ZENALDO – Austeridade só para consumo externo

        A composição do secretariado do novo prefeito eleito de Belém sugere que a austeridade trombeteada por Zenaldo Coutinho não deve ultrapassar os limites dos palanques eleitorais. Rosa Maria Chaves da Cunha, a ilustre cunhada do governador Simão Jatene, o Simão Preguiça, abrigada na Codem, a Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém, teve seu bens declarados indisponíveis, nos desdobramentos de uma ação civil pública, por improbidade administrativa, movida pelo Ministério Público. A ação remete ao período no qual ela foi secretária estadual de Educação, figurando como secretário adjunto seu irmão, Philadelpho Machado e Cunha Júnior. Na esteira da ação por improbidade administrativa, o juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de Belém decretou a indisponibilidade dos bens de, Rosa Maria Chaves da Cunha (à esq., com a irmã, Ana Maria Jatene, à dir.), e do irmão desta, o ex-secretário adjunto, Philadelpho Machado e Cunha Júnior.

        Tanto Rosa Cunha, como o irmão, Philadelpho Machado e Cunha Júnior, merecem, naturalmente, o benefício da inocência presumida, até que sejam esgotadas todas as instâncias de recursos. Mas, até pelo fato da nova administração suceder a turbulenta gestão do ex-prefeito Duciomar Costa (PTB), o nefasto Dudu, toda ela pontuada por suspeitas de corrupção, soa conveniente que se cobre dos secretários de Zenaldo Coutinho aquilo que se exige da mulher de César, conforme a máxima consagrada – não basta ser honesto, é preciso parecer honesto.