quinta-feira, 17 de abril de 2014

PARÁ – A visão de Lúcio Flávio e Roberto Corrêa

        Entrevistados pelo Blog do Barata, o sociólogo e jornalista Lúcio Flávio Pinto e o cientista político Roberto Corrêa, dois dos mais respeitados intelectuais de suas gerações, fazem uma reflexão sobre o legado da ditadura militar para o Pará, abordando ainda, naturalmente, a sucessão estadual.
        Premiado nacional e internacionalmente, Lúcio Flávio Pinto é o editor e repórter do JP, o Jornal Pessoal, a mais longeva publicação da imprensa alternativa brasileira, impresso no formato ofício, com 16 páginas e de circulação quinzenal, com o exemplar vendido ao preço de cinco reais. Para não comprometer sua independência editorial, o jornal não aceita publicidade e quebrou o monopólio da informação até então detido pelos barões da comunicação. O JP tem como editor gráfico Luiz Pinto, o Luizpê, irmão de Lúcio Flávio e um dos mais talentosos artistas gráficos da sua geração.
        Bancário de carreira do Basa, o Banco da Amazônia S/A, já aposentado, Roberto Corrêa é economista formado pela UFPA, a Universidade Federal do Pará, da qual é hoje docente de carreira, lecionando ciência política. Ele notabilizou-se não só por sua carreira acadêmica, mas também como um militante histórico do PCB, o Partido Comunista Brasileiro. Corrêa se retirou do Partidão quando a legenda submergiu, no Pará, em uma crise de credibilidade, ao se esfacelar com a criação do PPS, o Partido Popular Socialista, comandado no Estado pelo deputado federal Arnaldo Jordy, também um ex-militante histórico do Partido Comunista Brasileiro. No Pará, para além da criação do PPS, o PCB sofreu um outro rude golpe com a morte de Antônio Raimundo Jinkings, um bem-sucedido livreiro, ofício ao qual se dedicou, após ter seus direitos políticos cassados e ser defenestrado do Basa pela ditadura militar. Com a anistia política, Jinkings foi reincorporado ao Banco da Amazônia, mas sua imagem pública se confundia com o PCB.


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