Entre o passado e o futuro, o que lhe dá a oportunidade
de optar entre buscar a excelência pela via da transparência e da austeridade,
ou permanecer refém do clientelismo que atrela seus avanços a um balcão de
negócios escusos, a UFPA, a Universidade Federal do Pará, elege seu novo reitor, no próximo dia 29, em circunstâncias singulares. Dessa vez, para além das recorrentes denúncias de
utilização da máquina administrativa pelos poderosos da hora, assim como das baixarias desfechadas por debaixo dos panos, a eleição se dá sob uma atmosfera de
um golpe coonestado pela própria oposição, cuja indignação sucumbiu ao
corporativismo, a pretexto de não conspurcar a autonomia universitária com a
judicialização da disputa. A eleição, na qual o voto é paritário e facultativo,
mobilizando um contingente de cerca de 2.500 docentes, aproximadamente 2.400
servidores técnico-administrativos e quase 40 mil alunos, entra em um clima
abrasivo, embora o tiroteio das acusações e retaliações mútuas se faça
intramuros, na esteira do esprit de corps acadêmico.
Assim, sepultou-se a indignação diante do
ardil do ex-reitor Carlos Maneschy, que precipitou a sua sucessão, ao renunciar
ao cargo, para sair candidato a prefeito de Belém, pelo PMDB - sob o patrocínio
do senador Jader Barbalho, o morubixaba do partido no Pará -, sem abdicar do
comando do processo eleitoral e favorecer a candidatura que lhe convém. Para
tanto, Maneschy valeu-se de uma interpretação casuística dos dispositivos que
regulam a sucessão na UFPA, sob o aval servil do Consun, o Conselho
Universitário, onde detém maioria e que costuma votar não pela perspectiva dos
interesses da universidade, mas mirando nas eventuais conveniências do grupo
hegemônico, nele majoritário. Deflagrada extemporaneamente, a sucessão desenrola-se
a toque de caixa, sem dar tempo à oposição para articular-se, restando-lhe
vocalizar aquele tipo de protesto próprio de quem não está disposto a queimar
as caravelas, porque na expectativa dos arranjos do day after. No mais, Maneschy
mantém uma fina sintonia com Horácio Schneider, o vice transmutado em reitor, para exercer um
mandato-tampão, que especula-se estar por trás da opção preferencial por
Emmanuel Tourinho, o ex-pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, o
candidato chapa-branca. A atual esposa de Schneider, Iracilda Sampaio,
como ele também uma respeitada pesquisadora, substituiu Tourinho na Propesp, a
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e é cotada para permanecer no cargo,
em caso de vitória do ex-pró-reitor. De Schneider fala-se, nos
bastidores, que, eleito Tourinho, teria como destino a Pró-Reitoria de Relações
Internacionais.
Barata,
ResponderExcluirO único candidato que tem, de fato, propostas para a UFPA é o Prof. Emmanuel Tourinho, já
as tendo apresentado à comunidade universitária. Não nos deixemos enganar pela turba que compõe a oposição a ele.
Não temos apenas um único candidato... Temos Vera Jacob, e sua candidatura representa um avançou significativa a uma candidatura em defesa de uma Universidade verdadeiramente pública e socialmente referenciada. O candidato no neo-pmdbista (caramba? Nesta conjuntura, o cara ainda entra no PMDB, com foto com Barbalho e Jucá e tudo mais????) e sua articulação de dupla-chapa é, reconheço, uma tática forte... Mas que apenas demonstra o grau de desonestidade política de sua posição atual (e que não caiu do céu) e de quem o faz representar...
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