segunda-feira, 1 de agosto de 2011

SEDUC – Pilhagem ao erário

Prestigiado por Nilsinho e Lena Conceição Ribeiro Ferreira, a Lady Kate, que é a secretária sem pasta da Seduc, Altimá Alves da Silva pilha o erário até ao se deslocar para Tailândia, a fim de cumprir suas obrigações como secretário de Planejamento do município. Como evidencia o pagamento de uma diária e meia, nos dias 4 e 5 de março deste ano, a pretexto de uma reunião, em Tailândia, com a secretária de Educação do município, do qual ele, Altimá Alves da Silva, é o suposto secretário de Planejamento. A lambança, diga-se, foi autorizada pelo próprio secretário estadual de Educação, Nilson Pinto, o Nilsinho, que à frente da Seduc revela-se um estróina dos recursos públicos, priorizando escandalosamente seu projeto político-partidário, obviamente mirando nas eleições municipais de 2012. Nelas estará em jogo o destino político dos aliados, no plano político, do secretário estadual de Educação, que cuida, desde já, de regar a sua horta eleitoral. Nada a opor, não fosse a acintosa utilização da máquina administrativa estadual
O ignominioso é que tudo isso se dá sob a leniência do governador tucano Simão Jatene, que especialmente neste segundo mandato faz, mais do que nunca, jus ao apelido de Simão Preguiça, ou pura e simplesmente Preguiça. O apelido a ele aderiu irremediavelmente, cunhado por quem tem autoridade para assim etiquetá-lo, que é o ex-governador Almir Gabriel. Eleito em 1994 e reeleito em 1999, Almir Gabriel fala com conhecimento de causa, porque nos seus dois mandatos consecutivos como governador teve como iminência parda precisamente Simão Jatene. O constrangedor, para Almir Gabriel, é ter feito seu sucessor, em 2002, alguém que ele presumivelmente já sabia ser indolente. Convém não esquecer que nos dois mandatos consecutivos do ex-governador, de 1995 a 1998 e de 1999 a 2002, Jatene foi não somente seu auxiliar da mais absoluta confiança, como amigo pessoal. Utilizando escandalosamente a máquina administrativa estadual e desarrumando as finanças do Estado, Almir fez do correligionário seu sucessor, nas eleições de 2002.
Mas a amizade não resistiu ao naufrágio eleitoral tucano de 2006, quando a petista Ana Júlia Carepa tornou-se a primeira governadora eleita da história do Pará, derrotando Almir Gabriel, com o decisivo apoio do ex-governador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Estado, hoje aliado preferencial, mas politicamente incômodo, da tucanalha. Almir, que postulava um terceiro mandato como governador, feito ainda inédito na história do Pará, reagiu com inocultável ira diante da derrota, e posteriormente até se desfiliou do PSDB, do qual foi um dos fundadores, em 1988, inclusive figurando como vice na chapa do ex-governador paulista Mário Covas, na sucessão presidencial de 1989. Até hoje ele atribui o fracasso eleitoral de 2006 ao corpo mole de Jatene e desde então dedica ao ex-auxiliar e amigo pessoal um rancor que nem o tempo consegue aplacar.
A extensão do rancor cultivado por Almir Gabriel já podia ser entrevisto na noite do domingo, 29 de outubro de 2006, por volta das 20 horas, quando a apuração dos votos já sinalizava claramente a vitória da petista Ana Júlia Carepa, então senadora. Deselegante, o ex-governador protagonizou uma abominável grosseria, ao nem sequer cumprimentar por telefone sua adversária, no tradicional gesto de urbanidade política. Depois, ao passar pelo comitê eleitoral central do PSDB, nas imediações da Doca de Souza Franco, ele identificou, em tom inequivocamente abrasivo, aqueles aos quais atribuiu o tropeço na sucessão estadual de 2006 – o governador Simão Jatene, que Almir Gabriel fizera seu sucessor em 2002; o secretário especial de Produção, Sérgio Leão; e o marketeiro-mor da tucanalha, o jornalista e publicitário Orly Bezerra. Antes disso, dona Socorro Gabriel, hoje divorciada de Almir Gabriel já havia acusado o governador Simão Jatene de boicotar a candidatura do ex-governador, em um ácido bate-boca com a primeira-dama Ana Maria Chaves da Cunha Jatene, que rebateu, enfaticamente, a versão.
Por isso, na sucessão governamental de 2010, Almir Gabriel ressurgiu pateticamente no proscênio eleitoral, como um cadáver ambulante, inicialmente tentando emplacar a candidatura para governador, pelo PSDB, do hoje senador Mário Couto, o célebre Senador Tapioca, um ex-bicheiro, atualmente sob a suspeita de ser beneficiário de uma avalancha de falcatruas quando presidente da Alepa, a Assembléia Legislativa do Pará. Em seguida, se reconciliou com o ex-governador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará, a quem elegera seu inimigo figadal durante os anos de poder do PSDB no Estado. Assim, subiu no palanque, ao lado de Jader Barbalho, para pedir voto para o ex-deputado Domingos Juvenil, na época presidente da Alepa e candidato a governador pelo PMDB. No segundo turno, ele declarou apoio, publicamente, para a governadora petista Ana Júlia Carepa, candidata à reeleição e a quem etiquetara de “incompetente” em passado recente. Abandonado pelos áulicos e acumulando sucessivas derrotas políticas, com Simão Jatene eleito governador para um segundo mandato, restou ao ex-governador buscar consolo nos braços, previsivelmente prazerosos, de Raquel Grïbell, uma bela viúva, que trabalhou no cerimonial do Palácio Cabanagem, durante os sucessivos governos do PSDB no Pará. Movido por uma arrebatadora paixão, que assumiu plenamente, algo inusitado para um homem crepuscular, já próximo dos 80 anos e envolvido com uma mulher cerca de 25 anos mais nova. Para assumir a relação, Almir Gabriel revelou coragem moral, ao se divorciar da ex-primeira dama Socorro Gabriel, mãe dos seus filhos e às voltas com um grave quadro de diabetes, encerrando um casamento de décadas.

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