quarta-feira, 10 de março de 2010

TRACUATEUA – Retrato do caos

Com seu saldo de dois mortos, além do assassinato da vítima do assalto, cuja morte foi o estopim da revolta que transformou a cidade em uma praça de guerra, o episódio ocorrido em Tracuateua (PA) é ilustrativo do caos que decorre da ausência de credibilidade das instituições, com ênfase para o sucateamento da segurança pública. Revoltados com o assassinato de uma mulher, em um assalto, moradores revoltados foram até a delegacia, onde imaginavam que estava o suspeito, deflagrando o quebra-quebra.
Da escaramuça resultou a delegacia de polícia depredada, além da destruição de um veículo da polícia civil, do carro de um investigador e de quatro motos. Durante a confusão, policiais entraram em confronto com os manifestantes. Duas pessoas morreram e pelo menos cinco ficaram feridas, segundo o noticiário.
O que o episódio evidencia é a temível descrença popular em relação às instituições, pavimentada pela ausência do Estado, em suas diversas instâncias. Executivo, Legislativo e Judiciário, sob a omissão do Ministério Público estadual, somam-se na marcha da insensatez, indiferentes as seqüelas de discrepâncias sociais abissais. Daí para a descrença traduzida no primitivismo da lei de talião, lastreada na rigorosa reciprocidade do crime e da pena.

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