DESGOVERNO – Vocação para o engodo

Dessa vocação para o engodo, fielmente cultivada por Simão Jatene, o Simão Preguiça, é um exemplo vivo a conclusão das obras do estádio olímpico Edgar Proença, o Mangueirão (foto). Na época, o ex-governador Almir Gabriel concluiu as obras inacabadas, introduziu uma pista olímpica, poucas vezes utilizadas e, com isso, reduziu as dimensões do gramado de jogo para as medidas mínimas, inferiores, inclusive, as dos campos dos estádios Antônio Baena, o Baenão, do Clube do Remo, e Leônidas Castro, este do Paysandu.

Isso feito, o Mangueirão passou a figurar no elenco de realizações nos 12 anos de sucessivos governos do PSDB. Essa mesma lambança ocorreu em relação ao Teatro Experimental Waldemar Henrique, reformado no segundo mandato de Almir Gabriel como governador, o que justificou a edição de um luxuoso livro, com o suposto histórico do prédio transformado em teatro.

A edição omite a mobilização da classe teatral, durante os chamados anos de chumbo da ditadura militar, pelo simples fato do relato, sobre essa passagem da história, fatalmente incluir nomes de notórios críticos da tucanalha e, em especial, daquele que Almir Gabriel pretendeu consagrar, quando no poder, como o Landi da escumalha do PSDB, Paulo Chaves, o PC. Este, recorde-se, ficou célebre por estourar os orçamentos e por projetar o Hangar, o faraônico centro de convenções do Estado, sem incluir um único e mísero acesso aos cadeirantes. Além da péssima acústica do local.

No trato dos recursos públicos, PC não cultiva nenhum tipo de escrúpulo. Ele foi capaz, por exemplo, de contemplar, com recursos do erário, a Assembléia Paraense, um dos mais ricos clubes do Norte.