Amorim (à esq.), com Maneschy: no epicentro das denúncias de coação. |
Todo esse vale-tudo eleitoral decorreria da
preocupação, por parte dos prepostos do ex-reitor Carlos Maneschy, em preservar
a fonte de privilégios emanada da cúpula regional da Ebserh, a Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares, a qual cabe administrar o complexo hospitalar universitário da UFPA,
que inclui os hospitais João de Barros Barreto e Bettina Ferro de Souza. Em 25
de novembro de 2015 Maneschy obteve a nomeação, como superintendente no Pará da
Ebserh,
do médico e psicólogo Paulo Amorim, ex-diretor
do Bettina, cargo exercido de janeiro de 2011 até novembro de 2015. Na época, ele
declarou ter como o seu “grande desafio” a tarefa de “retirar os hospitais universitários da condição de
degradação e desnaturação de seus atendimentos para colocá-los na linha de
vanguarda”.
Ocorre que a despeito do respeitável
currículo, Amorim é acusado de patrocinar a “caça às bruxas” nos hospitais
universitários, na esteira da sucessão do ex-reitor da UFPA, supostamente
movido pela preocupação de preservar um feudo político do grupo identificado
com Maneschy. Os privilégios em jogo não são poucos, conforme relatam fontes do
Barros Barreto e do Bettina. Embolsando um salário mensal de R$ 19.858,15,
Amorim “comanda uma estrutura administrativa muito bem paga”, que privilegia os
cargos comissionados. Os salários são definidos como “extremamente atraentes”
para o mercado de Belém: gerência, R$ 17.566,73; auditor, R$ 12.220,33; ouvidor,
R$ 4.582,74; chefes de divisões, R$ 12.220,33; chefes de setores, R$ 8.401,47;
e chefes de unidade, R$ 4.582,74. O temor em perder essas regalias e as benesses do poder, por parte
dos beneficiários delas, serviria de combustível para o clima de terrorismo eleitoral instalado nos hospitais universitários, salientam ainda as denúncias.
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