José Augusto Freire Figueiredo: isenção posta em xeque por Alcantara. |
Contaminado pela promiscuidade entre o
público e o privado, inevitável fonte de conflitos de interesses, frequentemente
terreno fértil para a corrupção, o procurador José Augusto Freire Figueiredo,
da PGE, Procuradoria Geral do Estado do Pará, está no epicentro de um debate
ético que coloca em xeque sua isenção como coordenador do Núcleo de
Inteligência Fazendária. Como faculta a lei, que permite aos procuradores
também exercerem a advocacia privada, ele mantém uma próspera banca de
advocacia, a Freire Figueiredo
S/S Advogados Associados, com “unidades instaladas em
diversos municípios” e que atua "em praticamente
todos os ramos do direito, principalmente naqueles voltados ao cotidiano das
empresas", assim como “atua na defesa de
contribuintes em débito com a Fazenda Pública”. Como coordenador do Núcleo de Inteligência
Fazendária, ao qual cabe o combate à fraude fiscal e a busca por maior eficiência na cobrança de
tributos estaduais, Figueiredo tem acesso a informações privilegiadas, o que
suscitou um ácido questionamento de Charles Alcantara, presidente da Fenafisco,
a Federação Nacional do Fisco
Estadual e Distrital, e ex-presidente do Sindifisco, o Sindicato dos Servidores
do Fisco Estadual do Pará, auditor fiscal de carreira da Sefa, a Secretaria de Estado da Fazenda do Pará.
Em sua página no Facebook, Alcantara publica um texto, sob o título “Público x Privado”, precedido
por um epígrafe por si só revelador do seu ponto de vista: "Instaurado o conflito entre o
interesse público e o privado, é da submissão do primeiro e do triunfo do
segundo que brota e floresce a corrupção." No texto, o presidente
da Fenafisco não apenas coloca em xeque a isenção do procurador José
Augusto Freire Figueiredo como coordenador do Núcleo de Inteligência Fazendária,
por manter um escritório de advocacia
voltado prioritariamente para o “cotidiano das empresas”, em tendo “acesso a informações estratégicas - algumas delas, de caráter
sigiloso - sobre o universo de contribuintes em débito com a Fazenda Pública”. Ele também faz uma
crítica devastadora à lei que faculta a procuradores exercerem simultaneamente
a advocacia pública e a advocacia privada. “Defender que um advogado público, pago pela sociedade para
defender o interesse publico, possa exercer simultaneamente a advocacia
privada, que não raro se choca com o interesse público, mormente na esfera da
exação e cobrança tributárias, equivaleria a defender que um auditor fiscal estadual
também possa exercer a contabilidade privada, bastando que este se abstenha de
prestar serviços a contribuintes do imposto sob a competência do Estado com o
qual tem vínculo funcional”, dispara Charles Alcantara.
Sem intimidar-se, Alcantara dispensa
eufemismos e deixa muito clara sua posição. “Considero imprudente e inadequado que ao
procurador do estado do Pará seja concedida a faculdade de escolher, ao seu
alvedrio e de acordo com os seus interesses pessoais, se exerce ou não
cumulativamente a advocacia privada”, salienta. “Considero ainda mais inadequado e
imprudente que a coordenação do Núcleo de Inteligência Fazendária da PGE seja
exercida por um procurador que atue no mercado privado”, acrescenta,
peremptório.
E arremata em tom próprio de quem não teme o confronto: “Aos que não me conhecem suficientemente,
informo que estou preparado para a refrega.”
4 comentários :
Cara de ratazana.
A raposa dentro do galinheiro, aí é um abraço parceiro!!!
Como pode!
Essa Procuradoria Geral do Estado, bem como, o Ministério Público do Estado do Pará são antros onde vermes e ratazanas existem a se nutrir do dinheiro público. Com essezinho aí não é diferente o Figueiredo só dá no fígado do cidadão que paga seus impostos. Quero nascer de novo se ele não beneficia as empresas que sua banca advoga com as informações que tem privilegiadas. É um cara de pau deslavado. Achas que a banca dele é próspera por quê?
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