Quanto a Erick Pedreira e Vera Jacob, são
candidaturas destinadas mais a marcar posição que a disputar a reitoria sob a
perspectiva de um substancial crescimento eleitoral futuro. Pedreira soa a um
candidato inodoro, tido e havido como uma ponta-de-lança de setores do PSDB, e
mais especificamente do prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho. Vera Jacob,
criticada pela ausência de uma agenda mais propositiva, desponta como porta-voz
dos segmentos mais sectários da universidade, flagrantemente minoritários, mas
com um ativismo capaz de sugerir, para consumo externo, uma representatividade
da qual não dispõem. “Essa é a turma que fecha os portões da universidade”,
resume, em tom de menosprezo, uma fonte da UFPA, reportando-se ao episódio no
qual, a pretexto de uma greve, as parcelas mais radicais da universidade
simplesmente impediram o acesso ao campus do Guamá, transgredindo o direito
constitucional de ir e vir, até então historicamente respeitado, a despeito de
qualquer paralisação.
O que pode favorecer a facção representada
por Vera Jacob, no mise-en-scène que sugere ao público externo uma representatividade
muito além da real, é o voto ser facultativo na eleição para reitor. Como é um
grupo ativo, de militância aguerrida, costuma se fazer presente de forma
ruidosa. O temperamento da candidata, descrita como atrabiliária, faz dela a
mais autorizada porta-voz do sectarismo, ainda que para alguns a sua
candidatura acabe por eventualmente subtrair votos que poderiam ser destinados
a João Weyl, embora o discurso deste não esteja contaminado pelo sectarismo dos
grupos mais radicais, identificados com a candidatura de Vera Jacob.
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