaridade de ser leve,
discreto, até para nos deixar, foi capaz de fazê-lo cultivar, em vida,
princípios e preservar sua dignidade pessoal, sem nem por isso abdicar da
afabilidade e da generosa solidariedade, o que o tornou a pessoa tão especial
que foi. Isso explica o vazio físico da qual agora se ressentem, em especial,
Dolores, a dedicada mulher e companheira de toda uma vida, na esteira de um
casamento de quase 50 anos, os filhos e as noras, em uma união que só os laços
de amor são capazes de tecer.
Do pai, o afetivo tio Edson, e da mãe,
capaz de partilhar sua doçura por igual, entre o filho único e os muitos
sobrinhos, Paulo herdou a bonomia, capaz de mais tarde, quando construiu sua
família, transformá-lo na bússola que orienta, no braço que protege, na mão que
afaga e no coração generoso capaz de fazê-lo driblar percalços sem remoer
amarguras. Essa bonomia o acompanhou vida afora e o notabilizou como alguém tão
especial, para além do profissional competente e probo, o engenheiro que fez
carreira no Basa, o Banco da Amazônia S/A. Comovia em Paulo, dentre outras
coisas, a solidariedade incondicional para com a família e os amigos, diante
das eventuais vicissitudes, e a discrição com a qual sempre administrou as
circunstanciais adversidades, sem exigir contrapartida para a generosidade da
qual era tão pródigo. Não surpreende, assim, a falta que sua presença faz, ainda
que perdure incólume a lição que nos deixou – na vida, o mais importante não é
o que se tem, mas quem se tem.
A dor da saudade que provoca o adeus de
Paulo Melo acaba por se diluir naquilo que sua lembrança evoca: um profundo e
infinito sentimento de tolerância e paz. Algo que nos remete à sentença de
Drummond: “(...) mas as coisas findas, muito mais que lindas, estas ficarão.”
Descanse em paz, caro e querido Paulo. E
obrigado pelo honroso e comovente legado.
PS. A
missa de sétimo dia de Paulo Melo será celebrada neste sábado, 17, às 18h, na
igreja da Santíssima Trindade.
2 comentários :
Texto lindo e absolutamente fiel a pessoa do tio Paulo. Um vazio enorme e um buraco gigantesco. Até o seu bom dia em torno de 6.30 pelo zap tá fazendo falta. Descanse em paz. A paz dos justos e bons de coração como só ele soube ser.
Era meu tio Paulo querido, homem de coração bom e que tinha em mim uma filha, ele dizia com aquele jeitão bacana e o sorriso largo, la vem a loira...kkkk... Que você tio, descanse em paz, deixará uma saudade enorme, lembranças infinitas do meu tempo de criança e adolescência que jamais deixarão de ser lembradas.
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