Entrevistados
pelo Blog do Barata, o sociólogo e jornalista Lúcio
Flávio Pinto e o cientista político Roberto Corrêa, dois dos mais respeitados
intelectuais de suas gerações, fazem uma reflexão sobre o legado da ditadura
militar para o Pará, abordando ainda, naturalmente, a sucessão estadual.
Premiado
nacional e internacionalmente, Lúcio Flávio Pinto é o editor e repórter do JP, o Jornal Pessoal, a mais longeva publicação da imprensa alternativa
brasileira, impresso no formato ofício, com 16 páginas e de circulação
quinzenal, com o exemplar vendido ao preço de cinco reais. Para não comprometer sua independência
editorial, o jornal não aceita publicidade e quebrou o monopólio da informação
até então detido pelos barões da comunicação. O JP tem como editor gráfico Luiz Pinto, o Luizpê, irmão de Lúcio
Flávio e um dos mais talentosos artistas gráficos da sua geração.
Bancário
de carreira do Basa, o Banco da Amazônia S/A, já aposentado, Roberto Corrêa é
economista formado pela UFPA, a Universidade Federal do Pará, da qual é hoje
docente de carreira, lecionando ciência política. Ele notabilizou-se não só por
sua carreira acadêmica, mas também como um militante histórico do PCB, o
Partido Comunista Brasileiro. Corrêa se retirou do Partidão quando a legenda submergiu, no Pará, em uma crise de
credibilidade, ao se esfacelar com a criação do PPS, o Partido Popular
Socialista, comandado no Estado pelo deputado federal Arnaldo Jordy, também um
ex-militante histórico do Partido Comunista Brasileiro. No Pará, para além da
criação do PPS, o PCB sofreu um outro rude golpe com a morte de Antônio
Raimundo Jinkings, um bem-sucedido livreiro, ofício ao qual se dedicou, após
ter seus direitos políticos cassados e ser defenestrado do Basa pela ditadura
militar. Com a anistia política, Jinkings foi reincorporado ao Banco da
Amazônia, mas sua imagem pública se confundia com o PCB.
Nenhum comentário :
Postar um comentário